"MAS OUTROS CRITICARAM!!"
Aqui você vai ver como o núcleo da controvérsia se amplia, através da introdução de um elemento novo: a crítica dos historiadores que fizeram o "balanço" das respostas dadas e que avaliaram o peso das mesmas.
O QUE É PARA FAZER
1 - LER o TEXTO com toda atenção.
2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que se encontra explicado no rodapé.
3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIO nº 5: ele conduzirá você ao levantamento de CRÍTICAS a algumas respostas apresentadas à QUESTÃO-GERADORA que você está estudando.
1 - LER o TEXTO com toda atenção.
2 - VERIFICAR o significado dos TERMOS DIFÍCEIS e que se encontra explicado no rodapé.
3 - RESPONDER o QUESTIONÁRIO nº 5: ele conduzirá você ao levantamento de CRÍTICAS a algumas respostas apresentadas à QUESTÃO-GERADORA que você está estudando.
O NEGRO: BASE DA COLONIZAÇÃO
Embora o índio tenha sido um elemento importante para a construção da colônia nos seus primeiros de africanos e seus descendentes o pilar mais sólido sobre o qual se erigiu a sociedade
brasileira.
Em alguns pontos do território, o índio chegou a ser mais fundamental que o negro, como mão-de-obra. Em São Paulo, até ao final do Século XVII, quase não se encontravam pretos, e os documentos da época que usavam o termo "negros" referiam-se na verdade a índios, pois a palavra foi comumente utilizada para designar quaisquer elementos das raças dominadas. Nos primeiros tempos do Rio de Janeiro, até à segunda metade do Século XVII, a mão-de-obra nativa era também amplamente predominante e sua escravização chegou a despertar polémicas e conflitos entre os colonos e algumas autoridades eclesiásticas.
O mesmo se deu nas regiões setentrionais do Brasil, Maranhão e Pará, onde o tráfico negreiro só se tornou regular nas últimas décadas do Século XVIII. Lá também o índio foi muito utilizado, de maneira quase exclusiva, tornando-se objeto de acirradas disputas entre jesuítas e colonos.
Mas o predomínio do escravo negro foi total nas grandes áreas açucareiras da Bahia e da Zona da Mata nordestina, generalizando-se mais tarde para todas as às de economia exportadora do Brasil.
Devido a esse predomínio, alguns autores chegaram a ensaiar uma pseudo-explicação para a "preferência" dada ao negro como trabalhador. Analisaram tais autores as características físicas e culturais dos elementos das raças subordinadas, de maneira claramente racista, para chegar à conclusão ou de uma pretensa "superioridade" do negro no eito, ou de uma suposta "indisposição" cultural do índio para o trabalho da lavoura. Como se o trabalho não fosse escravo e os índios pudessem "escolher" a atividade para a qual estivessem mais aptos...
Os progressos atuais da antropologia já atiraram ao limbo todos esses raciocínios, que aliás nem teriam sido feitos se se tratasse realmente de um trabalho historiográfico profundo e não de manifestações da ideologia do colonialismo: bastaria aos historiadores do início do Século verificar o alto grau de aperfeiçoamento técnico e de produtividade do trabalho atingido pelos guaranis das reduções jesuíticas platinas (já nessa época razoavelmente estudadas), para não formularem ideia s sobre o "despreparo" ou "indolência" dos índios para a atividade regular.
Realmente essenciais para explicar o uso do africano são as estruturas e as práticas do mercantilismo¹ portugueses na época do início da colonização. Desde os meados do Século XV os portugueses haviam estabelecido um comércio crescente de negros escravos para o reino, e depois também para as ilhas do Atlântico africano que se dedicavam ao cultivo de cana e outros artigos. Esse tráfico, contando com praças comerciais poderosas, com um fornecimento regular de negros, com grandes somas investidas, dá grandes lucros ao mercantilismo luso, do qual era peça essencial. No início do Século XVI ele se voltou decisivamente para a América, dirigindo-
se às Antilhas e a outros pontos do Novo Mundo. A existência desse rendoso tráfico foi, sem dúvida, a razão para o uso em larga escala do escravo africano nas lavouras brasileiras, cuja própria existência foi determinada pelo mercantilismo luso, tendo portanto que se subordinar aos mecanismos deste.
¹Mercantilismo: É a política econômica adotada pelos Estados Modernos europeus entre os Séculos XV e XVIII. Corresponde à época do capitalismo comercial, e apresentou variações especiais em cada país. Ãs doutrinas e as práticas mercantilistas visavam fortalecer o Estado e a riqueza nacional. Suas características básicas são: a valorização dos metais preciosos como a fonte essencial de riqueza; o incentivo às exportações e à produção de valor comercial (por exemplo, açúcar e vinhos) para obter um saldo favorável na balança comercial; o protecionismo à economia nacional, através de monopólios e barreiras alfandegárias; o controle
do Estado sobre as atividades econômicas; a proteção aos comerciantes nacionais através de privilégios especiais; a formação de impérios coloniais.
do Estado sobre as atividades econômicas; a proteção aos comerciantes nacionais através de privilégios especiais; a formação de impérios coloniais.
QUESTIONÁRIO nº 5
1 — Para o Autor, qual é o fator que explica a introdução da escravidão negra na colônia?
2 — Neste texto, você nota diferenças entre o índio e o negro?
3 — Pela leitura do texto, o trabalho do índio chegou a ser mais importante que o do negro?
4 — Quais as críticas feitas pelo Autor às chamadas "pseudo-explicações" do problema da escravidão?
5 — Essas críticas podem ser dirigidas às interpretações contidas nos textos já estudados?
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