Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

sexta-feira, 30 de julho de 2010

RECUPERAÇÃO DA SINAGOGA DE NILOPOLIS.

O vídeo abaixo foi uma indicação do Marcos Davi Duarte da Cunha, membro do Café História

PROJETO JUDEUS EM NILÓPOLIS
Radamés Vieira

Próximo Shtetl: Nilópolis
A partir de 1920, um grupo de cerca de 300 famílias judias se instalou em Nilópolis, na Baixada Fluminense no Estado do Rio de Janeiro. Ali reconstruíram suas vidas em uma colônia, de uma forma muito assemelhada aos Shtetl, aldeias judaicas da Europa oriental, que podem ser muito bem visualizadas na obra do Nobel de literatura Isaac Bashevis Singer.
“Desde os primeiros escritos ficou claro que a literatura de Singer era, antes de tudo, um reflexo de sua infância e adolescência na Polônia. O shtetl é o cenário preferencial, mas os personagens estão longe de ser caricaturais ou ingênuos; o que temos aqui são pessoas à mercê de paixões e fantasias poderosas, inspiradas pelo misticismo e pelo folclore judaicos.” [Moacyr Scliar, in prefácio de 47 contos de Isaac Bashevis Singer (Companhia das Letras,2004)]. Nilópolis não foi muito diferente, apesar de clima e (paisagem) idiossincrasias distintos.
Em Nilópolis, onde essas famílias permaneceram por quase seis décadas, não poderiam deixar de ter os conflitos entre tradição e modernidade, homens e mulheres, riqueza e pobreza, depressão e entusiasmo, razão e misticismo. Diferenças políticas e de interpretação das leis divinas também marcaram encontros e desencontros, amizades e rixas que seriam sempre mediadas por um rabino da capital, o Rio de Janeiro.
A chegada dessas famílias à cidade de Nilópolis coincidiu com o crescimento urbano da cidade, para o que as famílias judias contribuíram em sua efetiva consolidação. Com uma participação ativa na economia da localidade, médicos, alfaiates, pequenos comerciantes, vendedores de porta-em-porta, chamados pelos seus conterrâneos de “clienteltchiks”, cruzavam a rua Mena Barreto, então a principal da cidade, falando Iídiche e oferecendo seus serviços e produtos a outra gente que também chegava àquela época, os migrantes internos, vindos principalmente do interior dos Estados de Minas Gerias, Espírito Santo e do Nordeste do Brasil.
Vamos mostrar também que, na mesma época, floresceu em Nilópolis uma comunidade sírio-libanesa, com basicamente duas grandes famílias, os Sessim David e os Abraão David, que, por características culturais de seus povos mais liberais, se miscigenaram com mais facilidade, tendo inclusive entrado para a política (foram e são vereadores, prefeitos, deputados e líderes de agremiações sócio culturais, como a G.R.E.S. Beija Flor de Nilópolis). Os judeus e os árabes em Nilópolis, conviveram em paz e harmonia, não permitindo que conflitos religiosos e de vizinhança de suas origens afetassem o bem estar comum.
A maioria dos judeus que viveu em Nilópolis já morreu, alguns foram para Israel, e outros se mudaram para Tijuca ou Zona Sul do Rio de Janeiro. Existem poucos remanescentes, (geralmente filhos dos que ali chegaram e acabaram nascendo na cidade), que ainda vivem e têm lembranças desse período. Alguns ilustres, como é o caso da atriz Tereza Rachel e de um dos maiores cancerologistas do Brasil e atual secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, o médico Jacob Kligerman. Outra famosa moradora foi a artista plástica Fayga Ostrower, que faleceu em 2001.

TRADIÇÕES E CULTO
Para manter as tradições magnificamente cantadas pelo personagem central Tevye, [no musical concebido a partir de um conto do escritor ídiche Sholem Aleichem], “Um Violinista no Telhado” (premiado com o Oscar), foi fundada em Nilópolis a sinagoga Tiferet Israel (Beleza de Israel), em fins dos anos 20.
Ela era fundamental para a prática religiosa e aulas da Torá. Nela funcionavam também as escolas de hebraico, Iídiche, além de cultura judaica, que dava um suporte educacional aos filhos dos imigrantes que estudavam em escolas convencionais junto com os não judeus. Era desenvolvida também a pratica de esportes e, em um terreno contíguo, chegou a funcionar um clube esportivo chamado Macabi.
O prédio da sinagoga, construída no estilo holandês pelo Rav Moshe Grymberg, em 1928, apesar de se encontrar em estado de abandono, ainda poderá ser recuperado para a construção de um futuro centro cultural e esportivo, idéia já apoiada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Rio de Janeiro, além de vir a constituir um forte atrativo turístico na cidade.
A Sinagoga Tiferet Israel foi fundada pelo rabino Isaias Rafaelovistsh, um dos que recebeu o cientista Albert Einstein por ocasião de sua visita ao Brasil, em 1925. Ele era o representante no Rio de Janeiro da JCA ou ICA (Jewish Colonization Association), entidade criada em fins do século XIX em Londres, pelo Barão Maurício Hisrsh, que apoiava as populações judaicas pobres perseguidas, principalmente em suas emigrações.
A passagem desse rabino pelo Brasil também deixou outra marca indelével entre os judeus; a união dos ashkenazim (vindos do centro e leste europeu) com os sefaradim (da península ibérica e que já se encontravam por aqui há mais tempo). Ele foi o responsável pela criação da Comunidade Judaica oficial do Rio de Janeiro, no ano de 1924. Até então havia pouco contato entre eles.
Isaias Rafaelovistsh foi por isso o pioneiro na organização da comunidade judaica como um todo no Brasil.Para entendermos melhor essa dispersão, lembrou a pesquisadora Suzane Worcman em seu livro “Heranças e Lembranças”, (da coleção Quase Catálogo, ARI, CIEC e MIS, 1991) o seguinte:
“A imigração judaica deste período (até a década de 30), não se deu de uma forma organizada, tendo um caráter aleatório e familiar; vinha primeiro um irmão, um pai de família, seguido ou não por outros membros da família. Era uma emigração sem retorno, pois nem as primeiras gerações nem as segundas pensavam em voltar”

MORRER PARA VIVER
Como bem relata em seu livro Os Judeus no Brasil (ed. Civilização Brasileira, 2005), a doutora em História Keila Grinberg fala particularmente de uma grande dificuldade na instalação das comunidades judaicas até o início do século XX. “Um dos aspectos mais difíceis da vida cotidiana dos judeus no Brasil do século XIX era a morte. A morte e as questões práticas a ela relacionadas... A dificuldade maior estava no fato de os cemitérios públicos, constituídos a partir da década de 1850, serem de uso exclusivo dos católicos... Resultado: Os judeus não tinham onde ser enterrados”.
Para resolver essa questão, foi criado, em um terreno separado por um muro contíguo ao cemitério municipal já existente, o cemitério comunal Israelita de Nilópolis, que teve seu primeiro sepultamento em 1935 e até hoje é onde, junto com o Cemitério Israelita do Caju e o Cemitério Israelita de Vila Rosali, descansam os judeus que por aqui morrem. Depois da criação do Estado de Israel em 1948, alguns, por desejo manifestado ainda em vida ou de parentes, foram transladados para Jerusalém.

UM GUETO LIVRE NOS TRÓPICOS
O bairro da Praça Onze, no Rio de Janeiro, teve uma vida judaica dinâmica e ativa no início dos anos de 1920 até fins dos anos de 1940. Samuel Malamud, primeiro Cônsul honorário do Estado de Israel no Brasil, descreve em seu livro Memórias da Praça Onze (Kosmos editora, 1988):
“Dava a impressão de um enorme gueto, sem muralhas ou restrições... Naquele período, a população judaica do Rio de Janeiro crescia diariamente, devido ao enorme afluxo imigratório procedente dos países da Europa Oriental. Aos poucos os imigrantes foram se fixando em todos os bairros da cidade, principalmente da Zona Norte... Chegou, inclusive, a surgir uma comunidade bastante numerosa, formando um vilarejo judaico, no município de Nilópolis, a uma hora de trem do Rio, pela Central do Brasil.”
A relação dos judeus de Nilópolis com os da Praça Onze era muito forte, inclusive em inúmeros casos de parentesco. A praça onze funcionava como uma espécie de matriz para os judeus de outros bairros e cidades próximas ao Rio de Janeiro.Era lá que se instalavam em primeiro lugar os que chegavam da Europa.
Cerimônias religiosas, conflitos, consultas ao rabino, sede de instituições culturais e beneficentes e até mesmo relações comerciais eram ali estabelecidas. Essa comunidade teve fim com a demolição no local para a abertura da Avenida Presidente Vargas em fins dos anos de 1940.

O LIVRO DE ADOLFO
Em seu livro ainda inédito “Judeus no Braisl”, o professor titular de História Medieval da USP, Nachman Falbel, revela que o primeiro livro escrito em iídiche no Brasil “Neie Heimein” – Novos Lares-, do escritor Adolfo Kischinevisky, foi editado em Nilópolis no ano de 1932. Adolfo, que na verdade se chamava Yudel, nasceu em Tiraspol, na Rússia, e veio para o Brasil em 1918, tendo tido uma passagem de nove anos pela Argentina onde exerceu o trabalho de relojoeiro.
Morreu aos 46 anos, em 1936 de infecção generalizada, mas chegou a morar e desenvolver várias atividades sociais, políticas e culturais no Brasil. Além de ter participado ativamente da imprensa judaica do Rio de Janeiro como colaborador. Foi presidente do Centro Israelita de Nilópolis e tomou parte em diversas iniciativas comunitárias. Em seu livro de contos, que pretendemos mostrar no documentário, o autor reflete vários aspectos da vida de imigrantes judeus no Brasil que transmite em sua obra literária.

O LIVRO DE ESTHER
Vivência Judaica em Nilópolis é o título do livro de Esther London, (editora Imago, 1999); uma judia nascida em Ostrowiec, na Polônia e que com apenas 19 anos, em 1935, chegou ao Brasil e em 1939 casou-se com Mojza London, de Nilópolis, onde foi morar e constituiu sua família. Morou lá até 1952, onde teve dois filhos, Pedro e Jack London, e participou ativamente da vida comunitária.
A partir do relato desse livro é que vai se desenrolar o documentário e posteriormente um filme de ficção, com argumento inédito do acadêmico Moacyr Scliar e escrito especialmente para cinema. A direção será do cineasta Roberto Farias, com roteiro de Geraldo Carneiro.
Neste livro constatamos depoimentos pungentes de pessoas que lá viveram. De uma forma simples e direta, a autora reproduz diversos momentos de uma vida que hoje só resta na memória de uns poucos.
Sem explicações acadêmicas ou a pretensão de um estudo de comportamento, a senhora Esther London, uma nonagenária lúcida e com incrível poder de articulação de pensamentos e lembranças, desenhou no livro uma tela literária tal qual Carlos Scliar, outro imigrante judeu no Brasil, fazia com seus pincéis em suas telas.
Apesar de ter sofrido um AVC em 2003, e de ter dois filhos e netos, faz questão de morar só (em Copacabana) e continuar a administrar a própria vida, bem no estilo matriarcal comumente encontrado no povo Judeu. E é com ela que tomaremos o primeiro depoimento de um documentário para televisão que servirá de base para o roteiro do filme.

Para maiores informações acesse o site: Judeus em Nilópolis.
http://www.judeusemnilopolis.com.br/release/detalhes-offline.htm

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ídolo das origens.

Leia e de sua opinião. Pois a minha já foi dada.
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las".
Sobre o ensino de história das antigas civilizações – parte 1
MÍDIA & EDUCAÇÃO O ídolo das origens na pesquisa do ensino
Por José Alexandre Silva em 27/7/2010
O historiador francês Marc Bloch, antes de ser fuzilado pelos nazistas nas proximidades de Lyon, fez um mea culpa na sua obra póstuma Apologia da História. A razão das escusas é pelo fato de, como homem de história que era, possivelmente ter cedido ao culto do ídolo das origens. Em outras palavras, ainda as suas, a tentação de explicar o mais próximo pelo mais distante. A observação de Bloch vem sendo ratificada há várias gerações de professores de História e historiadores e ainda assim continuamos prestando nossa reverência ao ídolo das origens.
Num texto de opinião, "A hora e a vez da História", na revista História Viva e reproduzido em várias publicações, o historiador Jaime Pinsky se revolta contra um movimento de escolas que abandonam o ensino de história das civilizações pondo em seu lugar uma espécie de história da atualidade, posterior ao século 19. Sua argumentação se encaminha na direção de que devido a um pragmatismo neoliberal foi diminuído o número de aulas de história e que alguns professores, em nome de um ensino supostamente crítico, estão tirando a possibilidade de os alunos terem uma visão mais abrangente da história. Um belo tributo ao ídolo das origens.
Em entrevista ao jornalista Carlos Haag, da revista Pesquisa Fapesp, três historiadores, Pedro Paulo A. Funari, Renata Senna Garraffoni e Glaydson José da Silva, falaram sobre a relevância do estudo de História Antiga. As perguntas benevolentes do entrevistador se referiam à relevância e à viabilidade da pesquisa em História Antiga no Brasil. A resposta dos historiadores em linhas gerais enfatiza a importância de se conhecer as sociedades que deram origem ao nosso direito, à nossa língua e outras instituições importantes. Vale lembrar que os pesquisadores acima dedicam suas carreiras à pesquisa de História Antiga tendo sido financiados por órgãos de fomento nacionais e internacionais. São como que sacerdotes do ídolo das origens.
O ídolo tem cadeira cativa
30 de julho é o prazo final dado pelo MEC para os professores de Ensino Fundamental de todo país escolherem os livros, dentre os quais os de História, do Programa Nacional de Livros Didáticos para o triênio 2011-2013. 15 coleções de livros foram postas à escolha dos professores e todas reverenciam o ídolo das origens. 94% das coleções são denominadas história integrada e 6% de história temática. A organização dos conteúdos no grupo maior é linear e mesmo que não se mencione utilizam o que é chamado de quadripartição histórica: História Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Intercaladas a essas divisões temporais se incluem conteúdos de História do Brasil, da América e africana e afro-brasileira. Em todas as coleções livros inteiros são dedicados à história das origens do mundo ocidental.
Certamente é inviável mensurar a quantidade de pesquisas que possam estar sendo financiadas por órgãos de fomento à pesquisa sobre Antiguidade ou Idade Média. Questionar se seria mais proveitoso destinar tais verbas para pesquisas referentes à nossa realidade nacional não é sucumbir a uma pedagogia nacionalista, mas direcionar o talento dos pesquisadores para questões referentes à nossa realidade e ou à realidade latino-americana. Não se trata de nacionalismo exacerbado ou de negar a importância da história de outros países. Afinal é com os pressupostos teóricos e metodológicos de historiadores franceses, ingleses, alemães ou italianos que os brasileiros foram treinados. A questão é se debruçar mais sobre a nossa história.
Seja no ensino, na pesquisa, na mídia ou no mercado editorial de livros didáticos e não didáticos de História, o ídolo das origens tem cadeira cativa. Tem também uma rede vasta de acólitos e sacerdotes sempre a postos para a manutenção de seu culto. São professores, historiadores, jornalistas e editores dispostos não só a lhe prestar reverência como também a angariar novos seguidores. O ídolo não se contenta com origens nacionais, mas com as origens da civilização, que remonta a milênios. Questionar a fé no ídolo das origens é questionar a viabilidade da pesquisa e do ensino e da difusão de histórias tão longínquas ao que é propriamente nosso.
A segunda e terceira parte se encontra no link abaixo.
Fonte:http://professorfabio.wordpress.com/

terça-feira, 27 de julho de 2010

Etimologia da palavra: Aluno

ALUNO
Quem conhece os doze trabalhos de Hércules deve lembrar o quanto penou nosso herói para matar a Hidra de Lerna, uma monstruosa serpente de sete cabeças, todas elas dotadas de presas venenosíssimas. Parecia uma tarefa impossível, pois para cada cabeça cortada brotavam outras duas, novinhas em folha — e estariam se multiplicando até hoje, infinitamente, se Hércules não tivesse a idéia de cauterizar os pescoços decepados com a chama de uma tocha (para mais detalhes, sugiro uma volta aos Os Doze Trabalhos de Hércules, na versão genial de Monteiro Lobato). É a esta mesmíssima Hidra, aliás, que estamos nos referindo quando chamamos uma tarefa difícil de “bicho-de-sete-cabeças”.
Sempre me lembro dela e de suas cabeças renováveis quando vejo renascerem velhos mitos lingüísticos que há muito foram sepultados. Confesso que alguns deles são realmente duros de matar! Apesar de transpassados pela espada da razão e pela lança da ciência, não é que volta e meia eles reaparecem para assombrar os cristãos? Pois um leitor de Santa Maria acaba de enviar um apelo para que eu o ajude a enterrar — se possível, de forma definitiva — aquela já tão desacreditada versão de que a palavra aluno carregaria consigo um sentido pejorativo. Mas de novo? Depois de tudo o que se escreveu sobre isso, alguém ainda insiste em defender uma tão rematada tolice? Acho que posso imaginar o desânimo de Hércules, ao ver as hediondas cabeças renascerem…
A palavra aluno vem do Latim alumnus (até aí morreu Neves), da família do verbo alere (”criar, alimentar”). Designa a criança que ainda precisa ser nutrida e cuidada — inicialmente no sentido do alimento físico, passando mais tarde ao sentido do alimento do espírito. Circula por aí — principalmente nos meios pedagógicos, o que é, no mínimo, curioso — a interpretação macarrônica de que a palavra viria, na verdade, da junção do prefixo privativo a- (”que não tem”) com o substantivo lumen (”luz”; corresponde ao nosso lume). Isso a tornaria uma palavra politicamente incorreta, ao sugerir que o estudante seria alguém que vive na treva, à espera da iluminação do professor — o que, dizem algumas vozes modernosas, descreve uma relação desigual, de cima para baixo, quando, na verdade, o professor e o estudante deveriam idealmente manter uma relação de colaboração, funcionando à semelhança dos dois pauzinhos que, atritados um contra o outro, acabam produzindo fogo. Como na Idade da Pedra.
Parece que voltamos aos tempos de Isidoro de Sevilha, dicionarista da Idade Média, que era mestre em torcer o bracinho da etimologia até que ela confessasse o que ele desejava ouvir. Como teólogo (depois santificado), via na “origem” das palavras a evidência das Escrituras; por exemplo, para ele, a morte (em Latim, mors) vem de morsus (”mordida”), pois o homem só passou a ser mortal depois da primeira mordida que o pai Adão deu na maçã… No caso de aluno, nota-se o mesmo desrespeito à realidade lingüística para fins ideológicos. Não vou discutir aqui a concepção pedagógica que está por trás dessa interpretação forçada, com a qual não concordo, mas vou me ater exclusivamente à etimologia do termo. Já falamos nisso aqui nesta coluna: o prefixo privativo a- é do Grego (acéfalo, analfabeto, etc.), enquanto lumen é do Latim. É verdade que palavras modernas — amoral, televisão — podem ser formadas pela união de elementos de línguas diferentes, mas este não é o caso; em alumnus, vocábulo latino muito antigo, não existe prefixo algum, muito menos grego.
Para tentar pôr um fim a essa lengalenga, recomendo a leitura urgente de um valiosíssimo livrinho que todo pedagogo deveria incluir entre suas obras de referência: trata-se de um “dicionário etimológico para ensinar e aprender”, intitulado Oculto nas Palavras, de Luis Castello e Claudia Mársico, professores de Letras Clássicas da Universidade de Buenos Aires (traduzido aqui pela Editora Autêntica, de Belo Horizonte, em 2007). Ali encontrarão, bem explicada e fundamentada, a etimologia de uma centena e meia de palavras pertinentes ao ensino e à educação (como educar, orientar, adolescente, discípulo, tutor, mestre, etc.). Tenho certeza de que os verbetes, que são muito completos e muito bem escritos, serão de grande utilidade para os estudiosos e pesquisadores da área, principalmente por colocarem uma pedra sobre o tão pernicioso “achismo” de nosso mundo acadêmico. A respeito de aluno, por exemplo, os autores começam dizendo, com serenidade e firmeza: “O termo foi, curiosamente, objeto de uma explicação etimológica disparatada(…) Aluno seria ‘o que não possui luz’, ‘o que está no escuro’, e que, portanto, busca ‘iluminar-se’ mediante o estudo. Essa explicação, decerto, não resiste à menor análise histórica ou lingüística“. E por aí eles vão.
(segue)
Sua Língua por Cláudio Moreno – Parte Final
Depois do Acordo:
lingüístico > linguístico
idéia > ideia
Fonte: Sua Língua por Cláudio Moreno

Guerra do Paraguai

Mariana Nunes de Carvalho.
Tutora de História na Educação – UNIRIOmarincarvalho@gmail.com
Resumo: Este artigo aborda as caricaturas de Solano Lopes, ditador paraguaio, na imprensa carioca durante os primeiros anos da Guerra do Paraguai (1865-1868). Através de sua análise retrata a criação de estereótipos de caráter negativo com relação a este ditador e à população de seu país, creditando à estes as características de bárbaros e não civilizados. A partir de tal, mostra o caráter civilizador e nacionalista atribuídos ao Império brasileiro pela imprensa carioca ao negar e ridicularizar o inimigo de guerra.
Palavras-chave: Guerra do Paraguai- Solano Lopes – caricaturas – imprensa – Império brasileiro.
Para acessar o artigo:

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Gincana de História




Tarefa 3

Data da entrega: 19 de agosto.

ATIVIDADE 3º BIMESTRE (3ºANO)


ESTADO NOVO
Atividade: um conjunto de questões sobre o tema que apareceram nos principais vestibulares e livros didáticos. As instruções estão no arquivo (em formato .doc).
Data para entrega: 19 de agosto.

Atividades.doc Era Vargas - Estado Novo.doc

domingo, 25 de julho de 2010

História - A guerra do Paraguai - Parte 2 - 2

História - A guerra do Paraguai - Parte 1 - 2

Guerra do Paraguai


ATIVIDADES SOBRE A GUERRA DO PARAGUAI



CONTANDO E RECONTANDO A GUERRA DO PARAGUAI
Desde o fim da Guerra do Paraguai, sua História vem sendo contada de diferentes formas, não havendo, por vezes, consenso entre elas. As primeiras narrativas historiográficas sobre o conflito foram feitas por militares logo após o fim dos combates, nos últimos anos do Império, e foram exaltadas depois da Proclamação da República, em 1889. As forças armadas republicanas elegeram como heróis alguns oficiais monárquicos, como o Duque de Caxias e o Barão de Tamandaré.
Segundo o historiador Mario Maestri, ”(...) para apoiar a ideia de que a intervenção militar constituiu uma reação ao ataque dos territórios brasileiros, esses relatos propuseram comumente como ponto zero do confronto o aprisionamento do vapor brasileiro Marquês de Olinda, em 12 de novembro de 1864, e não a intervenção brasileira, um mês antes, contra o governo constitucional uruguaio, apoiado pêlo Paraguai. A historiografia nacional-patriótica brasileira propôs que a guerra fosse contra a ditadura de Solano López, e não contra o povo paraguaio. Mesmo se o Império e a Argentina tenham anexado parcelas dos territórios paraguaios, transformando o país em uma verdadeira republiqueta, dizimando literalmente sua população. (Mas...) Como explicar o imenso esforço militar, as baixas multitudinárias e os mais de cinco anos necessários para vergar, em aliança com a Argentina e o Uruguai, uma nação de importância regional menor? Em geral, explicou-se a paradoxal resistência como resultado de preparação militar prévia e do fanatismo guarani, promovidos por Solano López. A indiscutível marcialidade paraguaia prosseguiu como espécie de Esfinge exigindo decifração e dificultando que a guerra galvanizasse o imaginário patriótico brasileiro".
Já nas décadas de 1960 e 1970, outras narrativas foram propostas. Dois livros marcam essa nova interpretação, conhecida como revisionismo: A guerra do Paraguai: um grande negócio (1968), de León Pomer; e Genocídio americano: a Guerra do Paraguai (1979), de Júlio José Chiavenato. Ambos os trabalhos criticavam duramente a Tríplice Aliança, mostrando a guerra como ação imperialista e·genocida apoiada pelos ingleses e explicando a resistência paraguaia a partir do caráter modernizador do Paraguai de López, que teria se industrializado e ameaçando os interesses econômicos da Inglaterra das Américas. Foi essa historiografia que ressaltou importância dos escravos libertados para lutarem nas tropas brasileiras e que acusou a morte de 98 % dos homens paraguaios e 75% da população total (o genocídio de que falavam). Em um contexto ditadura militar no Brasil e da Guerra Fria, essas teorias fizeram grande sucesso.
Com a abertura democrática dos anos 1980 e com o fim da Guerra Fria, novas narrativas começaram a criticar o revisionismo. O livro Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai, de Francisco Doratioto, lançado nos anos 2000, é o maior expoente dessa nova versão. A seguir, trechos de uma entrevista dada por Doratioto ao jornal A Notícia, de Joinville, Santa Catarina.
A Notícia - Nossos livros escolares dizem o Brasil declarou guerra ao Paraguai porque foi atacado. Já outros autores revisionistas alegam que este conflito foi tramado pelo imperialismo inglês. Afinal, quem é o vilão nesta história?
Francisco Doratioto
- O historiador não busca um vilão na história, mas, sim, inserir o personagem histórico em seu contexto. Ninguém duvida, por exemplo, das características perversas de Hitler ou de Stálin. Contudo, não dá para explicar a história daquela época por essas características. Líderes políticos perversos e desequilibrados existiram vários e não promoveram a hecatombe de uma guerra mundial, como Hitler, ou uma ditadura tão dura quanto a de Stálin. Ou seja, "vilões" existem sempre, mas eles somente serão relevantes, terão importância significativa nos acontecimentos de sua época se o contexto histórico em que vivem criar uma situação que Ihes permita essa relevância. Cabe, portanto, ao historiador explicar esse contexto e, nele, compreender a atuação dos seus personagens. No livro Maldita Guerra, não analiso o conflito a partir da dicotomia "vilão" e "mocinho", mas, sim, explico o processo histórico que levou à guerra e à sua longa duração. Não me eximo, porém, de mostrar Solano López como um ditador, nem de mostrar falhas dos comandantes aliados na guerra.
AN - Não resta dúvida da valentia dos soldos paraguaios, lutaram bravamente mesmo quando já não havia mais nenhuma possibilidade de vitória. E como se comportaram as tropas aliadas, particularmente a brasileira?
Doratioto
-' É verdade que os soldados paraguaios foram valentes em todos os combates, porque aquele que se recusasse a atacar ou tivesse uma atuação suspeita terminava severamente castigado, sendo mesmo fuzilado. Do lado do Exército Imperial, é difícil generalizar. As tropas brasileiras atuaram com valentia e espírito de sacrifício em diferentes momentos. Para citar dois, lembro os combates de Tuiuti, em maio de 1866, onde os aliados foram vitoriosos, e o de Curupaiti, em setembro desse mesmo ano, onde a vitória coube aos paraguaios, que causaram grande mortandade aos aliados. A longa duração da guerra e a derrota de Curupaiti causaram, porém, um grande desânimo entre as tropas aliadas. Caxias, que assumiu o comando do Exército Imperial no Paraguai no final de 1866, relatou posteriormente que encontrou a tropa brasileira com baixa combatividade. Em dezembro de 1868, quando ocorreram os combates decisivos de Itororó, Avaí e Lomas Valentinas - a chamada "dezembrada" – Caxias escreveu ao 'ministro da Guerra queixando-se amargamente de como soldados, e mesmo oficiais, brasileiros resistiram em exporem-se à luta. Essa situação foi tão grave na batalha de Itororó, que Caxias teve de atacar a ponte, sob balas dos inimigos, para evitar que a tropa fugisse ao combate. Foi um ato de grande heroísmo por parte de Caxias, pois apenas por milagre escapou de ser morto nesse ataque.
AN – O Brasil tem um tradição de resolver as questões de limites com países fronteiriços pela negociação. Por que com o Paraguai a diplomacia fracassou?
Doratioto
- Há uma série de fatores. Do lado brasileiro, não se esperava e nem se planejava uma guerra contra o Paraguai, O Partido Liberal, que chegou ao poder em 1862, não tinha uma política externa planejada para o rio da Prata que substituísse aquela elaborada pelo Partido Conservador no final da década de 1840: preservar a independência do Uruguai e do Paraguai, para evitar a reconstrução do antigo reino do rio da Prata na forma de uma república, , sob a liderança de Buenos Aires. Temia-se que uma grande república ao Sul impedisse a livre navegação rios platinos - essencial para o contato entre o Rio de Janeiro e a província do Mato Grosso, isolada por terra do resto do Brasil; se tornasse uma ameaça militar ao Império do Brasil e, ainda, que servisse para inspirar o surgimento de um movimento republicano brasileiro. Os conservadores tinham princípios norteadores de sua ação no Prata, já os liberais não. Ademais, os liberais não tinham unidade interna, havendo feroz luta entre "históricos" e "progressistas", impedindo uma atuação serena externa. Como conseqüência, em 1864, o governo imperial, chefiado pelos liberais, deixou-se envolver na guerra civil do Uruguai, por demanda de estancieiros gaúchos que tinham propriedades e interesses econômicos nesse país. Solano López, por sua vez, carecia de um serviço diplomático - tinha apenas um agente comercial em Montevidéu - que lhe desse informações seguras sobre a região. Ele se deixou convencer pelo governo uruguaio, do Partido Blanco, hostilizado por Brasil e Argentina, de que a independência uruguaia estava ameaçada por esses dois países, os quais, posteriormente, se voltariam contra o Paraguai. Nem uma coisa nem outra correspondiam à verdade, mas Solano López acreditou que sim e buscou antecipar-se a essa suposta ameaça, iniciando uma guerra para bater as tropas do Império no Uruguai e derrubar o presidente Mitre em Buenos Aires. Para Mitre, por sua vez, o ataque paraguaio à Argentina dava a oportunidade para aliar-se ao Brasil e vencer Solano López. Este tinha estreitos vínculos com a oposição federalista argentina, que se opunha à construção do Estado nacional centralizado, defendido pela burguesia mercantil de. Buenos Aires e criado por Mitre em 1862, sob a designação de República Argentina. Esses vínculos tornavam Solano López uma ameaça à consolidação do Estado nacional argentino centralizado. Uma guerra que depusesse o líder paraguaio era, portanto, bem vista por Mitre. Pode-se dizer que a guerra era desejada pelos "blancos" uruguaios, que assim não ficariam sós na luta contra a Argentina e o Brasil e, por motivos diferentes, por Solano López e Mitre. Só não era desejada pelo governo imperial, que não teve condições políticas e nem tinha elaborado uma política externa clara que lhe permitisse resistir à pressão, dos estancieiros gaúchos e da opinião pública do Rio de Janeiro, para que o Império promovesse uma intervenção militar contra o governo uruguaio. Ademais, o governo imperial não suspeitava, pelo menos até outubro de 1864, da firmeza da decisão paraguaia em atacar o Brasil, caso houvesse essa intervenção. Daí não haver, com antecedência, uma ação diplomática no Prata, em lugar de uma ação de força por parte do Império.
AN- Os voluntários da Pátria deram uma importante contribuição para a vitória?
Doratioto
– Sim. No início da Guerra, em todas as províncias, cidadãos se apresentaram como voluntários para lutar contra o Paraguai, Na Bahia, por exemplo, o presidente ordenou que não se aceitassem mais voluntários, pois eram tantos que não havia onde aquartelá-los. Era grande a indignação no Brasil contra o ataque paraguaio, visto como injustificado, pois não houvera ameaça brasileira ao Paraguai. A longa duração da guerra e as condições penosas em que foi travada - a longa imobilidade em terreno pantanoso e sob clima rigoroso, diante da fortaleza paraguaia de Humaitá - arrefeceram o ânimo da população brasileira, e os verdadeiros voluntários rarearam. A partir de 1866, muitos voluntários eram, na verdade, pessoas forçadas a ir para a guerra contra a sua vontade. Mas, ainda assim, cumpriram função importante, repondo os soldados brasileiros mortos. Na verdade, os voluntários da Pátria não teriam sido tão importantes se os integrantes da Guarda Nacional tivessem cumprido seu papel legal. A guarda era uma milícia, composta por homens de posse, voltada para a defesa da "ordem interna", ou seja, da estrutura social escravocrata. Em caso de guerra, previa a lei, a Guarda Nacional era reserva do Exército e deveria esforçá-lo. Contudo, os guardas nacionais resistiram em ir para o Paraguai, obrigando o governo imperial a recorrer aos voluntários da Pátria.
AN - O Exército saiu fortalecido da guerra?
Doratioto
- Sim. Até a Guerra do Paraguai, o Exército era diminuto - uns 16 mil homens -, mal armado, tendo como soldados, no geral, homens com comportamento anti-social, que buscavam refúgio nos quartéis. A alta oficialidade, por sua vez, não tinha freqüentado a Academia Militar, fundada somente na segunda metade da década de 1850 e, em grande parte, fizera carreira graças a suas ligações políticas. A alta oficialidade era fiel antes à monarquia, ao imperador, do que à Nação. Para enfrentar o Paraguai, porém, o Império teve de montar um Exército moderno que, nos cinco anos do conflito, desenvolveu uma identidade própria, um espírito de corpo. Terminado o conflito, a oficialidade brasileira, principalmente até a patente de coronel, identificava-se antes com a Nação do que com a monarquia, da qual, inclusive, passou a divergir nos anos de 1880. Daí ser possível o Exército dar o golpe de Estado de 1889, que pôs fim à monarquia brasileira, proclamando a República.
AN - O Brasil agiu com dignidade diante dos paraguaios depois de derrotá-los?
Doratioto
- Entendendo-se o Brasil como o governo brasileiro, sim. Em 1868, o Partido Conservador retornou ao governo no Brasil e retomou a política de defesa da independência paraguaia. Terminada a guerra, a diplomacia brasileira apoiou o novo governo paraguaio, instalado pelo Brasil, a resistir às pretensões territoriais argentinas - estabelecidas no Tratado da Tríplice Aliança de 10 de maio de 1865 - em relação ao Paraguai. Na verdade, um vencedor, o Império, se aliou ao vencido, o Paraguai, contra outro aliado, a Argentina. Não é exagero dizer que o Paraguai somente se manteve independente no pós-guerra graças ao apoio do Brasil. Já os soldados brasileiros, ao entrarem em Assunção, em 10 de janeiro de 1869, saquearam a cidade. Do saque participaram, também, comerciantes de diferentes nacionalidades e aventureiros que seguiam as forças aliadas.
AN - Solano López é um herói ou ditador megalomaníaco para os paraguaios? Suas atitudes não são semelhantes à de certos ditadores do século XX?
Doratioto
- No Paraguai, ele é considerado um herói. Durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989), o culto a Solano López era ideologia oficial do Estado, sendo perseguidos aqueles que questionassem. Décadas dessa ideologia criaram raízes profundas na sociedade paraguaia, mesmo após o estabelecimento da democracia. Contudo, hoje, há várias intelectuais que são críticos quanto ditadura de Solano López e sua responsabilidade na guerra. É difícil comparar à ditadura de Solano López com outras no século XX, pois os contextos são diferentes. O certo é que as ditaduras paraguaias do século XX buscaram apresentar de modo positivo a figura de Solano López, como uma forma de obter legitimidade histórica para o autoritarismo.
Ferreira, João Paulo Hidalgo
Nova História Integrada: Ensino Médio:Volume Único. Campinas, SP: Companhia da Escola, 2005, pp. 313,314,315 e 316.
DESAFIOS
1) Compare as teorias de Doratioto à primeira historiografia sobre a Guerra do Paraguai. Qual o posicionamento de ambas a respeito: da imagem dos heróis de guerra brasileiros; das causas do conflito; e sobre Solano López?
2) Agora compare as teorias de Maldita Guerra como revisionismo da década de 1960 e 1970, ressaltando divergências e aproximações entre as duas nos mesmos três itens: a imagem dos heróis de guerra brasileiros; as causas do conflito; e Solano López.
3) Segundo o seu material de consulta, qual das versões é apresentada. Justifique com elementos do texto.
Caso queira baixar a atividade em (doc.) é só clicar no link abaixo e fazer o download.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Civilização Pré-Colombiana

OS MOCHES

Um segredo de 1500 anos
Surgem as provas da existência de um povo tão avançado como os incas

Bia Barbosa
12/setembro/2001
Os incas no Peru, os astecas no México e os maias na Guatemala são considerados o primeiro time dos povos pré-colombianos. Escavações em curso no norte do Peru estão a indicar que outro povo indígena merece subir ao panteão dos mais evoluídos. São os moches, cuja civilização atingiu o apogeu dez séculos antes do Império Inca. Monumentos com paredes decoradas e jóias de elaboração requintada, retirados dos sítios arqueológicos próximos da cidade de Trujillo, revelam um mundo de impressionante sofisticação. Há dois meses, descobriu-se uma coleção de sessenta peças de cerâmica usadas em ritos funerais. São os mais belos jarros, pratos, garrafas e vasos já encontrados no deserto peruano – só os próprios incas produziriam objetos similares séculos mais tarde. Do ponto de vista dos arqueólogos, é como encontrar o fio da meada que permitirá entender uma civilização da qual até seis anos atrás quase nada se sabia.
Como os moches não tinham escrita, as ruínas e objetos são os únicos registros históricos disponíveis para compreendê-los. O que se descobriu até agora é que se tratava de um povo de pescadores, artesãos e fazendeiros, com grande conhecimento de técnicas agrícolas e do uso da irrigação. "O aperfeiçoamento tecnológico que atingiram foi tamanho que o legado que deixaram entre os povos da região equivale ao dos gregos no Mediterrâneo", disse a VEJA o arqueólogo peruano Santiago Uceda, diretor do Museu de Trujillo e chefe das escavações. Os objetos também revelam que, como a maioria dos ameríndios, os moches praticavam sacrifícios humanos. Durante 850 anos, eles formaram uma comunidade teocrática, cujo poder estava baseado na hierarquia religiosa. No apogeu dessa cultura, entre os anos 300 e 600, os chefes chegaram a ser considerados divindades, como aconteceu com os faraós no Egito. As melhores pinturas murais foram encontradas por Uceda no sítio arqueológico de Huaca de la Luna, um tipo de pirâmide feita de plataformas sobrepostas de tijolos de barro, que foi a sede do governo moche. Com cores ainda vivas e motivos geométricos, trazem no centro uma figura assustadora chamada Ai-Apaec, ou "O Degolador", uma das divindades mais presentes nos rituais de sacrifício. Várias peças de cerâmica retratam cativos amarrados, à espera do sacrifício. No topo da hierarquia social moche estavam os sacerdotes. Eles celebravam as cerimônias em que se amputava a cabeça da vítima oferecida aos deuses. Os desenhos mostram que depois eles bebiam o sangue, que, comparado à água da chuva para a terra, era sinônimo de vida para os deuses.
Acredita-se que os moches comiam a carne dos sacrificados, como ocorria com outros povos indígenas, entre eles os astecas. A vítima era escolhida numa disputa arranjada entre dois guerreiros; o perdedor morria e o vencedor ganhava o direito de usar um espetacular manto feito de pele de animal, adornado com penas, placas de ouro e pedras preciosas. Essa peça de grande esplendor, encontrada há dois anos, é considerada pelos arqueólogos a mais importante entre as retiradas das ruínas de Huaca de la Luna. Além dos sacrifícios de guerreiros, relativamente freqüentes, os moches conduziam verdadeiras chacinas em momentos de crises e bruscas alterações do clima. Pesquisas vinculam essas mortandades aos períodos em que ocorria o fenômeno El Niño, o aquecimento anormal das águas do Pacífico que provoca mudanças climáticas na América do Sul. Em 1996, pesquisadores encontraram duas sepulturas com os esqueletos de setenta homens, mulheres e crianças sacrificados para aplacar o que acreditavam ser a fúria divina. Depois de mortas, as vítimas eram esquartejadas e seus corpos deixados a céu aberto como oferenda aos deuses.
Decifrar o significado dos objetos é uma pequena parte do trabalho dos arqueólogos. Desde o ano passado, uma equipe de 37 pesquisadores peruanos estuda a arquitetura desse povo. Eles calculam que, no apogeu da civilização moche, a capital chegou a ter 15.000 habitantes. Até o momento, o foco das escavações vinha sendo os grandes prédios públicos, como em Huaca de la Luna, onde foi encontrada a maioria dos objetos e sepulturas. Uceda e seus pesquisadores estão começando agora a investigar os prédios menores. O objetivo é decifrar por meio das pequenas edificações, provavelmente usadas como moradia, o cotidiano das pessoas. Há muito ainda a ser descoberto nos arredores de Trujillo. São vários os sítios arqueológicos, espalhados por uma faixa de 400 quilômetros de comprimento. "Se continuarmos no mesmo passo, precisaremos de no mínimo mais dez anos de pesquisa", acredita Uceda.
Descoberta no Peru a múmia mais bem preservada da civilização Moche
WASHINGTON, 16 mai (AFP) - A múmia mais bem preservada da civilização pré-colombiana Moche foi descoberta no Peru e data do século V, anunciou nesta terça-feira uma equipe de arqueólogos americanos e peruanos.
A múmia, uma mulher de cerca de 30 anos no momento de sua morte, com a pele bem preservada e coberta em parte por tatuagens, foi encontrada em 2005 por uma equipe arqueológica peruana no antigo lugar de cerimônias de El Brujo, na costa do norte do Peru, perto de Trujillo. A mulher pertencia provavelmente à elite e talvez fosse uma rainha. Perto da múmia, que estava envolvida de maneira muito sofisticada em centenas de metros de tela de algodão, os arqueólogos descobriram o esqueleto de um adolescente oferecido em sacrifício, além de ricos ornamentos e refinadas jóias de ouro.
Entre os objetos enterrados com a múmia, os estudiosos se surpreenderam ao encontrar duas armas de guerra e 23 disparadores de lanças. Até agora, esses símbolos bélicos haviam sido encontrados exclusivamente em tumbas de homens entre os Moche, chamados de Mochica. "A questão é saber por que a sepultura de uma mulher era acompanhada por armas", perguntou o antropólogo John Verano, da Universidade de Tulane (Louisiana, sul dos Estados Unidos)."Talvez ela fosse uma guerreira, ou as armas eram um símbolo de poder apresentado como presente funerário pelos homens", acrescentou o acadêmico.
A múmia, cujo impressionante sarcófago de tela não tem precedentes na cultura Moche, descansava perto da cúpula da pirâmide em ruínas de Huaca Cad Viejo.
Este lugar banhado pelo Oceano Pacífico era conhecido desde a conquista espanhola, mas esteve abandonado por séculos. Os trabalhos de escavação só começaram recentemente.
A civilização Moche prosperou entre o século I e VIII depois de Cristo nos vales da costa norte do Peru.

Coleção Brasiliana

Projeto Brasiliana Eletrônica
quarta-feira, 21 de julho de 2010
http://www.brasiliana.com.br/
O projeto Brasiliana Eletrônica apresenta a versão digitalizada da Coleção Brasiliana. As obras foram revisadas, sua ortografia atualizada, e são acompanhadas de apresentações críticas e biografias dos autores, preparadas por grandes especialistas acadêmicos.
Fonte: Portal de História
Para ter acesso as obras pelo Portal de História é só clicar no link abaixo.

Propostas para educação.

Enem 2009:
Candidatos a governador discutem propostas para educação no Estado
POR ANGÉLICA PAULO
Rio - A divulgação do resultado do Enem 2009, no último fim de semana, mostrou que a Educação no estado do Rio, principalmente nas escolas estaduais, é um verdadeiro desafio para as autoridades. Afinal, das 50
melhores escolas da cidade do Rio, 41 instituições são privadas, oito são federais e apenas uma é estadual. O quadro apresenta um verdadeiro desafio para os candidatos a governador, que precisam, mais do que nunca, apresentar soluções concretas para reverter este quadro.
O atual governador e candidato à reeleição, Sergio Cabral, afirma que transformar a educação é um desafio que não se resolve em curto prazo. Entre as políticas já adotadas pelo governo do Estado, estão a municipalização de escolas, a realização de concursos públicos, política de reajuste salarial, além de investimento na formação do corpo docente. Para Cabral, a adoção de laptops em sala de aula, nas escolas estaduais, teem ajudado os professores a aprofundar seus
conhecimentos e ensinar ainda melhor aos alunos.
"Em um segundo mandato, estabeleceremos um programa de metas para a educação. Já começamos a desenvolver esse trabalho com o Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG). Não há mágica para mudar essa área tão importante que é a educação. É preciso fazer o dever de casa. Implementar ações de médio e longo prazos, consistentes, que vão desde a valorização dos profissionais e investimento na rede ao estímulo de professores e alunos."
Para o candidato Fernando Gabeira, a política de adoção de laptops para professores se mostrou ineficaz. Segundo ele, o melhor caminho para reverter o atual quadro da educação estadual é investir an formação dos professores, melhorando a qualidade das aulas. Gabeira também estuda uma possível mudança no curriculo escolar do ensino médio no Rio, com a inclusão de matérias optativas, como é adotado por escolas no exterior.
"É preciso, também, estabelecer um vínculo com as famílias dos alunos, aproveitar a energia dos familiares durante o aprendizado.", explicou.
Se eleito, o candidato do PSOL, Jefferson Moura, pretende retomar os
projetos educacionais de Aníso Teixeira e Darcy Ribeiro. Moura também defende a redução do número de alunos por sala de aula e ampliação da rede, com reformas das escolas existentes e construção de novas unidades, visando uma estruturação que comporte biblioteca, sala de informática e quadra poliesportiva. Melhorar a qualidade de ensino requer, segundo o candidato, melhores condições de trabalho para professores.
"Vamos adotar um plano de carreira unificado (professores e funcionários administrativos) que incentive a permanência na profissão e a formação continuada, e a realização de concurso para professores e auxiliares de ensino.", promote.
Cyro Garcia, candidato ao governo do Estado pelo PSTU, afirma que é necessário investir em reajustes salariais para os professores: "É preciso garantir um piso salarial de 5 salários mínimos do Dieese para professores e 3,5 para funcionários." Segundo ele, o Exame Nacional do Ensino Médio segue a mesa lógica de exclusão do vestibular e cita países vizinhos como bons exemplos no campo educacional. "Argentina e Uruguai permitem o acesso direto do estudante, sem o vestibular. Isso só é possível com investimento em educação e valorização do profissional da area.", finaliza.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Da série: É para rir ou para chorar?


Publicado: O Globo, Segundo Caderno, p. 9. Terça-feira, 20 de julho de 2010

terça-feira, 20 de julho de 2010

Abaixo assinado - ANPUH

GEHB ** Abaixo assinado contra a destruição de processos

Repassando:
O Congresso Brasileiro está discutindo um novo Código de Processo Civil (Projeto de Lei nº 166), apresentado ao Senado em junho desse ano. O artigo 967 desse projeto autorizava a eliminação completa dos autos findos e arquivados há mais de cinco anos, "por incineração, destruição mecânica ou por outro meio adequado". Vários setores estão se mobilizando para sustar essa proposta e a ANPUH Nacional organizou um abaixo-assinado contra esse artigo, que coloca em risco centenas de milhares de processos do Judiciário. Apelamos para que encampem a causa e participem do abaixo-assinado, divulgando ainda os documentos que se encontram na página da ANPUH: http://www.anpuh.org/site/capa
Cristina Wissenbach
Depto. História - USP

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Reportagens da Revista Veja (Bomba Atômica)



Artigos publicados na Revista Veja.
Abaixo encontramos uma série de artigos publicados na Revista Veja e que poderão lhes ajudar na avaliação do 2° Trimestre.
Um grande abraço.
Sugestão: procure sempre, outras fontes de informações, para comparar os dados, impressões e ideias presentes nos textos que você lê.

O japonês que amava a bomba
O ministro da Defesa do Japão renuncia depois de dizer que os ataques atômicos a Hiroshima e Nagasaki foram inevitáveis
No início do século passado, impulsionado por um militarismo agressivo, o Japão lançou-se numa ofensiva de conquistas na Ásia só encerrada com a derrota para os Estados Unidos, em 1945. A brutalidade do imperialismo nipônico ainda azeda as relações do país com a China e a Coréia. Dentro do Japão, contudo, o assunto é tabu. Ao contrário da Alemanha, o Japão tende a negar seus crimes do passado. As bombas atômicas que mataram mais de 200.000 civis nas cidades de Hiroshima e Nagasaki no fim da II Guerra Mundial – um dos mais tristes episódios da história moderna – permitiram ao país cultuar uma visão unilateral dos acontecimentos, a de que a hecatombe faz do povo japonês uma vítima especial do conflito. No início da semana passada, o ministro da Defesa, Fumio Kyuma, fugiu ao padrão ao sustentar que as bombas atômicas foram inevitáveis.
Em palestra numa universidade, Kyuma disse que, se o ataque atômico não tivesse ocorrido, a guerra teria se prolongado e permitido à União Soviética ocupar metade do arquipélago japonês. Não importa que tal visão seja compartilhada por muitos historiadores. O ministro foi massacrado pela oposição, por acadêmicos, jornalistas e forçado a renunciar. Fiel à tradição nipônica, ele terminou por curvar-se num pedido público de desculpas. Talvez a única convicção compartilhada pela direita e pela esquerda japonesa seja a de que o Japão está marcado para sempre pelo horror do ataque atômico. Após a derrota da Alemanha, os Estados Unidos tiveram de decidir entre duas estratégias para a guerra no Pacífico. A primeira seria um conflito convencional. Pelas estimativas do Pentágono, levaria à morte de 1 milhão de pessoas, sendo 200.000 soldados americanos, e prolongaria a guerra por um ano. O presidente Harry Truman optou pelo uso da arma atômica, recém-desenvolvida. A escolha de cidades com grandes populações civis foi proposital, para ampliar o efeito psicológico do ataque. O Japão rendeu-se seis dias depois da bomba de Nagasaki.
Um ataque nuclear é hoje visto como moralmente inaceitável em qualquer situação. Isso não era tão evidente nos anos 40. Mesmo os efeitos da radiatividade só seriam plenamente conhecidos na década seguinte. Mais tarde, a ameaça de destruição mútua durante a Guerra Fria ajudou a produzir os tratados de não-proliferação nuclear e, de forma torta, inibiu o uso de bombas atômicas. Infelizmente, a cautela está agora ameaçada pelos esforços de dois países párias, o Irã e a Coréia do Norte, para entrar no clube das armas nucleares. Deles só se pode esperar o pior.

Pesadelo que não tem fim
Vinte anos depois do acidente de Chernobyl, a radioatividade ainda faz vítimas entre a população e na natureza do Leste Europeu
A energia nuclear é responsável por 16% da eletricidade consumida no mundo – e também por alguns dos piores pesadelos da humanidade. A concretização de um deles, o acidente na usina de Chernobyl, na Ucrânia, completou vinte anos na semana passada. A data foi lembrada em cerimônias na capital, Kiev, e em várias cidades do país. Procissões saíram às ruas para homenagear os milhares de pessoas mortas de doenças relacionadas à radiação nuclear desde que um reator da usina explodiu, liberando 100 vezes mais radioatividade do que a bomba lançada pelos americanos em Hiroshima na II Guerra. Nas regiões contaminadas na Ucrânia e nas vizinhas Bielo-Rússia e Rússia, hoje a incidência de câncer na tireóide e de mama é excepcionalmente alta, assim como as anomalias genéticas em recém-nascidos. A população sob risco, estimada em 7 milhões de pessoas, vive sob o impacto psicológico do medo: é possível que os efeitos da radiação perdurem por décadas, ou séculos, e que no futuro possam causar outros tipos de doença.
O acidente de Chernobyl, que se tornaria o maior desastre nuclear da história, ocorreu na madrugada do dia 26 de abril, durante um teste de rotina do reator número 4 da usina. Por um erro dos técnicos, o processo de reação nuclear em cadeia se descontrolou, aquecendo a água que deveria resfriar o reator. Seguiram-se uma explosão e um incêndio que durou dez dias, espalhando toneladas de material radioativo por uma área de 150.000 quilômetros quadrados. Nada menos de 3.500 homens participaram do combate às chamas, tentando apressadamente isolar o material radioativo com areia e chumbo. No dia seguinte à explosão, 350.000 pessoas foram evacuadas das áreas de mais alto risco, inclusive na cidade de Pripyat, erguida nos anos 70 para abrigar os trabalhadores da usina. Na época do desastre de Chernobyl, a Ucrânia fazia parte da União Soviética. Apesar da gravidade da situação, o Kremlin, que tinha por norma ocultar as más notícias sob o tapete, demorou três dias para admitir que o acidente havia acontecido. Só o fez depois que satélites espiões americanos identificaram o incêndio e a nuvem radioativa alcançou os países escandinavos.
A usina de Chernobyl tornou-se uma assombração nuclear para a Ucrânia e para o mundo. Os escombros do reator número 4 – e parte do material radioativo que ele abrigava – foram selados com uma enorme estrutura de cimento, batizada de sarcófago, que agora começa a apresentar rachaduras. Quando chove, as substâncias radioativas vazam para fora da construção. Como a retirada desse material seria uma empreitada de altíssimo risco, há em curso um projeto, bancado por um consórcio de países, para construir um sarcófago mais moderno e seguro. Ele teria o tamanho de um ginásio de esportes e custaria 1,1 bilhão de dólares. A área num raio de 30 quilômetros em torno de Chernobyl continua interditada e cercada de arame farpado. Muita gente que morava no local, no entanto, principalmente os que hoje são idosos, desafia a proibição e se instala na chamada área de exclusão, plantando em terra ainda contaminada e bebendo água radioativa. Em grande parte, ao retornar a seus antigos lares, essas pessoas fogem das comunidades formadas nas regiões vizinhas pela população evacuada da área de Chernobyl vinte anos atrás. Hoje, segundo estatísticas da Agência Internacional de Energia Atômica, há nessas comunidades graves problemas sociais. Os índices de alcoolismo, desemprego e divórcio são altíssimos. Um número elevado de seus integrantes sofre de problemas emocionais causados pela possibilidade iminente de contrair câncer e outras doenças provocadas pela radiação nuclear a que foram – ou ainda são – submetidos.
Na área em volta de Chernobyl, a natureza pouco a pouco volta a ocupar seu espaço. Sem a presença do homem, árvores, plantas e animais se multiplicam com um vigor que espanta os cientistas e ao mesmo tempo os preocupa, já que várias espécies sofreram mutações. "Nas áreas mais contaminadas, 20% dos pássaros apresentam despigmentação na plumagem, causada pela morte das células responsáveis pela cor das penas", disse a VEJA o biólogo americano Timothy Mousseau, da Universidade da Carolina do Sul, que há seis anos estuda a natureza na zona de exclusão de Chernobyl. "Além disso, os galhos das árvores crescem num padrão desordenado", ele completa. Ainda é cedo para medir a dimensão exata dos estragos que o desastre de Chernobyl causou e vai continuar causando. A contaminação nuclear é um fenômeno relativamente novo, e parte de seus efeitos ainda é desconhecida. Quando os americanos fizeram os primeiros testes com bombas nucleares, nos anos 40, sabia-se tão pouco sobre os riscos de contaminação que o espetáculo do cogumelo atômico se erguendo rumo ao céu tinha como testemunhas soldados que não usavam nenhum tipo de proteção contra a radiação.
A ação da radioatividade em seres humanos só pôde ser plenamente avaliada a partir das bombas lançadas pelos americanos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, em 1945. As explosões mataram instantaneamente 120.000 pessoas. Nos anos seguintes, a ação residual da radiação causou mortes por cânceres e por doenças cardiovasculares e respiratórias. Os efeitos da radioatividade dissiparam-se desde então, e as duas cidades são hoje localidades prósperas em que a mortandade provocada pelas bombas sobrevive apenas na memória. O mesmo ocorre com o Atol de Bikini, um grupo de 23 ilhas no Oceano Pacífico que nas décadas de 40 e 50 foi palco de uma série de testes com bombas nucleares. Em 1954, os Estados Unidos detonaram nas Ilhas Bikini sua mais poderosa bomba nuclear, 1.000 vezes mais potente que a de Hiroshima. A Bravo, como era chamada, espalhou radiação por uma área de 8.000 quilômetros quadrados, atingindo nativos e militares. O local permaneceu isolado até 1996, quando relatórios de instituições como o Departamento de Energia dos Estados Unidos declararam o atol livre de radiações perigosas. Hoje, as Ilhas Bikini são um excelente local para a prática de mergulho esportivo e atraem turistas do mundo inteiro.
Os cientistas avaliam que o caso de Chernobyl é completamente diferente. Se uma bomba atômica é lançada sobre uma cidade, a população imediatamente é exposta a uma combinação de raios gama e nêutrons – todos os tecidos do corpo recebem essa carga de maneira uniforme. Em Chernobyl, à exceção do que ocorreu com aqueles que se encontravam próximos à usina no dia do acidente, a contaminação ocorre nos órgãos internos, por isótopos radioativos. Dessa forma, cada um dos tecidos recebe uma dose diferente de radiação. "É preciso um estudo exaustivo dos casos de contaminação e morte em Chernobyl para que se possa prever o que vai acontecer no futuro com as populações atingidas", alertam os biólogos Dillwyn Williams e Keith Baverstock numa recente edição da revista científica Nature. Até hoje, porém, muito pouco foi investigado sobre as conseqüências da radiação de Chernobyl. No Japão, a partir dos anos 50, a fundação Radiation Effects Research examinou mais de 100.000 sobreviventes das bombas de Hiroshima e Nagasaki para entender seus efeitos no organismo humano. No caso de Chernobyl, não se tem sequer uma estatística confiável sobre o número de vítimas fatais que o acidente provocou.

Encontro marcado
O mundo dá sinais de que a paciência com o Irã está chegando ao fim. Afinal, o que os aiatolás querem com o seu programa nuclear?
Informações da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) sugerem que o Irã está tendo problemas com a sua tecnologia de enriquecer urânio. O país, se for assim, só poderia fabricar uma bomba atômica a partir de 2010, quiçá em 2015. A conclusão não é suficiente para causar alívio. A mera hipótese de os aiatolás xiitas um dia terem o domínio dessa tecnologia bélica coloca o mundo em suspenso. Em princípio, a bomba nuclear iraniana é uma ameaça para todos os países do Oriente Médio – mas, evidentemente, alguns estão mais preocupados que outros. Um tema freqüente dos discursos do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad é o projeto de riscar Israel do mapa. O Irã também provoca os Estados Unidos fornecendo armas e explosivos para ser usados contra as tropas americanas no Iraque. Por fim, confronta as Nações Unidas, que querem que Teerã permita a inspeção internacional em suas instalações nucleares e suspenda o enriquecimento de urânio, material que pode ser usado numa arma nuclear.
Neste mês, vários foram os sinais de que a paciência ocidental para com o Irã está no fim. A possibilidade de uma ação militar torna-se mais concreta. O ministro das relações exteriores da França, Bernard Kouchner, foi um dos mais enfáticos. "Temos de nos preparar para o pior. E o pior é a guerra", disse ele. Rudolph Giuliani, o candidato do partido republicano com mais chance de enfrentar Hillary Clinton nas eleições americanas, defendeu um ataque preventivo para evitar que o país se torne uma potência nuclear. No Irã, comitês de crise organizados pelo governo já traçam planos de emergência para uma guerra. Rádios e estações de televisão foram orientadas a gravar programas antecipadamente, de forma que tenham o que transmitir caso seus estúdios sejam destruídos ou seus empregados não consigam chegar ao trabalho.
Israel é a nação que mais tem motivos para temer a posse de armas nucleares pelos aiatolás. Não bastassem as ameaças verbais de seus líderes, o Irã dispõe de mísseis capazes de alcançar Israel. Há cinco anos, o ex-presidente iraniano Hashemi Rafsanjani afirmou que bastaria uma única bomba nuclear para liquidar o estado judeu. Ele tem razão. O temor de um ataque arrasador e a dificuldade de os Estados Unidos ingressarem em mais uma empreitada militar antes de resolver a encrenca no Iraque tornam Israel o mais forte candidato a empreender um ataque preventivo às instalações nucleares iranianas. Nesse cenário, os Estados Unidos poderiam entrar mais tarde com bombardeiros B-2 Spirit, que transportam bombas de alto poder destrutivo e não são detectados pelo radar. Poderiam ser usados para persuadir os aiatolás a limitar o alcance de suas represálias a um ataque israelense.
O Irã argumenta que seu programa nuclear tem fins exclusivamente energéticos. O país também é um dos signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, o que, a princípio, confirmaria suas intenções pacíficas. O interesse premente do quarto maior produtor de petróleo do mundo no enriquecimento de urânio, no entanto, é algo mais difícil de ser compreendido. Também se sabe que os países candidatos a se tornar potências nucleares não anunciaram suas ambições bélicas antecipadamente. Desde que, em 1968, as cinco potências nucleares da época, Estados Unidos, União Soviética (Rússia), China, Inglaterra e França, assinaram com dezenas de países o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, outras quatro nações passaram a deter armas atômicas. Nenhuma pediu licença para fazer isso. Uma delas é exatamente Israel, que até hoje não admite, mas tampouco desmente, que tenha bombas nucleares. Índia e Paquistão, dois inimigos históricos, também surpreenderam o mundo com seus primeiros testes atômicos. O último foi a Coréia do Norte, que há um ano explodiu uma bomba de pequenas dimensões. Em fevereiro, os norte-coreanos concordaram em retroceder nos seus planos em troca de ajuda econômica. Por que o armamento atômico é aceitável em alguns países, mas não no Irã? A resposta está nas características fanáticas do estado teocrático xiita. "Esses quatro países estão hoje com boas relações com os Estados Unidos e não são considerados uma ameaça", disse a VEJA o cientista político sul-africano Jean du Preez, diretor do Instituto de Estudos Internacionais Monterey, na Califórnia. "O Irã, ao contrário, é a bola da vez."
A partir do momento em que um país consegue enriquecer o urânio de forma controlada, são necessários entre três e quatro anos para que possa ter uma bomba nuclear. O Irã afirma que já cumpriu satisfatoriamente a primeira etapa, um feito desacreditado por inspetores. A posse de armas nucleares pelo Irã, caso venha a ocorrer, mudaria brutalmente o equilíbrio de poder no Oriente Médio. Não apenas Israel correria perigo. O poder militar crescente dos aiatolás espalha o pânico entre seus vizinhos árabes de maioria sunita, a vertente majoritária do Islã. Em setembro, o egípcio Mohamed El-Baradei, diretor da Aiea, deu um prazo de mais três meses para que o Irã finalmente elucide a parte secreta de seu programa nuclear. Em um discurso proferido na Assembléia-Geral da ONU, em Nova York, na semana passada, Ahmadinejad deu de ombros e considerou a discussão um "caso encerrado". Por enquanto, governos europeus e o americano planejaram sanções econômicas mais firmes para pressionar os iranianos. O Congresso americano aprovou uma punição para empresas estrangeiras com filiais nos Estados Unidos que decidam investir no Irã. O governador da Califórnia, Arnold Schwarzenegger, anunciou uma lei que proíbe investimentos de empresas do seu estado no país dos aiatolás. Na sexta-feira, dia 28, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha declararam que vão esperar até novembro para decidir se adotam sanções mais severas. Ahmadinejad terá, assim, mais algum tempo para convencer todo o mundo de que não alimenta más intenções. Ou, então, para preparar uma surpresa.

Mais um maluco com a bomba
O ditador norte-coreano Kim Jong-II fez seu primeiro teste nuclear e pode desencadear uma corrida armamentista se a ONU não o punir como exemplo
A Coréia do Norte testou sua bomba nuclear no domingo 8. A comunidade internacional reagiu com furor, num raro consenso de que o regime de Pyongyang deve ser punido pela ousadia. Como fazer isso é outra história. Exceto pelo Japão, que cortou de imediato o comércio bilateral, é difícil um acordo sobre a resposta adequada. Na sexta-feira passada, o Conselho de Segurança das Nações Unidas examinava uma resolução impondo sanções econômicas à Coréia do Norte. Proposto pelos Estados Unidos, o texto é relativamente ameno (não sugere ações militares, por exemplo), mas a China e a Rússia ainda querem mais tempo para negociações diplomáticas. O que se tem agora são dois problemas num só. O primeiro, mais geral, diz respeito à proliferação de armas nucleares – os entraves existentes simplesmente não estão funcionando. O segundo é a Coréia do Norte propriamente dita. Ninguém sabe a que grau de insanidade os caciques desse país miserável e sem amigos estão dispostos para manter em pé seu modelo excêntrico de comunismo.
Não se deve confundir a aparência amalucada de Kim Jong-II, o ditador norte-coreano, com falta de determinação. Seu cabelo pintado é penteado em forma de penacho. Usa saltos altos para disfarçar a pouca altura. Ele é tratado como "Estimado Líder" (seu pai, de quem herdou o poder, era o "Grande Líder"). Há uma década, o ditador usa com habilidade seu programa nuclear para obter vantagens dos Estados Unidos, do Japão e da Coréia do Sul. A estratégia transformou seu país no maior receptor de ajuda internacional em alimentos. Para acalmá-lo, o Japão aumentou o comércio bilateral e fez por lá alguns investimentos. A Coréia do Sul adotou uma política de aproximação e ajuda econômica chamada de "Raio de Sol". A China, o único amigo do regime norte-coreano, fez o que pôde para convencê-lo a moderar o comportamento.
Há algumas explicações para, apesar de todos esses benefícios, Kim Jong-II ter decidido desafiar a comunidade internacional. A primeira é a hostilidade do presidente americano George W. Bush, que o identifica como um dos vértices do eixo do mal. É fácil imaginar o susto que a deposição de Saddam Hussein causou em Pyongyang. O regime norte-coreano vive um dilema causado pelo próprio anacronismo. Mesmo que disso dependa sua sobrevivência, não tem coragem sequer de cogitar de uma abertura econômica sob o rígido controle do Partido Comunista, como fez a vizinha China. Prefere rugir e ameaçar os vizinhos. Em julho, já tinha demonstrado seus maus modos com testes de mísseis capazes de atingir o Japão.
O que fazer? Sanções econômicas não dão bons resultados contra regimes fora-da-lei. A possibilidade de os chineses cortarem o envio de comida para a Coréia do Norte teria efeitos desastrosos para a população – metade dos alimentos consumidos no país vem da China –, mas isso não parece preocupar o governo norte-coreano. "Kim Jong-Il não vai desistir da bomba porque acredita que a sobrevivência de seu regime depende da demonstração de força", disse a VEJA o historiador americano Ted Galen Carpenter, autor do livro O Enigma Coreano. Uma ação militar é impensável. Não há como os Estados Unidos localizarem e destruírem todas as instalações nucleares norte-coreanas. Em caso de guerra, Seul, a capital sul-coreana, localizada a 50 quilômetros da cerca que divide as duas Coréias, seria facilmente arrasada pela artilharia norte-coreana.
O teste subterrâneo realizado a 110 quilômetros da fronteira com a China foi registrado pelos sismógrafos como muito fraco, colocando em dúvida a qualidade da bomba nuclear norte-coreana ou até mesmo sua existência. De qualquer forma, o artefato deve ser grande e pesado. Serão necessários alguns anos de trabalho para que seja reduzido de forma a caber num míssil de longo alcance. No momento, o maior perigo é o mau exemplo. A experiência norte-coreana e a reação internacional ao desafio estão sendo acompanhadas atentamente pelos aiatolás do Irã, outro regime fora-da-lei ansioso por se armar com ogivas nucleares. Entre todos os países que realizaram testes nucleares, apenas a África do Sul desistiu da bomba atômica. Em vão, Estados Unidos, China, Rússia, Inglaterra e França – os sócios originais do clube atômico e, não por coincidência, também os membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas – tentam impedir a proliferação do armamento nuclear. Com a Coréia do Norte, sobe para nove o número de países com esse tipo de arsenal. Israel e Índia armaram-se nos anos 70, seguidos pelo Paquistão, que testou sua bomba em 1998. Foi o Paquistão, por sinal, que vendeu tecnologia nuclear à Coréia do Norte e ao Irã. As maiores potências acabaram por aceitar o arsenal de Israel (o país, que se estima ter 200 ogivas, jamais admitiu ter armas nucleares), da Índia e do Paquistão. Em parte, isso se deve ao fato de esses países terem se armado contra inimigos bem definidos e possuírem governos respeitáveis. Com a Coréia do Norte e o Irã, ambos ditaduras imprevisíveis, a situação se torna muito mais perigosa.
O temor causado pelos norte-coreanos pode levar a Coréia do Sul e o Japão a procurarem armamento equivalente. Os aiatolás atômicos provocariam uma corrida armamentista no Oriente Médio. Turquia e Egito já anunciaram planos de construir reatores nucleares, teoricamente para fins pacíficos. "A partir do momento em que uma nação sabe fazer o combustível nuclear, o custo para construir a bomba é de apenas algumas dezenas de milhões de dólares", disse a VEJA o americano Henry Sokolski, diretor executivo do Centro para Educação em Política de Não-Proliferação, em Washington. O maior incentivo para a popularização dos arsenais nucleares é justamente o fato de serem uma opção barata em comparação ao custo de montar e treinar um enorme Exército com armas modernas. A Coréia do Norte tem um Exército de 1,1 milhão de homens, o equivalente a 5% de sua população. Mas os soldados são mal armados e mal alimentados. Com a bomba, Kim Jong-II ganha poder de barganha contra a pressão internacional para abrir seu regime fracassado.

domingo, 11 de julho de 2010

Gabarito - Estudo Dirigido - 8ª Série


Correção das atividades em sala de aula.



1) Cite duas consequências da Primeira Guerra Mundial.
De credores os países europeus passaram a devedores, tendo o EUA como o principal credor, que se tornou a principal potência mundial.
O fim de diversos impérios como: o Alemão, o Austro-Húngaro, o Russo e o surgimento de vários países – Tchecoslováquia, Iugoslávia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.
A substituição do II Reich pela República de Weimar.
A Alemanha foi considerada a responsável pela guerra, sendo assim, ela foi a grande perdedora, já que sofreu inúmeras sanções.

2) Uma solução encontrada para enfraquecer os Impérios Centrais.
Os aliados procuraram defender a autonomia das minorias nacionais que estavam sob o controle dos grandes impérios.
3) Cite três novas nações que surgiram após a Primeira Grande Guerra.
Tchecoslováquia, Iugoslávia, Finlândia, Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia.

4) Cite dois fatores para os EUA terem se tornado uma potência mundial após o fim da guerra.
A necessidade de fornecer produtos para a Europa levou os EUA a aumentar a sua produção industrial. Os EUA substituíram os países europeus no fornecimento de produtos na Ásia e América Latina.
A transferência do centro das finanças para a terra do Tio San.

5) Cite alguns dos hábitos das classes médias americanas durante os anos vinte.
A música preferida era o charleston e o jazz, a indústria cinematográfica passa a influenciar multidões, o rádio era o principal meio de comunicação de massas, o passei de automóvel era uma prática comum párea as pessoas de classe média.

6) Quais foram as condições do Tratado de Versalhes.
O Tratado de Versalhes impôs a Alemanha duras condições de paz, vejamos algumas delas: Pagamento de indenização em dinheiro aos países da Tríplice Entente;
A entrega de máquinas, minérios, equipamentos de suas colônias para a Inglaterra;
A obrigação de reconhecer a independência da Polônia além de ceder uma estreita faixa de terra para esse país que dava acesso ao mar Báltico;
A devolução da Alsácia e Lorena a França.

7) Qual a relação entre o surrealismo e a psicanálise?
A utilização da ideia de um inconsciente, que para Freud considerado o pai da psicanálise, movia as pessoas, nas obras dos pintores surrealistas.
Gabarito:
1) Era o avanço sobre os inimigos utilizando, as forças de infantaria apoiadas na velocidade das forças blindadas, dos tanques e dos aviões.
Os aviões começavam o bombardeio; a seguir, os tanques abriam caminho para a infantaria, que ocupava o território rapidamente.
2) Operação Barbarossa (em alemão: Unternehmen Barbarossa) foi o codinome pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada em 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov (ou tratado de não-agressão) acordado entre os dois Estados menos de dois anos antes.
3) Guerra de trincheiras foi uma guerra ocorrida na segunda fase (1915-1918) da Primeira Guerra Mundial. Recebeu esse nome pois os exércitos do lado ocidental se protegiam em extensas linhas de trincheiras que eles mesmo cavavam.

4) Ideologia racista de Hitler e dos nazistas. A relação do racismo nazista com a "teoria do espaço vital", ou seja, com o projeto de ampliação territorial e política?

Conferência
Local
Ano
Resoluções
Teerã
Irã
1943
* Desembarque e a ocupação da e a França (1944) e a retomada do continente.
Yalta
Ucrânia
Fev. 1945
*Controle político da Alemanha;
* A definição de fronteiras;
* A partilha da Alemanha;
* Ocorrência de leições livres.
Potsdam
Alemanha
Jul.
1945
* O desarmamento e a desmilitarização da Alemanha;
* O Julgamento dos criminosos de Guerra;
* O impedimento da existência de um governo alemão;
* A divisão da Alemanha;
O pagamento de idenização e reparações à URSS e à Polônia.
* Outras Conferências.
Conferência de Casablanca - 14 a 24 de Janeiro de 1943
Conferência do Cairo - 22 a 26 de Novembro de 1943
Conferência do Cairo foi uma reunião ocorrida nos finais da
Segunda Guerra Mundial entre Roosevelt, Churchill e Chiang Kai-Chek onde decidiram o destino do império japonês.
Foi decidido que todos os territórios tomados da
China pelo Japão, com exceção da Coréia, seriam devolvidos à China.O Japão,ainda,perderia todas as ilhas do pacífico e territórios ocupados desde 1914

5) Assegurrar a paz e a cooperação internacional para a manutenção da segurança mundial.

6) a – Tchecoslováquia, Iugoslávia (Croácia e Bósnia se uniram à Sérvia) e à Hungria.
b – Finlândia e as Repúblicas bálticas da Lituânia, Letônia e Estônia.
c – Polônia.
ESTUDO DIRIGIDO - REVISÂO
1) Sobre a Primeira Guerra Mundial, analise e corrija se necessário às afirmativas abaixo:
I) A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a consequente busca por novos mercados consumidores
não geraram tensões imperialistas entre as potências européias.
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a consequente busca por novos mercados consumidores
geraram tensões imperialistas entre as potências européias.

II) O Pan-germanismo e o Pan-eslavismo gerado pelas disputas de territórios, na África e na Ásia, desencadeou atritos diplomáticos entre as nações industriais européias.
O Neocolonialismo gerado pelas disputas de territórios, na África e na Ásia, desencadeou atritos diplomáticos entre as nações industriais européias.

III) A política de acordos e de alianças, a Tríplice Entente e a Tríplice Aliança, geraram rivalidades entre as nações européias, as quais foram decisivas para a eclosão do conflito.
Frase correta
IV) A Rússia, mesmo envolvida com a Revolução Bolchevique, permaneceu na guerra até o final, sendo derrotada pelos Estados Unidos.
A Rússia, envolvida com a Revolução Bolchevique, saiu da guerra, assinando um tratado de paz em separado com a Alemanha..

2) A organização da Olimpíada de 1900 em Paris também enfrentou diversas dificuldades geradas pelo nacionalismo. Coubertin viajava de um lado para outro, empenhado em resolver crises criadas pela rivalidade entre as nações. As sequelas da guerra franco-prussiana, na década de 1870, mantinham tensas as relações entre a Alemanha e a França. A França perdera nessa guerra as regiões da Alsácia e Lorena, riquíssimas em minério. O clima de hostilidade acompanhava atletas e torcedores em Paris. Uma partida de rugby entre França e Alemanha exigiu a intervenção enérgica da polícia para controlar a torcida. No final os torcedores aplaudiram os vencedores, franceses, e os vencidos, alemães.
Qual a relação entre a perda da região da Alsácia e Lorena pela França, na Guerra Franco Prussiana e a Primeira Guerra Mundial?
A perda da rica região da Alsácia e Lorena criou um sentimento de revanche nos franceses que deveriam se vingar e recuperar o seu território tomado! E o momento da vingança chegou, quando os alemães declararam guerra em agosto de 1914.

3) Ao final da Primeira Guerra Mundial, o Império austro-húngaro que dominava boa parte da Europa Central foi desmembrado, levando ao surgimento (ou
ressurgimento) de vários novos países, cujo território, parcial ou totalmente, foi formado com partes do antigo Império. Esse processo acabou favorecendo
forte instabilidade econômica, inclusive processos hiperinflacionários em:
a) Hungria, Polônia e Iugoslávia;
b) Áustria, Tchecoslováquia e Iugoslávia;
c) Romênia, Polônia e Tchecoslováquia;
d) Áustria, Hungria e Polônia;
e) Romênia, Áustria e Hungria.

4) Após a derrota na Primeira Guerra Mundial, a Alemanha:
a) recuperou-se rapidamente em função da ajuda americana;
b) continuou um Império autoritário, governado pelos nazistas;
c) gozou de condições econômicas excepcionais sob o regime nazista, não tendo sofrido, como os outros países europeus, com a Grande Depressão;
d) viveu, no início dos anos trinta, um surto inflacionário;
e) sofreu em boa parte do período, problemas no seu Balanço de Pagamentos, que os economistas alemães atribuíam ao excessivo peso das reparações definidas pelo Tratado de Versailles.

5) Você consegue identificar o personagem ao lado? Se sim, quem é ele?
Capitão América
b) 2ª Guerra Mundial: Locado em um quartel, como um soldado comum, o personagem ao lado, se tornou o terror dos espiões do Eixo e quintas-colunas que agiam internamente para enfraquecer a nação. Em decorrência do ataque a Pearl Harbor, o nosso herói foi enviado para a guerra, dando início ao combate à tirania nas frentes de batalha.
Que país atacou a base de Pearl Habor? Japão
Quais as causas desse ataque? O não reconhecimento do domínio japonês no norte da China e uma série de sanções econômicas, ao Japão como o embargo às importações de petróleo.
Quais as consequências desse mesmo ataque? A entrada dos EUA na Segunda Guerra Mundial.