Continuação... "E ELES RESPONDERAM!"
TEXTO nº 2
"Um dos aspectos mais dolorosos da História do Brasil foi o trabalho escravo, introduzido em nossas terras desde a época da descoberta. Não constituímos, devese lembrar, uma exceção nesse particular. Nas colônias francesas, inglesas, espanholas e de outras nações o mesmo sistema era empregado. Um dos principais pretextos para a utilização dos escravos era a afirmação de que os homens de raça branca não seriam capazes de realizar pesados serviços braçais em nosso clima. Com este argumento e outros semelhantes, os colonos aprisionavam os índios e os obrigavam a trabalhos a que eles não estavam habituados. Algumas ordens religiosas, notadamente a dos jesuítas, procuraram lutar contra a escravização, despertando com essa atitude a hostilidade dos colonos. Certas pessoas aconselharam a importação de cativos africanos que, apesar de seu preço elevado, foram introduzidos em regular número nas lavouras da Bahia e do Nordeste, na segunda metade do século XVI.
Vieram de Portugal ordens severas, proibindo a escravização dos índios. Os colonos portugueses, entretanto, sempre arranjavam pretexto para burlar as proibições, ora aproveitando-se de leis que lhes permitiam proteger os naturais da terra, ora provocando conflitos, pois era-lhes permitido transformar em escravos os prisioneiros feitos em guerras justas. O próprio prestígio dos jesuítas não os impediu de agir dessa maneira pouco humana.
(...)
Sempre necessitavam as nossas lavouras do braço escravo, e alegando esse pretexto recorriam os colonos ao apresamento dos indígenas. Estes últimos, é verdade, foram sendo gradualmente substituídos por cativos de origem africana, principalmente nas regiões do Nordeste, onde as culturas proporcionavam lucros substanciais. Nas vilas do Sul, porém, muito mais pobres, não era possível pagar os elevados preços exigidos para os escravos negros, e por isso ali continuou a ser praticada, em grande escala, a caça aos índios. Nessa ocupação se especializaram os
moradores de São Paulo.
(...)
Na época da descoberta do Brasil a escravidão era normalmente praticada em diversas populações africanas que tinham contacto com os portugueses e outros europeus. Quando se iniciou o movimento visando substituir, em toda a América, os trabalhadores índios pelos resistentes escravos negros, o comércio destes últimos já era bastante ativo no litoral da África. Os próprios reis, ou chefes de tribos desse continente, frequentemente ofereciam à venda os prisioneiros de guerra, e, às vezes, pessoas do próprio povo. À medida que o apresamento de escravos se tornava mais rendoso, ia aumentando o número de expedições especialmente destinadas a trazer os cativos aos portos de embarque. E algumas cidades chegaram a experimentar notável prosperidade, graças a tão desumano comércio.
(...)
O transporte de pessoas destinadas ao trabalho forçado não se fez apenas para o Brasil. Foi praticado por todas as nações da Europa que possuíam colônias, tais como a Inglaterra, França e Espanha. Era, naquelas épocas, um sistema que muita gente condenava, mas que dava grandes lucros e por isso os governos o permitiam e até o estimulavam".
TEXTO nº 2
"Um dos aspectos mais dolorosos da História do Brasil foi o trabalho escravo, introduzido em nossas terras desde a época da descoberta. Não constituímos, devese lembrar, uma exceção nesse particular. Nas colônias francesas, inglesas, espanholas e de outras nações o mesmo sistema era empregado. Um dos principais pretextos para a utilização dos escravos era a afirmação de que os homens de raça branca não seriam capazes de realizar pesados serviços braçais em nosso clima. Com este argumento e outros semelhantes, os colonos aprisionavam os índios e os obrigavam a trabalhos a que eles não estavam habituados. Algumas ordens religiosas, notadamente a dos jesuítas, procuraram lutar contra a escravização, despertando com essa atitude a hostilidade dos colonos. Certas pessoas aconselharam a importação de cativos africanos que, apesar de seu preço elevado, foram introduzidos em regular número nas lavouras da Bahia e do Nordeste, na segunda metade do século XVI.
Vieram de Portugal ordens severas, proibindo a escravização dos índios. Os colonos portugueses, entretanto, sempre arranjavam pretexto para burlar as proibições, ora aproveitando-se de leis que lhes permitiam proteger os naturais da terra, ora provocando conflitos, pois era-lhes permitido transformar em escravos os prisioneiros feitos em guerras justas. O próprio prestígio dos jesuítas não os impediu de agir dessa maneira pouco humana.
(...)
Sempre necessitavam as nossas lavouras do braço escravo, e alegando esse pretexto recorriam os colonos ao apresamento dos indígenas. Estes últimos, é verdade, foram sendo gradualmente substituídos por cativos de origem africana, principalmente nas regiões do Nordeste, onde as culturas proporcionavam lucros substanciais. Nas vilas do Sul, porém, muito mais pobres, não era possível pagar os elevados preços exigidos para os escravos negros, e por isso ali continuou a ser praticada, em grande escala, a caça aos índios. Nessa ocupação se especializaram os
moradores de São Paulo.
(...)
Na época da descoberta do Brasil a escravidão era normalmente praticada em diversas populações africanas que tinham contacto com os portugueses e outros europeus. Quando se iniciou o movimento visando substituir, em toda a América, os trabalhadores índios pelos resistentes escravos negros, o comércio destes últimos já era bastante ativo no litoral da África. Os próprios reis, ou chefes de tribos desse continente, frequentemente ofereciam à venda os prisioneiros de guerra, e, às vezes, pessoas do próprio povo. À medida que o apresamento de escravos se tornava mais rendoso, ia aumentando o número de expedições especialmente destinadas a trazer os cativos aos portos de embarque. E algumas cidades chegaram a experimentar notável prosperidade, graças a tão desumano comércio.
(...)
O transporte de pessoas destinadas ao trabalho forçado não se fez apenas para o Brasil. Foi praticado por todas as nações da Europa que possuíam colônias, tais como a Inglaterra, França e Espanha. Era, naquelas épocas, um sistema que muita gente condenava, mas que dava grandes lucros e por isso os governos o permitiam e até o estimulavam".
QUESTIONÁRIO N° 3
1 - Segundo o Autor, o emprego do trabalho escravo foi uma inovação de Portugal na colonização do Brasil?
2 — Por que motivos recorreram os colonos ao trabalho escravo do índio e do negro?
3 - Como se explica a introdução no Brasil de negros africanos para serem escravos?
4 - Por que o índio continuou a ser escravizado em maior número nas capitanias do Sul?
5 — Quais as dificuldades encontradas pelos colonos para escravizar o índio? Podemos dizer que eles desistiram dessa tentativa?
Nenhum comentário:
Postar um comentário