História gera
Herança romana
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Objetivos
Mostrar como muitas de nossas instituições políticas, jurídicas e culturais originam-se na Antigüidade latina.
Comentário
Para o aluno contemporâneo, o estudo de história antiga parece completamente desligado da realidade dos dias de hoje. O estudo da civilização romana antiga é perfeito para mostrar que essa é uma falsa visão da história, baseada em preconceito e desconhecimento.Ponto de partida. Pode-se começar de modo lúdico e descontraído, mostrando como o mundo romano ainda está presente no imaginário atual, seja em filmes ou histórias em quadrinhos. Proponha a seus alunos que pesquisem o assunto e procurem obras nesse sentido, como os quadrinhos de Asterix, o Gaulês, filmes como "O Gladiador" (direção de Ridley Scott) ou "Espártaco" (direção de Stanley Kubrick), ou ainda as versões cinematográficas das aventuras de Asterix. Procure criar um clima, envolver seus alunos com o objeto de estudo, sem que, no primeiro momento, isso reverta numa atividade prática.
Atividades
1) Depois de se assistirem os filmes ou lerem os quadrinhos, procurar discuti-los, a partir da leitura dos textos Roma Antiga: das origens lendárias ao Império ou Antigüidade clássica: o mundo antigo nos quadrinhos de Asterix: o que se pode encontrar nos filmes e nos quadrinhos daquilo que se afirma nos textos?; *Os textos encontram-se no final da postagem.
2) Peça a seus alunos que pesquisem a origem das palavras (e dos conceitos) de "direito", "lei", "lar", "município", "república", "salário", "senado". Além do caráter lingüístico, de sua proveniência latina, o que elas têm que ver com a Roma antiga?
3) Considerando o que foi discutido nos itens anteriores, proponha que os alunos escrevam uma redação dizendo se se consideram ou não herdeiros da civilização romana. Por quê?
Roma antiga
- Introdução
De Rômulo e Remo à República e ao Império
Fernanda Machado*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Para entender como Roma conseguiu adquirir tanta importância e poder é necessário conhecer sua história em mais detalhes. A origem da sociedade romana não tem uma evidência concreta. Baseia-se numa lenda, que era uma maneira antiga de explicar fatos cuja memória se perdeu em tempos muito distantes. Assim, o poeta romano Virgílio alimentou a fantasia de seu povo ao contar que Roma teria sido fundada por dois irmãos: Rômulo e Remo.
Os dois haviam sido abandonados pelo pai ao nascer e só sobreviveram por terem sido alimentados por uma loba. O fato é que os irmãos cresceram, vingaram-se do pai e receberam a missão de fundar uma cidade no local onde foram encontrados pelo animal. Essa lenda criou também a data exata do "nascimento" de Roma: os irmãos teriam fundado a cidade em 753 a.C. O próprio nome dessa localidade derivou do nome um deles (Rômulo), que acabou matando seu irmão Remo devido a disputas políticas.
Como se pode ver, a origem de Roma foi inventada através de uma história que misturava o instinto animal (simbolizado pela loba que amamentou os irmãos), com o nascimento de algo novo (a cidade fundada num lugar deserto), retornando aos instintos agressivos no final (simbolizados na rivalidade entre os irmãos e no assassinato de um deles). Assim, essa origem imaginada serviu para os vários imperadores que a governaram justificarem o caráter agressivo e conquistador dessa sociedade romana.
Patrícios e plebeusSe não temos dados concretos sobre sua fundação, podemos começar a contar a história de Roma, a partir da monarquia (753 a 509 a.C.). Nesse período, o meio de subsistência principal daquele povo era a agricultura. A sociedade romana dividia-se em quatro grupos, segundo a posição política, econômica e social de cada pessoa: havia patrícios, plebeus, clientes e escravos.
A palavra "patrício" (do latim pater, pai) indicava o chefe da grande unidade familiar ou clã. Esses chefes, os patrícios, seriam descendentes dos fundadores lendários de Roma e possuíam as principais e maiores terras. Eles formavam a aristocracia, sendo que somente esse grupo tinha direitos políticos em Roma e formava, portanto, o governo.
Já os plebeus eram descendentes de populações imigrantes, vindas principalmente de outras regiões da península Itálica, ou fruto dos contatos e conquistas romanas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, mas não tinham direitos políticos: não podiam participar do governo e estavam proibidos de casar com patrícios.
Num outro patamar, vinham os clientes, também forasteiros, que trabalhavam diretamente para os patrícios, numa relação de proteção e submissão econômica. Assim, mantinham com os patrícios laços de clientela, que eram considerados sagrados, além de hereditários, ou seja, passados de pai para filho.
Por fim, os escravos, que inicialmente eram aqueles que não podiam pagar suas dívidas e, portanto, tinham que se sujeitar ao trabalho forçado para sobreviver. Depois, com as guerras de conquista, a prisão dos vencidos gerou novos escravos, que acabaram se tornando a maioria da população.
República e expansãoAs conquistas aos outros povos e regiões trouxeram o crescimento das atividades comerciais e das negociações em moeda. A riqueza se concentrou ainda mais nas mãos dos patrícios, que se apropriavam das novas terras. Isso tudo dividiu profundamente a sociedade romana entre ricos (aristocratas) e pobres (plebeus), além da grande massa de escravos que ia se formando. Também os membros do exército, enriquecidos pelas conquistas e saques, tornaram-se uma importante camada social.
A expansão romana iniciou-se na República (509 a 27 a.C.), por meio das lutas contra os povos vizinhos para obterem escravos (séculos. 5 a 3 a.C.). Depois disso, expandiu-se para a Grécia (séc. 3 a.C.), Cartago (cidade africana que controlava o comércio marítimo no Mediterrâneo) e Macedônia (com a conquista da Grécia, havia formado um grande império), sendo estas duas cidades conquistadas no séc. 2 a.C. Na seqüência, o Egito, a Britânia (que corresponde aproximadamente à atual Grã-Bretanha) e algumas regiões da Europa e da Ásia foram conquistados no séc. 1 d.C.
Desde sua origem, Roma fora governada por reis. Um deles foi expulso por tirania em 509 a.C. e o governo da República se estabeleceu, propondo uma nova divisão de poderes entre o Senado, os Magistrados e as Assembléias.
Com as conquistas militares de novos territórios, os generais do Exército acumularam muitos poderes políticos e para deterem as revoltas dos povos dominados, resolveram concentrar o poder. Júlio César era um general que havia conquistado a Gália em 60 a.C. Depois disso, deu um golpe em Roma, atacando-a no ano de 49 a.C. e proclamando-se ditador perpétuo (ou seja, governaria com poderes ilimitados até a sua morte). Foi nesse mesmo ano que conseguiu dominar o Egito. No entanto, nem ele nem seu governo tiveram vida longa: foi assassinado pelos próprios romanos em 44 a.C.
O Império RomanoCom a morte de Júlio César, três líderes políticos governariam juntos. Um deles, Otávio, derrotou os outros e foi o primeiro imperador romano em 31 a.C., recebendo do Senado os títulos de Princeps (primeiro cidadão), Augustus (divino) e Imperator (supremo). Passou para a história com o nome de Augusto, embora essa denominação acompanhasse todos os imperadores que o sucederam. Roma teve 16 imperadores entre os séculos 1 e 3 d.C. A partir daí, começou a desagregação do Império e o descontrole por parte de Roma dos povos dominados.
Entre os séculos 3 e 4 d.C., o imperador Dioclesiano dividiu o Império Romano numa parte ocidental e noutra oriental. Constantino, o imperador seguinte, tomou duas importantes medidas: reunificou seus domínios, tornando a capital do Império Romano Bizâncio (depois chamada de Constantinopla e, hoje, Istambul, na Turquia), localizada na parte oriental dos domínios romanos e legalizou a prática do cristianismo.
Finalmente, Teodósio, um dos últimos imperadores, tornou o cristianismo religião oficial de todo o Império e dividiu-o novamente em duas partes, sendo as capitais Roma e Constantinopla. A primeira foi dominada pelos povos germanos em 476 e marcou o fim do Império Romano do Ocidente. A segunda foi dominada em 1453 pelos turcos e marcou o fim do Império Romano do Oriente.
* Fernanda Machado é historiadora.
De Rômulo e Remo à República e ao Império
Fernanda Machado*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Para entender como Roma conseguiu adquirir tanta importância e poder é necessário conhecer sua história em mais detalhes. A origem da sociedade romana não tem uma evidência concreta. Baseia-se numa lenda, que era uma maneira antiga de explicar fatos cuja memória se perdeu em tempos muito distantes. Assim, o poeta romano Virgílio alimentou a fantasia de seu povo ao contar que Roma teria sido fundada por dois irmãos: Rômulo e Remo.
Os dois haviam sido abandonados pelo pai ao nascer e só sobreviveram por terem sido alimentados por uma loba. O fato é que os irmãos cresceram, vingaram-se do pai e receberam a missão de fundar uma cidade no local onde foram encontrados pelo animal. Essa lenda criou também a data exata do "nascimento" de Roma: os irmãos teriam fundado a cidade em 753 a.C. O próprio nome dessa localidade derivou do nome um deles (Rômulo), que acabou matando seu irmão Remo devido a disputas políticas.
Como se pode ver, a origem de Roma foi inventada através de uma história que misturava o instinto animal (simbolizado pela loba que amamentou os irmãos), com o nascimento de algo novo (a cidade fundada num lugar deserto), retornando aos instintos agressivos no final (simbolizados na rivalidade entre os irmãos e no assassinato de um deles). Assim, essa origem imaginada serviu para os vários imperadores que a governaram justificarem o caráter agressivo e conquistador dessa sociedade romana.
Patrícios e plebeusSe não temos dados concretos sobre sua fundação, podemos começar a contar a história de Roma, a partir da monarquia (753 a 509 a.C.). Nesse período, o meio de subsistência principal daquele povo era a agricultura. A sociedade romana dividia-se em quatro grupos, segundo a posição política, econômica e social de cada pessoa: havia patrícios, plebeus, clientes e escravos.
A palavra "patrício" (do latim pater, pai) indicava o chefe da grande unidade familiar ou clã. Esses chefes, os patrícios, seriam descendentes dos fundadores lendários de Roma e possuíam as principais e maiores terras. Eles formavam a aristocracia, sendo que somente esse grupo tinha direitos políticos em Roma e formava, portanto, o governo.
Já os plebeus eram descendentes de populações imigrantes, vindas principalmente de outras regiões da península Itálica, ou fruto dos contatos e conquistas romanas. Dedicavam-se ao comércio e ao artesanato. Eram livres, mas não tinham direitos políticos: não podiam participar do governo e estavam proibidos de casar com patrícios.
Num outro patamar, vinham os clientes, também forasteiros, que trabalhavam diretamente para os patrícios, numa relação de proteção e submissão econômica. Assim, mantinham com os patrícios laços de clientela, que eram considerados sagrados, além de hereditários, ou seja, passados de pai para filho.
Por fim, os escravos, que inicialmente eram aqueles que não podiam pagar suas dívidas e, portanto, tinham que se sujeitar ao trabalho forçado para sobreviver. Depois, com as guerras de conquista, a prisão dos vencidos gerou novos escravos, que acabaram se tornando a maioria da população.
República e expansãoAs conquistas aos outros povos e regiões trouxeram o crescimento das atividades comerciais e das negociações em moeda. A riqueza se concentrou ainda mais nas mãos dos patrícios, que se apropriavam das novas terras. Isso tudo dividiu profundamente a sociedade romana entre ricos (aristocratas) e pobres (plebeus), além da grande massa de escravos que ia se formando. Também os membros do exército, enriquecidos pelas conquistas e saques, tornaram-se uma importante camada social.
A expansão romana iniciou-se na República (509 a 27 a.C.), por meio das lutas contra os povos vizinhos para obterem escravos (séculos. 5 a 3 a.C.). Depois disso, expandiu-se para a Grécia (séc. 3 a.C.), Cartago (cidade africana que controlava o comércio marítimo no Mediterrâneo) e Macedônia (com a conquista da Grécia, havia formado um grande império), sendo estas duas cidades conquistadas no séc. 2 a.C. Na seqüência, o Egito, a Britânia (que corresponde aproximadamente à atual Grã-Bretanha) e algumas regiões da Europa e da Ásia foram conquistados no séc. 1 d.C.
Desde sua origem, Roma fora governada por reis. Um deles foi expulso por tirania em 509 a.C. e o governo da República se estabeleceu, propondo uma nova divisão de poderes entre o Senado, os Magistrados e as Assembléias.
Com as conquistas militares de novos territórios, os generais do Exército acumularam muitos poderes políticos e para deterem as revoltas dos povos dominados, resolveram concentrar o poder. Júlio César era um general que havia conquistado a Gália em 60 a.C. Depois disso, deu um golpe em Roma, atacando-a no ano de 49 a.C. e proclamando-se ditador perpétuo (ou seja, governaria com poderes ilimitados até a sua morte). Foi nesse mesmo ano que conseguiu dominar o Egito. No entanto, nem ele nem seu governo tiveram vida longa: foi assassinado pelos próprios romanos em 44 a.C.
O Império RomanoCom a morte de Júlio César, três líderes políticos governariam juntos. Um deles, Otávio, derrotou os outros e foi o primeiro imperador romano em 31 a.C., recebendo do Senado os títulos de Princeps (primeiro cidadão), Augustus (divino) e Imperator (supremo). Passou para a história com o nome de Augusto, embora essa denominação acompanhasse todos os imperadores que o sucederam. Roma teve 16 imperadores entre os séculos 1 e 3 d.C. A partir daí, começou a desagregação do Império e o descontrole por parte de Roma dos povos dominados.
Entre os séculos 3 e 4 d.C., o imperador Dioclesiano dividiu o Império Romano numa parte ocidental e noutra oriental. Constantino, o imperador seguinte, tomou duas importantes medidas: reunificou seus domínios, tornando a capital do Império Romano Bizâncio (depois chamada de Constantinopla e, hoje, Istambul, na Turquia), localizada na parte oriental dos domínios romanos e legalizou a prática do cristianismo.
Finalmente, Teodósio, um dos últimos imperadores, tornou o cristianismo religião oficial de todo o Império e dividiu-o novamente em duas partes, sendo as capitais Roma e Constantinopla. A primeira foi dominada pelos povos germanos em 476 e marcou o fim do Império Romano do Ocidente. A segunda foi dominada em 1453 pelos turcos e marcou o fim do Império Romano do Oriente.
* Fernanda Machado é historiadora.
Quadrinhos e Antigüidade
O mundo antigo segundo Asterix e Obelix
Túlio Vilela*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda ? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor." Essa é a introdução que aparece antes de cada aventura de Asterix, o gaulês, famoso herói das histórias em quadrinhos francesas. Nas aventuras de Asterix, os legionários romanos quase sempre aparecem apanhando dos gauleses, especialmente de Obelix, o melhor amigo de Asterix.Mas será que os antigos romanos eram parecidos com os mostrados nessas histórias? E os outros povos da Antigüidade que também aparecem nessas histórias (gauleses, bretões, gregos, egípcios....)? Será que alguma tribo de gauleses conseguiu mesmo resistir aos romanos? Para responder essas e outras perguntas, precisamos separar o que é real do que é imaginário. Isso porque, como veremos com mais detalhes, nas histórias de Asterix, enquanto alguns elementos têm base em fatos históricos, outros são pura fantasia.
Metáfora da ocupação nazista na FrançaAs histórias de Asterix foram criadas com o propósito de divertir e não com a pretensão de "ensinar História". Por isso, elas se valem do mesmo recurso usado para fazer humor nos desenhos animados dos Flintstones, a famosa família da Idade da Pedra: retratar o passado com as características do modo de vida dos dias de hoje. Na verdade, as histórias de Asterix refletem muito mais a época em que foram criadas do que propriamente a época em que elas se passam.Asterix foi criado pela dupla de franceses René Goscinny (escritor, já falecido) e Albert Uderzo (desenhista, que continuou a criar as histórias após a morte de Goscinny em 1977). O personagem apareceu pela primeira vez na revista francesa Pilote em 1959. Segundo vários críticos, o fato dessas histórias tratarem de um povo (os gauleses) resistindo à dominação de outro (os romanos) pode ter sido inspirado na resistência francesa à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou uma crítica à hegemonia dos Estados Unidos após a Segunda Guerra.Seja como for, ao ler Asterix podemos aprender mais a respeito do mundo contemporâneo do que a respeito do mundo antigo. Neste artigo, responderemos algumas perguntas e falaremos um pouco de como diferentes povos foram mostrados nessa famosa série de quadrinhos.
Em qual período da história de Roma se passam as histórias de Asterix?As aventuras de Asterix se passam no período da República (509 a 27 a.C.). Trata-se do período em que Roma foi governada pelo Senado. Os outros períodos da história de Roma são o da Monarquia (753 a 509 a.C.), quando a cidade foi governada por reis, e o do Império (27 a.C. a 476 d.C.), em que o Senado perdeu parte da força que tinha antes e o poder passou a se concentrar nas mãos dos imperadores. Portanto, Júlio César, o general romano que liderou a conquista da Gália, e que é figura recorrente nas aventuras de Asterix, jamais foi imperador como muita gente costuma imaginar.O título de "imperador" (que significa "supremo") só surgiu depois da morte desse general e foi utilizado pela primeira vez por Otávio, sobrinho e filho adotivo de César, que passou a se chamar Augusto (nome que significa "divino"). Apesar de jamais ter recebido o título de imperador, Júlio César foi o principal responsável por várias conquistas militares que tornaram possível o Império Romano. Por isso, em sua homenagem, todos os imperadores romanos eram também chamados de Césares.
O verdadeiro Júlio César era mesmo parecido com o Júlio César mostrado nos quadrinhos?O Júlio César mostrado nos quadrinhos de Asterix guarda semelhanças físicas com as estátuas e bustos feitos em homenagem ao verdadeiro César. No entanto, vale destacar uma curiosidade: essas estátuas e bustos geralmente mostram Júlio César com todos os cabelos, mas quando foram feitas, o modelo já era calvo. Trata-se de um fato comum na História: os poderosos são retratados da forma como eles gostariam de ser lembrados e não como realmente eram. No que se refere à personalidade, o César dos quadrinhos também lembra o que existiu em alguns aspectos, tais como espírito de liderança e habilidade política.
E Cleópatra, a rainha do Egito? Há semelhanças entre a verdadeira e a mostrada em Asterix?A Cleópatra mostrada nos quadrinhos (e também no filme Asterix e Cleópatra) é inspirada na imagem popular difundida nos filmes de Hollywood, a de uma rainha sedutora e de beleza exótica que encantava inúmeros homens. Ao que tudo indica, a verdadeira Cleópatra era bem diferente: descendente dos reis ptolomaicos, dinastia fundada por um dos generais de Alexandre, o Grande, ela tinha muito mais em comum com os gregos do que com os egípcios (Alexandre, que veio da Macedônia, difundiu a cultura grega no Ocidente). Segundo Plutarco, filósofo e historiador grego que viveu na Antigüidade, Cleópatra não tinha uma beleza extraordinária, mas era muito atraente, com uma voz capaz de encantar os homens em qualquer língua. Tal como mostrado no álbum O filho de Asterix, ela teve realmente um filho com Júlio César. No entanto, na vida real, César recusou-se a tornar esse filho seu herdeiro, honra que coube a Otávio. O filho de César e Cleópatra, que se tornou o faraó Ptolomeu 15, também conhecido como Cesarion ("Pequeno César"), teve um final trágico: morreu assassinado aos dezessete anos por ordem de Otávio.
Além de Júlio César e Cleópatra, outras figuras históricas já apareceram nos quadrinhos de Asterix?Sim. Dentre os quais podemos destacar, Vercingetórix, chefe gaulês que tentou resistir à conquista romana, e Brutus, enteado de Júlio César, que se tornaria um dos responsáveis pelo assassinato de César (daí a famosa frase que César teria proferido pouco antes de morrer: "Até tu, Brutus?!").
Alguma tribo gaulesa conseguiu mesmo resistir à ocupação romana?Inicialmente, os gauleses conseguiram oferecer resistência, mas acabaram sendo conquistados pelo exército de César. Em 52 aC. o chefe gaulês Vercingetórix conseguiu unir as tribos do centro e do leste da Gália contra os romanos. Tudo o que sabemos desse chefe é aquilo que o próprio Júlio César escreveu em sua obra "Das guerras na Gália". No início, esse chefe conquistou algumas vitórias usando a prática da "terra queimada", que consistia em abandonar as terras mas deixando-as de maneira que o inimigo não conseguisse se reabastecer (sem comida). No entanto, após uma derrota numa batalha, Vercingetórix se rendeu para poupar seu povo. Foi levado como prisioneiro para Roma e jogado em uma cela. Há indícios de que tenha morrido estrangulado na prisão em 46 a.C. Como se vê, apenas nas aventuras de Asterix é que os gauleses vencem os romanos no final.
Vercingetórix depõe as armas aos pés de César
Todos os povos mencionados nas histórias de Asterix existiram mesmo?Sim. No entanto, como já afirmou certa vez numa entrevista, o próprio desenhista Albert Uderzo, esses povos devem ter sido bem diferentes na vida real, principalmente no que se refere aos costumes. Nos quadrinhos de Asterix, os povos antigos são mostrados com as características atribuídas aos povos que vivem hoje nas regiões onde se passam as histórias. Daí, os gauleses parecerem com a imagem que os franceses fazem de si mesmos (que é bastante diferente da que o resto do mundo faz dos franceses) ou os bretões parecerem com os ingleses dos dias de hoje.
O mundo antigo segundo Asterix e Obelix
Túlio Vilela*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
"Estamos no ano 50 antes de Cristo. Toda a Gália foi ocupada pelos romanos... Toda ? Não! Uma aldeia povoada por irredutíveis gauleses ainda resiste ao invasor." Essa é a introdução que aparece antes de cada aventura de Asterix, o gaulês, famoso herói das histórias em quadrinhos francesas. Nas aventuras de Asterix, os legionários romanos quase sempre aparecem apanhando dos gauleses, especialmente de Obelix, o melhor amigo de Asterix.Mas será que os antigos romanos eram parecidos com os mostrados nessas histórias? E os outros povos da Antigüidade que também aparecem nessas histórias (gauleses, bretões, gregos, egípcios....)? Será que alguma tribo de gauleses conseguiu mesmo resistir aos romanos? Para responder essas e outras perguntas, precisamos separar o que é real do que é imaginário. Isso porque, como veremos com mais detalhes, nas histórias de Asterix, enquanto alguns elementos têm base em fatos históricos, outros são pura fantasia.
Metáfora da ocupação nazista na FrançaAs histórias de Asterix foram criadas com o propósito de divertir e não com a pretensão de "ensinar História". Por isso, elas se valem do mesmo recurso usado para fazer humor nos desenhos animados dos Flintstones, a famosa família da Idade da Pedra: retratar o passado com as características do modo de vida dos dias de hoje. Na verdade, as histórias de Asterix refletem muito mais a época em que foram criadas do que propriamente a época em que elas se passam.Asterix foi criado pela dupla de franceses René Goscinny (escritor, já falecido) e Albert Uderzo (desenhista, que continuou a criar as histórias após a morte de Goscinny em 1977). O personagem apareceu pela primeira vez na revista francesa Pilote em 1959. Segundo vários críticos, o fato dessas histórias tratarem de um povo (os gauleses) resistindo à dominação de outro (os romanos) pode ter sido inspirado na resistência francesa à ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ou uma crítica à hegemonia dos Estados Unidos após a Segunda Guerra.Seja como for, ao ler Asterix podemos aprender mais a respeito do mundo contemporâneo do que a respeito do mundo antigo. Neste artigo, responderemos algumas perguntas e falaremos um pouco de como diferentes povos foram mostrados nessa famosa série de quadrinhos.
Em qual período da história de Roma se passam as histórias de Asterix?As aventuras de Asterix se passam no período da República (509 a 27 a.C.). Trata-se do período em que Roma foi governada pelo Senado. Os outros períodos da história de Roma são o da Monarquia (753 a 509 a.C.), quando a cidade foi governada por reis, e o do Império (27 a.C. a 476 d.C.), em que o Senado perdeu parte da força que tinha antes e o poder passou a se concentrar nas mãos dos imperadores. Portanto, Júlio César, o general romano que liderou a conquista da Gália, e que é figura recorrente nas aventuras de Asterix, jamais foi imperador como muita gente costuma imaginar.O título de "imperador" (que significa "supremo") só surgiu depois da morte desse general e foi utilizado pela primeira vez por Otávio, sobrinho e filho adotivo de César, que passou a se chamar Augusto (nome que significa "divino"). Apesar de jamais ter recebido o título de imperador, Júlio César foi o principal responsável por várias conquistas militares que tornaram possível o Império Romano. Por isso, em sua homenagem, todos os imperadores romanos eram também chamados de Césares.
O verdadeiro Júlio César era mesmo parecido com o Júlio César mostrado nos quadrinhos?O Júlio César mostrado nos quadrinhos de Asterix guarda semelhanças físicas com as estátuas e bustos feitos em homenagem ao verdadeiro César. No entanto, vale destacar uma curiosidade: essas estátuas e bustos geralmente mostram Júlio César com todos os cabelos, mas quando foram feitas, o modelo já era calvo. Trata-se de um fato comum na História: os poderosos são retratados da forma como eles gostariam de ser lembrados e não como realmente eram. No que se refere à personalidade, o César dos quadrinhos também lembra o que existiu em alguns aspectos, tais como espírito de liderança e habilidade política.
E Cleópatra, a rainha do Egito? Há semelhanças entre a verdadeira e a mostrada em Asterix?A Cleópatra mostrada nos quadrinhos (e também no filme Asterix e Cleópatra) é inspirada na imagem popular difundida nos filmes de Hollywood, a de uma rainha sedutora e de beleza exótica que encantava inúmeros homens. Ao que tudo indica, a verdadeira Cleópatra era bem diferente: descendente dos reis ptolomaicos, dinastia fundada por um dos generais de Alexandre, o Grande, ela tinha muito mais em comum com os gregos do que com os egípcios (Alexandre, que veio da Macedônia, difundiu a cultura grega no Ocidente). Segundo Plutarco, filósofo e historiador grego que viveu na Antigüidade, Cleópatra não tinha uma beleza extraordinária, mas era muito atraente, com uma voz capaz de encantar os homens em qualquer língua. Tal como mostrado no álbum O filho de Asterix, ela teve realmente um filho com Júlio César. No entanto, na vida real, César recusou-se a tornar esse filho seu herdeiro, honra que coube a Otávio. O filho de César e Cleópatra, que se tornou o faraó Ptolomeu 15, também conhecido como Cesarion ("Pequeno César"), teve um final trágico: morreu assassinado aos dezessete anos por ordem de Otávio.
Além de Júlio César e Cleópatra, outras figuras históricas já apareceram nos quadrinhos de Asterix?Sim. Dentre os quais podemos destacar, Vercingetórix, chefe gaulês que tentou resistir à conquista romana, e Brutus, enteado de Júlio César, que se tornaria um dos responsáveis pelo assassinato de César (daí a famosa frase que César teria proferido pouco antes de morrer: "Até tu, Brutus?!").
Alguma tribo gaulesa conseguiu mesmo resistir à ocupação romana?Inicialmente, os gauleses conseguiram oferecer resistência, mas acabaram sendo conquistados pelo exército de César. Em 52 aC. o chefe gaulês Vercingetórix conseguiu unir as tribos do centro e do leste da Gália contra os romanos. Tudo o que sabemos desse chefe é aquilo que o próprio Júlio César escreveu em sua obra "Das guerras na Gália". No início, esse chefe conquistou algumas vitórias usando a prática da "terra queimada", que consistia em abandonar as terras mas deixando-as de maneira que o inimigo não conseguisse se reabastecer (sem comida). No entanto, após uma derrota numa batalha, Vercingetórix se rendeu para poupar seu povo. Foi levado como prisioneiro para Roma e jogado em uma cela. Há indícios de que tenha morrido estrangulado na prisão em 46 a.C. Como se vê, apenas nas aventuras de Asterix é que os gauleses vencem os romanos no final.
Vercingetórix depõe as armas aos pés de César
Todos os povos mencionados nas histórias de Asterix existiram mesmo?Sim. No entanto, como já afirmou certa vez numa entrevista, o próprio desenhista Albert Uderzo, esses povos devem ter sido bem diferentes na vida real, principalmente no que se refere aos costumes. Nos quadrinhos de Asterix, os povos antigos são mostrados com as características atribuídas aos povos que vivem hoje nas regiões onde se passam as histórias. Daí, os gauleses parecerem com a imagem que os franceses fazem de si mesmos (que é bastante diferente da que o resto do mundo faz dos franceses) ou os bretões parecerem com os ingleses dos dias de hoje.
Túlio Vilela, formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de São Paulo e um dos autores de "Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula" (Editora Contexto).
Mundo Antigo
Alguns dos povos apresentados nas histórias Asterix
Túlio Vilela*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Alguns dos povos apresentados nas histórias Asterix
Túlio Vilela*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Romanos
Em Asterix, apesar de todas as piadas e absurdos, é possível perceber que alguma pesquisa foi realizada no que se refere ao modo como Roma foi retratada, especialmente nos cenários desenhados por Uderzo. É curioso notar que em Asterix os romanos raramente são retratados como maus ou sinistros, apesar de todos os planos e tentativas de conquistar a aldeia dos gauleses. Isso porque em Asterix, os gauleses não odeiam os romanos, querem apenas preservar sua cultura e estilo de vida. Um exemplo disso é que apesar de possuírem a poção mágica que concede uma força descomunal a quem bebe,e cuja fórmula é conhecida apenas pelo druida Panoramix, os gauleses da aldeia a usam somente para fins de defesa e jamais para conquista. Trata-se de uma crítica a toda forma de expansionismo militar. Outra razão para os romanos, apesar de adversários dos gauleses, serem na sua maioria personagens simpáticos é que Goscinny e Uderzo jamais poderiam negar ou desprezar a herança cultural deixada por Roma. Na vida real, a Gália tornou-se uma das mais romanizadas províncias do Império Romano. Os gauleses acabaram assimilando os hábitos e a cultura romana. Exemplo disso está no próprio idioma, pois a atual língua francesa surgiu do latim, a língua falada pelos antigos romanos, e que também deu origem ao italiano, ao português, ao espanhol e ao romeno (falado na Romênia). Daí as semelhanças entre essas línguas e o fato de serem consideradas línguas latinas.
Em Asterix, apesar de todas as piadas e absurdos, é possível perceber que alguma pesquisa foi realizada no que se refere ao modo como Roma foi retratada, especialmente nos cenários desenhados por Uderzo. É curioso notar que em Asterix os romanos raramente são retratados como maus ou sinistros, apesar de todos os planos e tentativas de conquistar a aldeia dos gauleses. Isso porque em Asterix, os gauleses não odeiam os romanos, querem apenas preservar sua cultura e estilo de vida. Um exemplo disso é que apesar de possuírem a poção mágica que concede uma força descomunal a quem bebe,e cuja fórmula é conhecida apenas pelo druida Panoramix, os gauleses da aldeia a usam somente para fins de defesa e jamais para conquista. Trata-se de uma crítica a toda forma de expansionismo militar. Outra razão para os romanos, apesar de adversários dos gauleses, serem na sua maioria personagens simpáticos é que Goscinny e Uderzo jamais poderiam negar ou desprezar a herança cultural deixada por Roma. Na vida real, a Gália tornou-se uma das mais romanizadas províncias do Império Romano. Os gauleses acabaram assimilando os hábitos e a cultura romana. Exemplo disso está no próprio idioma, pois a atual língua francesa surgiu do latim, a língua falada pelos antigos romanos, e que também deu origem ao italiano, ao português, ao espanhol e ao romeno (falado na Romênia). Daí as semelhanças entre essas línguas e o fato de serem consideradas línguas latinas.
Gauleses
Os gauleses viviam na Gália, território que corresponde mais ou menos aos territórios das atuais França e Bélgica. Assim como nos quadrinhos, os gauleses da vida real tinham carne de javali no cardápio. Também tinham druidas, mas esses eram bem diferentes do simpático Panoramix: realizavam sacrifícios humanos em alguns de seus rituais e, é claro, não tinham a fórmula de nenhuma poção mágica.
Os gauleses viviam na Gália, território que corresponde mais ou menos aos territórios das atuais França e Bélgica. Assim como nos quadrinhos, os gauleses da vida real tinham carne de javali no cardápio. Também tinham druidas, mas esses eram bem diferentes do simpático Panoramix: realizavam sacrifícios humanos em alguns de seus rituais e, é claro, não tinham a fórmula de nenhuma poção mágica.
Bretões
Gauleses e bretões eram povos aparentados. Ambos tinham origem celta. Os celtas eram povos que habitaram o norte e o centro da Europa. Em Asterix entre os bretões, há várias piadas que fazem referência à Inglaterra dos dias de hoje: o fato de as carroças dos bretões andarem na outra mão (da mesma forma como os automóveis trafegam na Inglaterra de hoje), a carroça de dois andares (uma alusão ao famoso ônibus de dois andares que andam nas ruas de Londres), o hábito dos bretões de tomarem a ‘quente água” (uma brincadeira com o hábito inglês do chá das cinco), o fato de os bretões falarem os adjetivos antes dos substantivos (Exemplo: “As romanas patrulhas”) e um certo jogo que lembra dois esportes de origem inglesa, o futebol e o rúgbi (não confundir com o futebol americano). Até o nome do chefe bretão, Godseivzekingos, é uma brincadeira com God Save the King (“Deus salve o rei”), o hino nacional britânico, que também é conhecido como God Save the Queen( “Deus salve a rainha”). Por fim, como a história foi publicada na década de 1960, os quatro bardos que aparecem cantando para delírio das fãs são os próprios Beatles caricaturados.
Gauleses e bretões eram povos aparentados. Ambos tinham origem celta. Os celtas eram povos que habitaram o norte e o centro da Europa. Em Asterix entre os bretões, há várias piadas que fazem referência à Inglaterra dos dias de hoje: o fato de as carroças dos bretões andarem na outra mão (da mesma forma como os automóveis trafegam na Inglaterra de hoje), a carroça de dois andares (uma alusão ao famoso ônibus de dois andares que andam nas ruas de Londres), o hábito dos bretões de tomarem a ‘quente água” (uma brincadeira com o hábito inglês do chá das cinco), o fato de os bretões falarem os adjetivos antes dos substantivos (Exemplo: “As romanas patrulhas”) e um certo jogo que lembra dois esportes de origem inglesa, o futebol e o rúgbi (não confundir com o futebol americano). Até o nome do chefe bretão, Godseivzekingos, é uma brincadeira com God Save the King (“Deus salve o rei”), o hino nacional britânico, que também é conhecido como God Save the Queen( “Deus salve a rainha”). Por fim, como a história foi publicada na década de 1960, os quatro bardos que aparecem cantando para delírio das fãs são os próprios Beatles caricaturados.
Belgas
Os belgas também eram gauleses. César em seu relato sobre a conquista a Gália, chegou a afirmar que os belgas estavam entre os mais valentes guerreiros de toda a Gália.Na França, os belgas são alvo de piadas semelhantes às piadas de português contadas no Brasil. A aventura Asterix entre os belgas também brinca com isso. Nessa mesma aventura, aparecem dois guerreiros belgas com a cara dos detetives Dupond e Dupont, personagens da mais conhecida série de histórias em quadrinhos da Bélgica: As aventuras de Tintim.Vale lembrar que a Bélgica atual é um país com dois idiomas oficiais, o francês e o flamengo (idioma que também é falado na Holanda).
Os belgas também eram gauleses. César em seu relato sobre a conquista a Gália, chegou a afirmar que os belgas estavam entre os mais valentes guerreiros de toda a Gália.Na França, os belgas são alvo de piadas semelhantes às piadas de português contadas no Brasil. A aventura Asterix entre os belgas também brinca com isso. Nessa mesma aventura, aparecem dois guerreiros belgas com a cara dos detetives Dupond e Dupont, personagens da mais conhecida série de histórias em quadrinhos da Bélgica: As aventuras de Tintim.Vale lembrar que a Bélgica atual é um país com dois idiomas oficiais, o francês e o flamengo (idioma que também é falado na Holanda).
Godos
O único povo mostrado de maneira realmente sinistra em Asterix são os godos, povo de origem germânica. Nem mesmo os romanos foram retratados de forma tão negativa.Isso porque os godos representavam os alemães e a memória da ocupação da França pela Alemanha nazista ainda era muito recente quando as aventuras de Asterix foram criadas. em Asterix e os godos, os guerreiros godos usam capacetes semelhantes aos usados pelos alemães na Primeira Guerra Mundial. Nessa mesma história, Asterix e Obelix enfrentam um godo que quer conquistar tudo e todos, trata-se de uma referência a Adolf Hitler, ditador nazista que governou a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.
O único povo mostrado de maneira realmente sinistra em Asterix são os godos, povo de origem germânica. Nem mesmo os romanos foram retratados de forma tão negativa.Isso porque os godos representavam os alemães e a memória da ocupação da França pela Alemanha nazista ainda era muito recente quando as aventuras de Asterix foram criadas. em Asterix e os godos, os guerreiros godos usam capacetes semelhantes aos usados pelos alemães na Primeira Guerra Mundial. Nessa mesma história, Asterix e Obelix enfrentam um godo que quer conquistar tudo e todos, trata-se de uma referência a Adolf Hitler, ditador nazista que governou a Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.
Helvéticos
A região da Helvécia corresponde ao que hoje é a Suíça. daí, na aventura Asrerix entre os helvéticos, aparecerem os banqueiros helvéticos, uma brincadeira em cima dos famosos bancos suíços (os mesmos onde certos políticos brasileiros depositaram dinheiro obtido ilegalmente).
A região da Helvécia corresponde ao que hoje é a Suíça. daí, na aventura Asrerix entre os helvéticos, aparecerem os banqueiros helvéticos, uma brincadeira em cima dos famosos bancos suíços (os mesmos onde certos políticos brasileiros depositaram dinheiro obtido ilegalmente).
Normandos
Os normandos, nome que significa “homens do Norte”, ou nórdicos eram os antigos habitantes da Escandinávia (região gelada da Europa da qual fazem parte a Noruega, a Dinamarca. a Suécia e a Islândia). Trata-se do mesmo povo que, na Idade Média, ficou conhecido como vikings.Há uma região da França atual que recebeu o nome de Normandia porque no passado foi colonizada pelos normandos. Os normandos aparecem com destaque em duas aventuras de Asterix: "Asterix e os Normandos" e "A Grande Travessia". Na primeira, os corajosos normandos organizam uma expedição para tentar descobrir o que é o medo, algo que jamais sentiram e tinham grande curiosidade em saber como era (o final é surpreendente), na segunda, normandos e gauleses chegam na América séculos antes de Colombo. Detalhe: em "A Grande Travessia" , o cão dos normandos é da raça dinamarquês e late com sotaque (!).
Os normandos, nome que significa “homens do Norte”, ou nórdicos eram os antigos habitantes da Escandinávia (região gelada da Europa da qual fazem parte a Noruega, a Dinamarca. a Suécia e a Islândia). Trata-se do mesmo povo que, na Idade Média, ficou conhecido como vikings.Há uma região da França atual que recebeu o nome de Normandia porque no passado foi colonizada pelos normandos. Os normandos aparecem com destaque em duas aventuras de Asterix: "Asterix e os Normandos" e "A Grande Travessia". Na primeira, os corajosos normandos organizam uma expedição para tentar descobrir o que é o medo, algo que jamais sentiram e tinham grande curiosidade em saber como era (o final é surpreendente), na segunda, normandos e gauleses chegam na América séculos antes de Colombo. Detalhe: em "A Grande Travessia" , o cão dos normandos é da raça dinamarquês e late com sotaque (!).
Hispânicos
Na aventura "Asterix na Hispânia", Asterix e Obelix visitam a Hispânia ,nome que era dado a Península Ibérica (onde hoje ficam Portugal e Espanha). Nessa história, os hispânicos lembram os espanhóis de hoje,falam “Olé” e gostam de touradas. Só mesmo nos quadrinhos, porque certamente, os hispânicos deviam ser bem diferentes dos espanhóis atuais. Uma das razões é porque boa parte da cultura espanhola de hoje é produto de influências que vieram depois do domínio romano, como por exemplo, a influência árabe.
Na aventura "Asterix na Hispânia", Asterix e Obelix visitam a Hispânia ,nome que era dado a Península Ibérica (onde hoje ficam Portugal e Espanha). Nessa história, os hispânicos lembram os espanhóis de hoje,falam “Olé” e gostam de touradas. Só mesmo nos quadrinhos, porque certamente, os hispânicos deviam ser bem diferentes dos espanhóis atuais. Uma das razões é porque boa parte da cultura espanhola de hoje é produto de influências que vieram depois do domínio romano, como por exemplo, a influência árabe.
Índios norte-americanos
Uderzo e Goscinny não fizeram piadas em cima apenas dos países da Europa, sobrou também para os Estados Unidos. Em "A Grande Travessia", Asterix e Obelix chegam à América do Norte e encontram uma tribo de índios. Num momento, um dos índios apanha de Obelix e fica enxergando estrelas, no caso, as estrelas da bandeira dos Estados Unidos. Outro índio apanha de Asterix, mas as estrelas que esse enxerga são da insígnia da força aérea norte-americana. Imaginem só se tivessem chegado na América do Sul, mais especificamente onde hoje é o Brasil...
Uderzo e Goscinny não fizeram piadas em cima apenas dos países da Europa, sobrou também para os Estados Unidos. Em "A Grande Travessia", Asterix e Obelix chegam à América do Norte e encontram uma tribo de índios. Num momento, um dos índios apanha de Obelix e fica enxergando estrelas, no caso, as estrelas da bandeira dos Estados Unidos. Outro índio apanha de Asterix, mas as estrelas que esse enxerga são da insígnia da força aérea norte-americana. Imaginem só se tivessem chegado na América do Sul, mais especificamente onde hoje é o Brasil...
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