Avaliação 3° Ano
TRABALHO (SALA – EM TRIO) 1º BIMESTRE
COLÉGIO FLUMINENSE DE ÉDEN
O INÍCIO DO SÉCULO XX E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Leia as instruções
a. Imprima o texto para levar para a aula (12/03/2009);
b. Responda a primeira questão por e-mail;
c. Para responder a questão (d) da Verificação de leitura 2, pesquise em jornais e revistas e traga para a sala na data combinada - 12/03/2009;
d. Valor do trabalho 6 pontos. (os outros 4 pontos estarão relacionados com atividades feitas em sala, no decorrer do bimestre)
“O MAL-ESTAR DA CIVILIZAÇÃO”
O médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), pai da psicanálise, afirmava que as pessoas não eram fundamentalmente racionais; que os impulsos instintivos constituíam a maior parte da mente. Em O mal-estar da civilização, influenciado pela tragédia da Primeira Guerra Mundial, escreveu que ocorreria um conflito terrível entre nossos instintos e as exigências da civilização. Freud expressava uma visão pessimista sobre a natureza humana. O mal estaria arraigado na essência humana, e não era apenas o produto de um ambiente imperfeito. O ser humano não possuiria uma natureza boa; ao contrário, teria uma poderosa parcela de agressividade. Sua primeira inclinação, em lugar do amor ao próximo, seria a de satisfazer essa agressividade contra ele, humilhá-lo, infligir-lhe sofrimentos, torturas e morte. Os instintos seriam irresistíveis aos homens e a “Grande Guerra” era a maior evidência da perversidade humana.
Para Freud, a civilização requereria o domínio dos instintos agressivos humanos. Através da família, do sacerdote, do professor e da polícia as regras e restrições à nossa natureza animal seriam impostas. No entanto, todos os esforços no sentido de dominar esses instintos agressivos não haviam tido muito êxito.
Apesar desse pessimismo em relação à natureza humana, Freud não glorificou o irracional, que seria autodestrutivo. A civilização seria forma de nos protegermos das fontes de sofrimento, um peso que as pessoas deviam suportar porque a alternativa era ainda pior: a barbárie, a guerra de todos contra todos.
Esse era o clima na Europa no pós-guerra: a confiança no futuro dera lugar à dúvida. As antigas crenças na perfeição humana, nas bênçãos da ciência e no progresso pareciam agora uma expressão de ingênuo otimismo. Durante a guerra, os homens civilizados do século XX tinham excedido em selvageria os bárbaros de todas as épocas anteriores, e a tecnologia, em vez de conduzir ao aprimoramento humano, aumentara os horrores da guerra.
Essa desilusão contribuiu para a popularidade do fascismo no mundo do pós-guerra. Tendo perdido a confiança no poder da razão, muitas pessoas voltaram-se para o fascismo como força salvadora. Os veteranos de guerra tornaram-se seus recrutas ideais.
Muitos alemães juraram recuperar as terras perdidas para os poloneses e sonhavam com uma guerra de desforra. A Itália também se sentia prejudicada. A mobilização nacionalista em torno da guerra forneceria o modelo para futuros ditadores.
Verificação de leitura 1
Em linhas gerais, o que seria para Freud o “mal-estar da civilização” ?
Resposta através do e-mail: wsshist@gmail.com
UMA TROCA DE PRISIONEIROS
“Passeávamos [eu e minha mãe] (...) pois eu queria mostrar-lhe algo na vitrina da livraria (...). Então veio ao nosso encontro um grupo de oficiais franceses em seus uniformes vistosos. Alguns deles tinham dificuldade para caminhar, os outros se adaptavam aos passos daqueles; paramos para deixá-los passar vagarosamente. ‘foram gravemente feridos’, disse minha mãe, ‘estão na Suíça para se restabelecerem. Foram trocados por alemães.’ E já vinha do outro lado um grupo de alemães, também entre eles alguns usado muletas, e os outros retardando os passos por causa deles. Lembro-me, ainda, como o medo me paralisou. O que acontecerá agora? Eles se lançarão uns contra os outros? Em nossa perplexidade não nos desviamos a tempo, e de repente estávamos envolvidos pelos dois grupos que queriam passar. Estávamos sob as arcadas e havia espaço suficiente, mas vimos seus rostos bem de perto, ao darem passagem uns aos outros. Nenhum rosto estava desfigurado pelo ódio ou pela raiva, como eu temia. Eles se olharam calma e amistosamente, como se nada estivesse acontecendo. Alguns se saudaram. Eles andavam muito mais devagar do que as outras pessoas, o que me pareceu uma eternidade. Um dos franceses ainda se virou, agitou sua muleta no ar e gritou para os alemães, que já haviam passado; ‘Salut’. Um dos alemães, que o havia ouvido, imitou-o, também ele abanando uma muleta, e retribuiu a saudação em francês: ‘Salut’. Alguém poderá pensar, ao ouvir este relato, que as muletas foram sacudidas ameaçadoramente, mas de forma alguma foi este o caso; eles, como saudação, mostraram um ao outro o que lhes sobrara em comum: muletas. Minha mãe havia subido na calçada e, parada diante da vitrina me dava as costas. Vi que ela tremia; aproximando-me dela, olhei-a de esguelha; ela estava chorando. Fingimos que olhávamos a vitrina; eu não disse uma palavra. Quando ela se controlou, voltamos para casa, em silêncio. Nunca falamos daquele encontro”
CANETTI, ELIAS. A Língua Absolvida: História de uma juventude. Companhia das Letras, 1987. p. 191-192.
COLÉGIO FLUMINENSE DE ÉDEN
O INÍCIO DO SÉCULO XX E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Leia as instruções
a. Imprima o texto para levar para a aula (12/03/2009);
b. Responda a primeira questão por e-mail;
c. Para responder a questão (d) da Verificação de leitura 2, pesquise em jornais e revistas e traga para a sala na data combinada - 12/03/2009;
d. Valor do trabalho 6 pontos. (os outros 4 pontos estarão relacionados com atividades feitas em sala, no decorrer do bimestre)
“O MAL-ESTAR DA CIVILIZAÇÃO”
O médico austríaco Sigmund Freud (1856-1939), pai da psicanálise, afirmava que as pessoas não eram fundamentalmente racionais; que os impulsos instintivos constituíam a maior parte da mente. Em O mal-estar da civilização, influenciado pela tragédia da Primeira Guerra Mundial, escreveu que ocorreria um conflito terrível entre nossos instintos e as exigências da civilização. Freud expressava uma visão pessimista sobre a natureza humana. O mal estaria arraigado na essência humana, e não era apenas o produto de um ambiente imperfeito. O ser humano não possuiria uma natureza boa; ao contrário, teria uma poderosa parcela de agressividade. Sua primeira inclinação, em lugar do amor ao próximo, seria a de satisfazer essa agressividade contra ele, humilhá-lo, infligir-lhe sofrimentos, torturas e morte. Os instintos seriam irresistíveis aos homens e a “Grande Guerra” era a maior evidência da perversidade humana.
Para Freud, a civilização requereria o domínio dos instintos agressivos humanos. Através da família, do sacerdote, do professor e da polícia as regras e restrições à nossa natureza animal seriam impostas. No entanto, todos os esforços no sentido de dominar esses instintos agressivos não haviam tido muito êxito.
Apesar desse pessimismo em relação à natureza humana, Freud não glorificou o irracional, que seria autodestrutivo. A civilização seria forma de nos protegermos das fontes de sofrimento, um peso que as pessoas deviam suportar porque a alternativa era ainda pior: a barbárie, a guerra de todos contra todos.
Esse era o clima na Europa no pós-guerra: a confiança no futuro dera lugar à dúvida. As antigas crenças na perfeição humana, nas bênçãos da ciência e no progresso pareciam agora uma expressão de ingênuo otimismo. Durante a guerra, os homens civilizados do século XX tinham excedido em selvageria os bárbaros de todas as épocas anteriores, e a tecnologia, em vez de conduzir ao aprimoramento humano, aumentara os horrores da guerra.
Essa desilusão contribuiu para a popularidade do fascismo no mundo do pós-guerra. Tendo perdido a confiança no poder da razão, muitas pessoas voltaram-se para o fascismo como força salvadora. Os veteranos de guerra tornaram-se seus recrutas ideais.
Muitos alemães juraram recuperar as terras perdidas para os poloneses e sonhavam com uma guerra de desforra. A Itália também se sentia prejudicada. A mobilização nacionalista em torno da guerra forneceria o modelo para futuros ditadores.
Verificação de leitura 1
Em linhas gerais, o que seria para Freud o “mal-estar da civilização” ?
Resposta através do e-mail: wsshist@gmail.com
UMA TROCA DE PRISIONEIROS
“Passeávamos [eu e minha mãe] (...) pois eu queria mostrar-lhe algo na vitrina da livraria (...). Então veio ao nosso encontro um grupo de oficiais franceses em seus uniformes vistosos. Alguns deles tinham dificuldade para caminhar, os outros se adaptavam aos passos daqueles; paramos para deixá-los passar vagarosamente. ‘foram gravemente feridos’, disse minha mãe, ‘estão na Suíça para se restabelecerem. Foram trocados por alemães.’ E já vinha do outro lado um grupo de alemães, também entre eles alguns usado muletas, e os outros retardando os passos por causa deles. Lembro-me, ainda, como o medo me paralisou. O que acontecerá agora? Eles se lançarão uns contra os outros? Em nossa perplexidade não nos desviamos a tempo, e de repente estávamos envolvidos pelos dois grupos que queriam passar. Estávamos sob as arcadas e havia espaço suficiente, mas vimos seus rostos bem de perto, ao darem passagem uns aos outros. Nenhum rosto estava desfigurado pelo ódio ou pela raiva, como eu temia. Eles se olharam calma e amistosamente, como se nada estivesse acontecendo. Alguns se saudaram. Eles andavam muito mais devagar do que as outras pessoas, o que me pareceu uma eternidade. Um dos franceses ainda se virou, agitou sua muleta no ar e gritou para os alemães, que já haviam passado; ‘Salut’. Um dos alemães, que o havia ouvido, imitou-o, também ele abanando uma muleta, e retribuiu a saudação em francês: ‘Salut’. Alguém poderá pensar, ao ouvir este relato, que as muletas foram sacudidas ameaçadoramente, mas de forma alguma foi este o caso; eles, como saudação, mostraram um ao outro o que lhes sobrara em comum: muletas. Minha mãe havia subido na calçada e, parada diante da vitrina me dava as costas. Vi que ela tremia; aproximando-me dela, olhei-a de esguelha; ela estava chorando. Fingimos que olhávamos a vitrina; eu não disse uma palavra. Quando ela se controlou, voltamos para casa, em silêncio. Nunca falamos daquele encontro”
CANETTI, ELIAS. A Língua Absolvida: História de uma juventude. Companhia das Letras, 1987. p. 191-192.
Verificação de leitura 2
a. Com base nas idéias de Freud sobre “o mal-estar da civilização e no texto de Canetti, responda:
b. O que as muletas simbolizavam no texto de Canetti?
c. Estabeleça um relação entre as teorias de Freud sobre o “mal-estar da civilização” e o texto.
d. Agora encontre fatos históricos e teorias que justifiquem as seguintes afirmativas: “o homem está fadado ao mal, não é possível acreditar em utopias” ; “É possível apostar na bondade humana e criar utopias da sociedades melhores.”
Atividade (casa - parte integrante do trabalho - folha separada)
Assista o trailer do filme, FELIZ NATAL, no endereço eletrônico, abaixo – em casa – e faça um comentário relacionando o trailer com os textos. (Entrega 12/03/2009)
http://www2.uol.com.br/historiaviva/multimidia/
a. Com base nas idéias de Freud sobre “o mal-estar da civilização e no texto de Canetti, responda:
b. O que as muletas simbolizavam no texto de Canetti?
c. Estabeleça um relação entre as teorias de Freud sobre o “mal-estar da civilização” e o texto.
d. Agora encontre fatos históricos e teorias que justifiquem as seguintes afirmativas: “o homem está fadado ao mal, não é possível acreditar em utopias” ; “É possível apostar na bondade humana e criar utopias da sociedades melhores.”
Atividade (casa - parte integrante do trabalho - folha separada)
Assista o trailer do filme, FELIZ NATAL, no endereço eletrônico, abaixo – em casa – e faça um comentário relacionando o trailer com os textos. (Entrega 12/03/2009)
http://www2.uol.com.br/historiaviva/multimidia/
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