Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

domingo, 28 de dezembro de 2008

Renascimento cultural

A fantástica viagem à ilha Sonante
INSTRUÇÕES:
a) Envie a resposta por e-mail . wsshist@gmail.com
c) Atividade individual.
d) Valor: 1 ponto.
e) Data do envio da resposta: a combinar.
François Rebelais (1494-1553) escreveu, no século XVI, esta fábula sobre a fantástica ilha Sonante, habitada por estranhos pássaros de estranhos nomes:
“(A ilha era habitada por pássaros) grandes, belos e polidos, em tudo semelhantes aos homens da minha pátria, bebendo e comendo como homens, digerindo como homens, dormindo como homens (...). Vê-los era uma bela coisa. Os machos chamavam-se clerigaus, monagaus, padregaus, abadegaus, bispogaus, cardealgaus e papagau – este era o único da sua espécie (...). Perguntamos porque havia só um papagau. Responderam-nos que (...) dos clerigaus nascem os padregaus e assim por diante até que dos bisbogaus nascem os belos cardealgaus, e os cardealgaus, se antes não os leva a morte, acabam em papagau, de que ordinariamente não há mais do que um, como no mundo só existe um Sol (...). Mas donde nascem os clérigaus? (...) – Vêm dum outro mundo, em parte de uma região maravilhosamente grande, que se chama Dias-sem-pão, em parte doutra região, Gente- demasiada (...). A coisa passa-se assim: quando, nalguma nobre família desta última região, há excessos de filhos, corre-se o risco de a herança desaparecer, se for dividida por todos; por isso, os pais vêm descarregar nesta ilha Corcundal os filhos a mais (...). Dizemos ‘Corcundal’ porque esses que para aqui trazem são em geral corcundas, zarolhos, manetas, gotosos (aqueles que sofrem de gota) e malnascidos (sic), pesos inúteis na terra (...). Maior número ainda vem de Dias-sem-pão, pois os habitantes dessa região encontram-se em perigo de morrer de fome, por não ter com que se alimentar e não saber nem querer fazer nada, nem trabalhar em arte ou ofício honesto, nem sequer servir a outrem (...). ou cometeram algum crime que os poderá levar à pena de morte (...) então voam para aqui, tomam aqui este modo de vida, e subitamente engordam e ficam em segurança e liberdade.”
Citado em FREITAS, Gustavo (org.). 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano, 1976. v. 2, p. 161-162 – texto modificado)
Após a leitura do texto, respondam às questões a seguir:
1. Qual é a instituição que metaforicamente (metáfora: Tropo em que a significação natural de uma palavra é substituída por outra com que tem relação de semelhança. Ex: chama-se raposa uma pessoa astuta) é representada pela ilha Sonante?

2. Qual é o motivo que tinham aa famílias nobres para enviar alguns dos seus filhos para a ilha?

3. Quais motivos tinham os habitantes de Dias-sem-pão para migrarem para a ilha?

4. Com quais elementos do texto, Rebelais, critica a instituição representada metaforicamente?

Atividade retirada do livro: História. Uma abordagem integrada. Petta, Nicolina de Luiza , Eduardo Aparício Baez Ojeda, Luciano Delfini. – 1ª Ed. São Paulo: Moderna, 2005, p. 70.

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