Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

INCONFIDÊNCIA MINEIRA

Inconfidência Mineira
Da Página 3 Pedagogia & Comunicação
Objetivos
1) Conhecer os principais atores da Inconfidência Mineira;
2) Reconhecer o principal jogo de forças na Inconfidência Mineira: o conflito de interesses entre a Colônia e a Coroa Portuguesa.
Comentário
O tópico Inconfidência Mineira deve estar contextualizado dentro de um estudo mais abrangente sobre o período colonial. De acordo com a maturidade dos alunos, a abordagem do tema será mais ou menos complexa.
Material
O texto Inconfidência Mineira pode servir de base para o trabalho em sala de aula.
Estratégias
1) Agendar com antecedência uma pesquisa sobre a Inconfidência Mineira e a leitura prévia dos textos indicados;
2) Dividir a sala entre representantes da Coroa e os representantes da Colônia. Os alunos podem se revezar nesses papéis;
3) Promover um debate entre os representantes de cada parte, tornando visíveis as tensões políticas, ideológicas e sociais que deram origem ao episódio da Inconfidência.
Atividades
1) (Opcional) Confecção da bandeira da Inconfidência e colocação da bandeira na frente da classe; 2) Debate entre representantes da Coroa e dos Inconfidentes;
3) Criação na lousa de uma linha do tempo, com os principais acontecimentos da Inconfidência Mineira.
Sugestões e dicas
A atividade na sala de aula pode ser ampliada e transformar-se numa atividade extraclasse. Pode ser encenada uma peça com alunos no papel de inconfidentes e de outros personagens desse período histórico.
Período pombalino
Administração de Pombal deixou marcas
Vitor Amorim de Angelo*Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Quando em 1750 o rei de Portugal, D. José 1o, escolheu Sebastião José de Carvalho e Melo - conde de Oeiras e futuro marquês de Pombal - para ocupar o cargo de primeiro-ministro, começava ali uma nova fase da história do Brasil. Pombal ficou conhecido pelo conjunto de reformas realizadas tanto na metrópole como nas colônias portuguesas. Sua posse como secretário de Estado do Reino de Portugal ocorreu em meio à crise do Antigo Regime e à emergência do Iluminismo. Na Europa, vários países - entre eles, Portugal - passaram a combinar elementos do período absolutista, como o fortalecimento do poder real, por exemplo, com reformas que buscavam diminuir as diferenças sócio-econômicas em relação a outros Estados, como França e Inglaterra, principalmente. Foi o chamado "despotismo esclarecido" ou "absolutismo iluminado".
Apesar da sua importância, o marquês de Pombal nem sempre foi bem visto pela Coroa portuguesa. Nascido em Lisboa, no dia 13 de maio de 1699, Pombal foi nomeado para seu primeiro cargo público aos 39 anos: seria embaixador de Portugal em Londres. Pouco depois da morte da sua primeira mulher, em 1737, Pombal casou-se novamente. Dessa vez, com a condessa Maria Leonor Ernestina Daun, filha do marechal austríaco Leopold von Daun - comandante militar da Áustria na Guerra dos Sete Anos.
O casamento fora arranjado pela rainha de Portugal, a também austríaca D. Maria Ana Josefa de Áustria, amiga íntima da condessa. Assim, com a morte do rei D. João 5o, a rainha-mãe inteveio a favor de Pombal junto a seu filho, D. José 1o, sucessor do trono. Com a coroação de D. José, em 1750, o marquês de Pombal foi nomeado secretário de Estado do Reino de Portugal.
Pombal e o Brasil
Ao tomar posse no cargo de primeiro-ministro, Pombal assumiu não apenas a administração do Estado português, mas também das suas colônias, incluindo o Brasil. Daí porque a era pombalina, como ficaram conhecidos os quase 30 anos em que esteve à frente da Secretaria de Estado do Reino, repercutiu de maneira decisiva sobre o destino brasileiro.
Àquela altura, já havia ficado evidente para a Coroa portuguesa a importância da sua colônia na América. Afinal, em meados do século 18 o Brasil já tinha mais peso econômico e demográfico que a própria metrópole. Por isso, as reformas de Pombal, que na Europa tiveram o objetivo de equiparar Portugal às demais potências do Velho Continente, no Brasil visaram a racionalizar o processo de produção e envio de riquezas para a metrópole. As reformas, portanto, não apenas mantiveram o monopólio comercial entre Portugal e Brasil como também aprofundaram a dominação metropolitana. Sob o ponto de vista administrativo, as mudanças começaram com a extinção do antigo sistema de capitanias hereditárias. Quatro anos depois, a própria capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro - deixando clara a preponderância econômica da região centro-sul sobre o Norte e o Nordeste.
Para aumentar a exploração de riquezas, foram criadas duas companhias de comércio, na tentativa de incrementar a produção naquelas regiões: a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba. Ao mesmo tempo, Pombal intensificou a fiscalização sobre a exploração do ouro em Minas Gerais, numa conjuntura de crise no setor aurífero.
Inconfidência Mineira
Desde o século 17, os produtores eram obrigados a destinar uma parte do ouro à Coroa portuguesa. Em sua administração, Pombal reestruturou a cobrança de impostos sobre a produção aurífera, especialmente o "quinto" e a "derrama". O quinto era uma taxa "per capita" de 20% sobre o ouro produzido na colônia, a ser mandada para Portugal. Durante o período pombalino, o quinto foi fixado em cerca de 1.500 quilos. Evidentemente, com o declínio da produção, tornara-se cada vez mais difícil atender à cobrança do Real Erário português, criado por Pombal para centralizar a fiscalização. Quando o quinto não era pago ou era pago parcialmente, a diferença ficava acumulada. A cobrança dos valores atrasados - chamada de derrama - logo passou a ser realizada pela metrópole. Para receber os valores a que tinha direito, Portugal chegou a confiscar as rendas e propriedades dos devedores. A intensificação das cobranças foi um dos principais motivos da Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789 - mesmo ano em que, na Europa, tinha início a Revolução Francesa.
Por fim, outra importante reforma realizada pelo marquês de Pombal foi a expulsão dos jesuítas do Brasil, como extensão da medida tomada também em Portugal. O objetivo foi não apenas confiscar as propriedades da Igreja como também, no caso da colônia, aprofundar o controle político-econômico nas regiões administradas pelos jesuítas. À expulsão seguiu-se uma profunda reforma educacional, até então sob responsabilidade da Igreja.
De um lado, a medida tomada por Pombal fundamentou-se na secularização do Estado português, numa clara influência iluminista. De outro, era parte de um conjunto de outras decisões, como a abolição da escravidão indígena, em 1757, e o fim da perseguição aos chamados "cristãos-novos", em 1773. Diante dessas reformas, os jesuítas pareciam representar o que havia de mais atrasado, aquilo que precisava ser modernizado, reformado - ainda que de maneira limitada. Em síntese, todos esses fatores explicam o motivo da sua expulsão.

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