Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

domingo, 28 de dezembro de 2008

Império Português

COLÉGIO ESTADUAL RUBENS FARRULLA
Atividade para o 1º Ano.
Controvérsias a respeito do descobrimento do Brasil
INSTRUÇÕES:
a) Envie a resposta por e-mail . wsshist@gmail.com
c) Atividade individual.
d) Valor: 1 ponto.
e) Data do envio da resposta: Turmas 1001 e 1002 (05 de setembro) 1003 e 1004 (06 de setembro).

Ao que parece, os interessados na descoberta de novas riquezas não tardaram a investigar o que haviam conquistado com a assinatura do documento de Tordesilhas. Esmeraldo de situ orbis, um texto de Duarte Pacheco Pereira, um dos mais importantes funcionários da Coroa portuguesa ligado às navegações, dá-nos conta de que, em 1498, o rei já sabia – certamente deveria ser uma informação confidencial – que possuía extensa região do outro lado do Atlântico:
“(...) temos sabido e visto como no ano de 1498 Vossa Alteza mandou descobrir a parte ocidental, do outro lado do Mar Oceano, onde é achada e navegada uma tão grande terra firme com muitas e grandes ilhas adjacentes a ela. Indo por esta costa, é achado nela muito e fino pau-brasil e muitas outras coisas de que os navios deste Reino andam carregados.”
Citado em: Saga. A grande história do Brasil. São Paulo: Abril Cultural, 1981. v. 1.

Nenhum documento deve ser visto como expressão absoluta da verdade; pode ter acontecido de o militar-navegador ter se equivocado quando escreveu; por isso vamos conhecer a opinião de dois historiadores, um brasileiro e um português, sobre o tema. Outro elemento importante para nos auxiliar a refletir sobre o assunto vem do almirante português Gago Coutinho, que nos informa que, na época em que Esmeraldo foi escrito, a palavra descobrir tinha o sentido de explorar, ou seja, descobrir uma terra era já iniciar o processo de exploração.
COUTINHO, Gago. A descoberta do Brasil 1 – reflexões técnicas. Lisboa: Quipu, 2000, p. 30.

I. O historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda escreveu:
“(...) não é inverossímil que navegantes europeus, e de preferência portugueses, os mais aparelhados para semelhante feito, tivessem alcançado a costa do Brasil já antes mesmo de 1500. João de Barros, historiador sóbrio, que bebeu suas informações em fontes autênticas e em alguns casos fora do nosso alcance, exprime a sua convicção de que, ao tempo do infante D. Henrique, as velas lusitanas tinham levado a mais descobrimentos do que os mencionados nas crônicas. E é bem provável que, mais tarde, sobretudo nos anos imediatos ao da façanha de Colombo, se empenhasse a Coroa de Portugal em mandar expedições exploradoras às partes do poente (o Ocidente).”
HOLANDA, Sergio Buarque (org.). História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1972. v. 1, t.1, p. 38-39.

II. Antônio do Carmo Reis, historiador português, analisa desta forma o fato descobrimento do Brasil:
“É evidente que o achamento da nova terra foi intencional e não seria a adversidade dos ventos que conseguiria empurrar para Oeste toda uma frota de pilotos experimentados como os portugueses de então. O que se conclui é que, na verdade, tinha um grande valor e obediência a uma grande estratégia a POLÍTICA DE SIGILO (apesar de tudo, inegável) do rei D. João II no sentido de avançar com segurança pelos mares [a]fora sem provocar as cobiças de potencias estrangeiras.”
REIS, Antônio do Carmo. Nova História de Portugal. Lisboa: Editorial Notícias, 1999, p. 69.

Após a leitura, responda à questão.
(Unicamp-SP – questão adaptada) A base da tese de que o Brasil teria sido descoberto por Duarte Pacheco em 1498 gira em torno de seu manuscrito intitulado Esmeraldo de situ orbis produzido entre 1505 e 1508. Trata-se de um relato das viagens de Duarte Pacheco não só ao Brasil como também à costa da África, principal fonte de riqueza se Portugal no século XV. O rei D. Manuel I considerou tão valiosas as informações náuticas, geográficas e econômicas contidas no documento que jamais permitiu que este fosse tornado público.
(Adaptado de: Istoé, 26 de nov. 1997, p. 65-66.)

a) Em que o relato de Duarte Pacheco e os outros relatos, alteram a versão oficial do descobrimento do Brasil?

b) Por que, no contexto da expansão ultramarina, Portugal procurou manter esse relato em segredo?

c) Quais os interesses de Portugal com a expansão ultramarina?

Atividade retirada do livro: História. Uma abordagem integrada. Petta, Nicolina Luiza de, Eduardo Aparício Baez Ojeda, Luciano Delfini. – 1ª Ed. São Paulo: Moderna, 2005, p.83.

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