Blogs e Fotoblogs que ensinam Registros de aulas no mundo virtual
Registrar é fundamental. Escreve-se muito pouco nas escolas hoje em dia. E não são apenas os alunos que estão deixando os lápis e as canetas parados em cima das carteiras ou dentro dos estojos, também os professores estão abandonando esse hábito salutar ou nem ao menos começaram a praticá-lo. E é de conhecimento geral e apregoado a quem queira ou mesmo a quem não queira escutar que a qualidade na escrita está relacionada a prática, a utilização cotidiana, ao uso regular dessa importantíssima ferramenta chamada escrita.
É de igual conhecimento que a escrita qualificada está associada à leitura. Quanto mais se lê, melhores as condições para o desenvolvimento de textos de reconhecido valor. A leitura agrega vocabulário, melhora a noções de coerência e lógica, permite que a pessoa tenha mais argumentos para escrever e ainda torna mais criativas as pessoas que se atrevem a entrar no mundo das letras com seus textos.
Escrever é parte integrante das minhas atividades diárias. Agradeço a Deus (e a meus pais pela boa educação que me concederam) pela oportunidade de poder colocar no papel as idéias, pensamentos, reflexões, conceitos e experiências que tenho vivenciado em educação. Fazer esses registros não é uma tarefa desgastante ou um trabalho desagradável, pelo contrário, é um grande prazer e uma oportunidade excepcional de compartilhar com outras pessoas tudo aquilo que vivencio, estudo, realizo e penso.
Registrar é uma das mais importantes ações humanas desde o princípio dos tempos. A escrita está, certamente, entre as mais revolucionárias invenções da humanidade. Através dos documentos que conseguimos recuperar através da história criamos condições para melhor estruturar o mundo em que vivemos, compreender os fenômenos naturais, entender as relações humanas, construir nossas cidades, plantar alimentos e ter maior produtividade, salvar vidas, ir a Lua,...
A tecnologia proporcionou, ao longo dos tempos, que novos equipamentos e recursos surgissem para facilitar novos registros e perpetuá-los. Os computadores e a Internet constituem apenas a última geração de ferramentas que surgiram com esse intuito (entre muitos outros que podem ser realizados por essas incríveis máquinas).
Isso, no entanto, não aposenta os cadernos e lápis, tradicionais meios utilizados pelos amantes das palavras para compor seus textos. Há, inclusive, muitos fervorosos adeptos desses instrumentos mais convencionais que nem admitem utilizar computadores ao invés de papel e tinta onde possam compor a partir de suas próprias mãos. São cada vez menos numerosos esses saudosistas em sua luta como Quixotes que enfrentam os gigantes/moinhos de vento...
A maior parte das pessoas está aderindo aos artefatos da informática. Esse público está convencido das vantagens e facilidades dos computadores e da rede mundial de computadores. Isso pode ser muito proveitoso para a educação, a escrita e o registro especificamente. Temos que, no entanto, garantir que o espaço seja utilizado de forma adequada, apropriada aos interesses da educação, da ciência e do conhecimento.
Isso quer dizer que temos que ensinar nas escolas, verdadeiramente apregoando, que ao se escrever em computadores devemos prezar pela qualidade da linguagem utilizada. Seja para a composição de textos destinados aos portais, sites, informativos, publicidades, blogs, fotoblogs ou mesmo na comunicação instantânea realizada através de messengers ou afins, devemos cobrar o uso de uma linguagem em que o vocabulário, a concordância, a lógica, a acentuação e a pontuação sejam usados devidamente.
Foi pensando nisso que implementei um projeto (que ainda está em andamento) através do qual meus alunos do curso de Gastronomia, do Centro Universitário Senac de Campos do Jordão, estão construindo blogs ou fotoblogs através dos quais realizam o registro das aulas nas quais nos encontramos.
A idéia se tornou ainda mais fortuita pelo fato de estarmos trabalhando esses registros para a disciplina Metodologia de Pesquisa. Um dos princípios básicos para o desenvolvimento de pesquisa, em qualquer área do conhecimento é que o pesquisador realize registros regulares de suas atividades através dos quais acompanha a evolução de seus levantamentos e permite a outros estudiosos que conheçam suas idéias.
O objeto de nossas descrições, sínteses, análises e críticas são as próprias aulas de metodologia. Isso permite que o professor em questão consiga perceber através das informações registradas nos Blogs e Fotoblogs quais os conceitos e idéias que foram melhor compreendidos, que informações e dados precisam ser trabalhados novamente, quais as estratégias de aula que deram certo ou errado,...
De posse dessas informações é possível que o professor possa repensar sua prática, modificar trechos do percurso escolhido por ele, utilizar novas ferramentas para facilitar e aperfeiçoar suas aulas, modificar a bibliografia original de seu trabalho, perceber o que seus estudantes pensam do trabalho que está sendo desenvolvido,...
Para os estudantes cria-se uma ótima oportunidade de estudar com regularidade os conteúdos trabalhados nas aulas, certificar-se dos conceitos e idéias demonstrados, apresentar as eventuais dúvidas através dos próprios blogs/fotoblogs, Receber o retorno de suas preocupações on-line ou em aulas posteriores e ainda aperfeiçoar suas habilidades de registro e escrita para que se torne um profissional mais completo ao sair da universidade.
Nesse projeto tive a preocupação de organizá-los em duplas para que fosse possível uma comparação entre os dados obtidos por diferentes alunos a partir de uma mesma origem, ou seja, a aula. Dessa forma entre os dois estudantes torna-se possível uma interação que ajude a tirar dúvidas e permita a construção de definições mais claras quanto aos temas trabalhados em cada aula.
Todos os registros criados devem descrever, analisar, explicar e apresentar as aulas dadas nesse curso de metodologia. O conjunto de registros realizados pelos alunos torna-se então material que será avaliado pelo professor e também servirá como objeto de análise dos outros colegas de curso.
Expandem-se as oportunidades de interação e troca de idéias a partir do momento em que os alunos que fazem parte de outros grupos acessam esses blogs/fotoblogs.
A utilização de imagens é estimulada e também constitui elemento que permite ao professor visualizar a coerência entre os textos produzidos e as ilustrações escolhidas para referendar os registros. O conjunto de relatos que compõe cada blog/fotoblog torna-se, ao final do curso, a principal referência para a primeira avaliação do curso e dos alunos ao mesmo tempo em que, enquanto diário de bordo, facilita a revisão das aulas e prepara esses estudantes para as provas finais.
A transposição dessa atividade para qualquer outra disciplina ou nível de ensino (a partir do Ensino Fundamental II) é possível. Cabe apenas aos professores dessas outras áreas de atuação adaptar tal prática a seus interesses e propósitos. O importante é ser criativo e, a partir de sua inventividade, permitir e estimular seus estudantes a também pensar e agir de modo a mudar para melhor suas áreas de estudo, pesquisa e atuação. Então, mãos à obra...
Registrar é fundamental. Escreve-se muito pouco nas escolas hoje em dia. E não são apenas os alunos que estão deixando os lápis e as canetas parados em cima das carteiras ou dentro dos estojos, também os professores estão abandonando esse hábito salutar ou nem ao menos começaram a praticá-lo. E é de conhecimento geral e apregoado a quem queira ou mesmo a quem não queira escutar que a qualidade na escrita está relacionada a prática, a utilização cotidiana, ao uso regular dessa importantíssima ferramenta chamada escrita.
É de igual conhecimento que a escrita qualificada está associada à leitura. Quanto mais se lê, melhores as condições para o desenvolvimento de textos de reconhecido valor. A leitura agrega vocabulário, melhora a noções de coerência e lógica, permite que a pessoa tenha mais argumentos para escrever e ainda torna mais criativas as pessoas que se atrevem a entrar no mundo das letras com seus textos.
Escrever é parte integrante das minhas atividades diárias. Agradeço a Deus (e a meus pais pela boa educação que me concederam) pela oportunidade de poder colocar no papel as idéias, pensamentos, reflexões, conceitos e experiências que tenho vivenciado em educação. Fazer esses registros não é uma tarefa desgastante ou um trabalho desagradável, pelo contrário, é um grande prazer e uma oportunidade excepcional de compartilhar com outras pessoas tudo aquilo que vivencio, estudo, realizo e penso.
Registrar é uma das mais importantes ações humanas desde o princípio dos tempos. A escrita está, certamente, entre as mais revolucionárias invenções da humanidade. Através dos documentos que conseguimos recuperar através da história criamos condições para melhor estruturar o mundo em que vivemos, compreender os fenômenos naturais, entender as relações humanas, construir nossas cidades, plantar alimentos e ter maior produtividade, salvar vidas, ir a Lua,...
A tecnologia proporcionou, ao longo dos tempos, que novos equipamentos e recursos surgissem para facilitar novos registros e perpetuá-los. Os computadores e a Internet constituem apenas a última geração de ferramentas que surgiram com esse intuito (entre muitos outros que podem ser realizados por essas incríveis máquinas).
Isso, no entanto, não aposenta os cadernos e lápis, tradicionais meios utilizados pelos amantes das palavras para compor seus textos. Há, inclusive, muitos fervorosos adeptos desses instrumentos mais convencionais que nem admitem utilizar computadores ao invés de papel e tinta onde possam compor a partir de suas próprias mãos. São cada vez menos numerosos esses saudosistas em sua luta como Quixotes que enfrentam os gigantes/moinhos de vento...
A maior parte das pessoas está aderindo aos artefatos da informática. Esse público está convencido das vantagens e facilidades dos computadores e da rede mundial de computadores. Isso pode ser muito proveitoso para a educação, a escrita e o registro especificamente. Temos que, no entanto, garantir que o espaço seja utilizado de forma adequada, apropriada aos interesses da educação, da ciência e do conhecimento.
Isso quer dizer que temos que ensinar nas escolas, verdadeiramente apregoando, que ao se escrever em computadores devemos prezar pela qualidade da linguagem utilizada. Seja para a composição de textos destinados aos portais, sites, informativos, publicidades, blogs, fotoblogs ou mesmo na comunicação instantânea realizada através de messengers ou afins, devemos cobrar o uso de uma linguagem em que o vocabulário, a concordância, a lógica, a acentuação e a pontuação sejam usados devidamente.
Foi pensando nisso que implementei um projeto (que ainda está em andamento) através do qual meus alunos do curso de Gastronomia, do Centro Universitário Senac de Campos do Jordão, estão construindo blogs ou fotoblogs através dos quais realizam o registro das aulas nas quais nos encontramos.
A idéia se tornou ainda mais fortuita pelo fato de estarmos trabalhando esses registros para a disciplina Metodologia de Pesquisa. Um dos princípios básicos para o desenvolvimento de pesquisa, em qualquer área do conhecimento é que o pesquisador realize registros regulares de suas atividades através dos quais acompanha a evolução de seus levantamentos e permite a outros estudiosos que conheçam suas idéias.
O objeto de nossas descrições, sínteses, análises e críticas são as próprias aulas de metodologia. Isso permite que o professor em questão consiga perceber através das informações registradas nos Blogs e Fotoblogs quais os conceitos e idéias que foram melhor compreendidos, que informações e dados precisam ser trabalhados novamente, quais as estratégias de aula que deram certo ou errado,...
De posse dessas informações é possível que o professor possa repensar sua prática, modificar trechos do percurso escolhido por ele, utilizar novas ferramentas para facilitar e aperfeiçoar suas aulas, modificar a bibliografia original de seu trabalho, perceber o que seus estudantes pensam do trabalho que está sendo desenvolvido,...
Para os estudantes cria-se uma ótima oportunidade de estudar com regularidade os conteúdos trabalhados nas aulas, certificar-se dos conceitos e idéias demonstrados, apresentar as eventuais dúvidas através dos próprios blogs/fotoblogs, Receber o retorno de suas preocupações on-line ou em aulas posteriores e ainda aperfeiçoar suas habilidades de registro e escrita para que se torne um profissional mais completo ao sair da universidade.
Nesse projeto tive a preocupação de organizá-los em duplas para que fosse possível uma comparação entre os dados obtidos por diferentes alunos a partir de uma mesma origem, ou seja, a aula. Dessa forma entre os dois estudantes torna-se possível uma interação que ajude a tirar dúvidas e permita a construção de definições mais claras quanto aos temas trabalhados em cada aula.
Todos os registros criados devem descrever, analisar, explicar e apresentar as aulas dadas nesse curso de metodologia. O conjunto de registros realizados pelos alunos torna-se então material que será avaliado pelo professor e também servirá como objeto de análise dos outros colegas de curso.
Expandem-se as oportunidades de interação e troca de idéias a partir do momento em que os alunos que fazem parte de outros grupos acessam esses blogs/fotoblogs.
A utilização de imagens é estimulada e também constitui elemento que permite ao professor visualizar a coerência entre os textos produzidos e as ilustrações escolhidas para referendar os registros. O conjunto de relatos que compõe cada blog/fotoblog torna-se, ao final do curso, a principal referência para a primeira avaliação do curso e dos alunos ao mesmo tempo em que, enquanto diário de bordo, facilita a revisão das aulas e prepara esses estudantes para as provas finais.
A transposição dessa atividade para qualquer outra disciplina ou nível de ensino (a partir do Ensino Fundamental II) é possível. Cabe apenas aos professores dessas outras áreas de atuação adaptar tal prática a seus interesses e propósitos. O importante é ser criativo e, a partir de sua inventividade, permitir e estimular seus estudantes a também pensar e agir de modo a mudar para melhor suas áreas de estudo, pesquisa e atuação. Então, mãos à obra...
João Luís de Almeida Machado Editor do Portal Planeta Educação; Doutorando em Educação pela PUC-SP; Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP); Professor Universitário e Pesquisador; Autor do livro "Na Sala de Aula com a Sétima Arte – Aprendendo com o Cinema" (Editora Intersubjetiva).
Fonte. Acesso: 12/12/2008
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