Um interessante artigo sobre os Cossacos.
“Os Cossacos são as melhores tropas apeadas que existem. Se eu os tivesse no meu exército, eu conseguiria conquistar todo o mundo com elas!”
Napoleão Bonaparte
Os Cossacos de Don não são da minha conta, e eles são livres de entrar em guerra ou viver em paz sem o meu conhecimento!
Ivan, o Terrível
Em 1812, a França, comandada pelo Imperador Napoleão, era a senhora da Europa. Já dominava completamente a parte Central e Ocidental do continente, sendo a única pedra no seu sapato a presença da Inglaterra, que teimosamente ainda não tinha caído. Vendo a impossibilidade de vence-los através de combates armados - ele tentou em 1805, mas foi derrotado pela Marinha Inglesa, no que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar - Napoleão optou por sufoca-los, instituindo o Bloqueio Continental. A idéia era impedir que todos os países do continente vendessem ou comprassem da Inglaterra, o que enfraqueceria os ingleses a médio prazo e os faria cair como ameixas maduras.
Os russos desobedeceram - em parte porque precisavam de dinheiro, e praticamente só tinham a Inglaterra como aliado, já que o resto da Europa estava nas mãos de Napoleão - e entraram na lista negra dos franceses. Pouco tempo depois, mais precisamente no dia 24 de junho de 1812, os franceses atacaram. E sem qualquer aviso formal, ou declaração de guerra (os alemães repetiriam a dose em 1941, mas não se engane, Stalin sabia de tudo, como veremos num futuro
Glaspost). A idéia era dupla: punir exemplarmente os russos e conquistar definitivamente a Europa Oriental, que ainda não tinha recebido a devida atenção do Império Napoleônico. Para isso Napoleão reuniu cerca de 610 mil combatentes, e 1.420 peças de artilharia, além de 70 mil reservas. Parecia perfeito...
O gigantesco território russo se mostraria maléfico para os planos defensivos de Alexandre I. Suas tropas, de aproximadamente 900 mil homens, estavam espalhados por todo o país, e ainda careciam de treinamento adequado. O máximo com que os russos poderiam contar no momento eram os três exércitos próximos a fronteira, que possuíam cerca de 250 mil homens ao todo. O problema era que suas forças armadas eram mal treinadas, mal alimentadas e mal equipadas. Por causa dessas deficiências os russos usaram a estratégia da Terra Arrasada - que consistia em recuar e destruir tudo que ficasse pra trás -, aliada a uma convocação geral para as suas forças militares e as milícias policiais.
A fraqueza russa entretanto se mostrou forte. O gigantesco exército de Napoleão não havia lutado uma grande batalha sequer quando havia adentrado centenas de quilômetros no território do império, e estava na altura da Bielorrússia... mas já tinha perdido um terço do seu efetivo, graças a fome, deserções em massa e cansaço. O momento era decisivo para os invasores, pois continuar significava ficar cada vez mais longe da segurança da fronteira - que, no momento era o único lugar que tinha comida - e de qualquer linha de suprimento do exército russo, que recuava cada vez.
Em setembro, na aldeia de Borodino, a cerca de 150 Km de Moscou, tem início uma das maiores batalhas de todas as guerras napoleônicas. Foram cerca de 19 horas de conflito com 66 mil mortos pro lado russo e 58 para o lado dos franceses - sendo que ambos possuíam, no momento do ataque, cerca de 140 mil homens. Após essa derrota, os russos fazem o impensável: decidem tirar o povo de Moscou e entrega-la sem resistência. Napoleão esperou uma declaração derrota, ou uma rendição formal por parte dos russos. Para desespero dele, isso não ocorreu. Ele não tinha mais para onde ir, ou o que fazer. A Rússia era gigantesca demais para ele tentar domina-la completamente, e as tropas russas estavam extremamente espalhadas pelo país, o que sempre evitava combates definitivos. Somava-se a isso as condições de seus próprios exércitos, em estado lastimável, com moral em baixa e suprimentos escassos.
A decisão de Napoleão foi de voltar para França no dia 19 de outubro, vitorioso, mas completamente derrotado, após cinco semanas acampado em Moscou. Daí o inverno começou, e a temperatura iniciou uma queda abrupta. E abruptamente na Rússia significa 26ºC negativos (e continuava baixando), o que ajudou a ceifar milhares de vidas sem qualquer necessidade de combate. Vários soldados nem se davam mais ao trabalho de andar, se estirando no chão e esperando o congelamento. Outros acabavam se queimando ao se jogar em cima de fogueiras na tentativa de se aquecerem.
Foi nessa hora que os russos empregaram sua arma mais mortal: os cossacos, sob o comando de Matvey Ivanovich Platov. A essa altura, os franceses, na tentativa de sobreviverem, já estavam deixando para trás o equipamento militar, assim como todos os saques que tinham feito. Isso ajudou muito os cossacos, que não atacavam em grandes bandos ou formações, mas partiam para combates individuais, de corpo a corpo, utilizando baionetas e floretes ao invés de armas de fogo. O efeito foi ainda pior do que o de um ataque russo de grandes proporções. Ao atacar com suas pequenas tropas - que não passavam de guerrilhas, mas eram muito bem treinadas, além de aguerridas e violentas - o terror se espalhou ainda mais no já despedaçado exército francês. O medo de serem atacados a noite e esquartejados pelas baionetas cossacas, levou as tropas napoleônicas a consumir desordenadamente as suas já parcas provisões, além de aumentar o número de deserções (mesmo que a última opção fosse praticamente sinônimo de morte).
No dia 14 de dezembro acabou o inferno - ironicamente um inferno de -38ºC - para Napoleão e seus comandados. Foram 600 mil franceses mortos contra 250 mil russos. Somente 10 mil franceses sobreviveram.
Sem os cossacos a volta para casa dos franceses seria um pouco mais tranquila. Eles conheciam o terreno, se moviam velozmente a cavalo e sabiam utilizar muito bem a neblina e a noite. Já as tropas de Napoleão eram alvos fáceis a essa altura: utilizavam sempre fogueiras para iluminarem acampamentos e se aquecerem, o que chamava bastante atenção, e não estavam com praticamente nenhuma capacidade de lutar.
Os cossacos são meio como os espartanos, e vêem na guerra uma forma de se libertar. Seu estilo rápido, baseado na mobilidade e na cavalaria tem muita similaridade com a força devastadora dos mongóis, que conquistaram o maior império que o mundo já conheceu. Mas eles tinham uma grande vantagem sobre o estilo mongol de fazer guerra, e uma diferença para os espartanos, que baseavam sua força na unidade de suas tropas: eles são excelentes no combate corpo-a-corpo e muitas vezes nem armas usam.
Cossaco vem de kazak, que significa "aventureiro", ou "homem livre". Seu local de surgimento são as estepes (planícies) do sudoeste europeu, principalmente no oeste ucraniano e o sul da Rússia. Lá eles se estabeleceram por ser uma região vasta e bastante aberta, o que facilitava muito a fuga, já que todos os cossacos são descendentes de foragidos de feudos da Polônia e de Moscou, que comandavam regiões próximas, ainda na Idade Média.
Os primeiros relatos que contém efetivamente referências ao povo cossaco datam de 1444, e basicamente se referia as comunidades que se uniram para se defenderem dos tártaros, que estavam à serviço do Império Russo e buscavam anexar aquelas terras. À época, os cossacos eram uma federação de povos sem governo, cultura, ou identidades em comum. As sucessivas guerras e tentativas de vence-los acabou unindo-os, e criando uma identidade que jamais se extinguiria.
Na altura do século XVI, eles mais ou menos se dividiram em dois grupos: os cossacos de Zaporizhia e os cossacos do Don, que até hoje são o grupo mais importante de cossacos. Seus territórios eram praticamente unidos, mas eles acabaram se dividindo por causa da separação imperial da época. Um grupo ficou no Império Russo, e o outro na República das Duas Nações, que mais tarde viria a ser a Polônia, a Lituânia, e parte da Ucrânia. E embora, teoricamente estivessem em estados distintos, os Cossacos do Don e os Zaporizhia, ainda faziam ações em conjunto, como a pilhagem de países vassalos do Império Otomano, que não era aliado de nenhum dos dois estados a qual os cossacos pertenciam. Vários lugares sofreram com a pirataria deles, chegando ao cúmulo de pilhar e destruir diversas cidades ao redor de Istambul, a capital dos turcos..
Nessa época os cossacos também começaram outra de suas vocações: prestaram serviços de mercenários, o que muitos os beneficiou, já que três estados vizinhos - Rússia, Império Otomano e República das Duas Nações - tentavam a todo custo se aproveitar da vocação naturalmente belicista deles. O primeiro cliente foi o Império de Habsburgo, que era inimigo dos Otomanos, o que leva a certas teorias sobre o fato dos Cossacos serem inimigos dos Otomanos em qualquer escala, o que independe de benefícios financeiros, estando provavelmente mais ligado à questões religiosas, já que eles eram ortodoxos e os otomanos islâmicos.
Em meados do século XVI, as relações entre a República das Duas Nações, que tinha feito um acordo e integrado parte dos cossacos do seu território ao seu exército, e os Otomanos se deterioraram, e as pilhagens cossacas não ajudavam em nada. Eles não tinham limites, e entravam no território turco ao seu bel-prazer. O governo das Duas Nações estava com um problemão nas mãos: tinha os cossacos integrados ao seu exército, o que tornava as pilhagens como "atos oficiais" deles.
Os otomanos responderam, usando outro dos povos belicosos da região: os tártaros. Eles adentraram pelo sul, que não tinha presença cossaca, o que o tornava mais fraco. Mas os tártaros não conseguiram empreender uma campanha tão vitoriosa quanto os cossacos, que chegaram tão perto da capital dos Otomanos, tanto que em 1615 o sultão teve que fugir do seu palácio para tirar o dele da reta.
Anos depois as duas nações esboçaram acordos de paz, que não passaram de medidas cosméticas, já que os dois povos que eles empregavam estavam fora de controle, e transformaram o lado sudeste da República das Duas Nações em um palco de guerra... incontrolável. Entretanto, a classe nobre das Duas Nações, aproveitando desse momento de esforços militares intensos, tentou tornar os cossacos escravos feudais.
Juntando isso ao fato desse povo ter existido justamente por estar fugindo de senhores feudais, não é difícil imaginar porque os cossacos logo se tornaram revoltosos para com os Polacos-Lituanos. Eles não queria independência, mas unicamente serem reconhecidos como iguais, o que sempre era rejeitado pela nobreza. Ajudava o fato deles serem Ortodoxos, e a República das Duas Nações ser oficialmente católica, o que trouxe a guerra a um campo onde não havia retorno.
A revolta cossaca, que teve seu ápice em 1648, trouxe consequências graves para as bases da República das Duas Nações. Basicamente essa revolta, conhecida como Revolta de Chmelnicki, foi a semente para a dissolução da histórica aliança entre poloneses e lituanos, que ocorreria definitivamente cerca de cem anos mais tarde.
O governo russo, se aproveitou do momento, e em 1654 fez um acordo formal com eles, conseguindo lealdade em troca do reconhecimento de total autonomia. De início foram organizadas duas repúblicas independentes de cossacos, mas ao longo do tempo elas foram perdendo autonomia e foram formalmente anexadas a Ucrânia e a Moldávia. Muitos deles saíram dos territórios conflitosos da Europa Oriental e foram para Kuban, no Caúcaso. Após uma série de problemas de ordem política, o que incluiu até mesmo uma pequena cisão na comunidade cossaca, eles foram anexados oficialmente ao exército russo, onde se juntariam aos seus eternos e sangrentos inimigos: os tártaros.
Por esse motivo eles se espalharam pelos vastos territórios imperiais, se juntando a tribos tártaras ou indo pra Sibéria, principalmente em regiões próximas do Lago Baikal, nos montes Urais, e no Extremo Oriente, próximos da Mongólia e China.
Os russos exploraram ao máximo as capacidades militares dos cossacos, que à época eram 4,5 milhões, e isso não poderia ser diferente. Eles sabiamente os empregaram no que eles sabiam fazer melhor, que eram missões de reconhecimento, ou assassinato. Cossacos eram indisciplinados para os padrões russos, e não tinham utilidade integrados ao exército regular, de modo que eram como guerrilheiros à espera do inimigo; um jacaré do pântano esperando uma presa, e totalmente alheio às vontades de seu amestrador. Eles raramente usavam armas de fogo, e gostavam de aproveitar o terreno ao seu favor. Quando não possuíam essas vantagens, montavam em cavalos e aterrorizavam, geralmente a noite e sob a neve.
A opiniões dos chefes militares russos sobre os cossacos eram ambíguas. Eles eram indispensáveis, pois defendiam as fronteiras do Império ao menor sinal de ataque (tanto que tinham, em troca de isenção de impostos, que servir militarmente por 20 anos), mas, ao mesmo tempo, eram taxados de indisciplinados, pois não aceitavam integrar as tropas russas.
Cossaco do Extremo Oriente russo
Em 1917 houve o baque da Revolução Socialista. Cada comunidade cossaca decidiu por si só aderir ou não aos Bolcheviques. E a maioria fez isso, de início por simples insatisfação com o governo de Nicolau II. Na Guerra Civil que se seguiu a Revolução, houveram cossacos dos dois lados.
Como todos sabem, os Vermelhos ganharam e o Comunismo começou a ser instaurado na Rússia. Os integrantes do Partido fizeram com os cossacos o mesmo que fizeram com inúmeros outros povos tradicionais do seu território: os massificaram, espalhando-os pelo país e enchendo o território deles de russos e ucranianos vindos de todos os lados (coloque no processo, uns 500 mil mortos que não queriam colaborar). Embora aproveitados nas unidades militares, o Exército Vermelho não possuía unidades cossacas, para evitar problemas, ou que idéias anti-revolucionárias passassem pela cabeça deles.
A II Guerra Mundial levou os russos a bambearem e estenderem a mão aos cossacos de novo. Foram criados destacamentos deles, que eram utilizados nas missões mais suicidas possíveis, como incendiar tanques de combustíveis alemães durante a Batalha de Stalingrado. Os cossacos não levavam praticamente nenhum suprimento, viajando leves, comendo grama e bebendo água de neve derretida. A baioneta deles era temida até mais que prisões siberianas, e os melhores relatos sobre a atuação deles na II Guerra foi do Capitão Seckeet, que era comandantes da I Companhia de Infantaria Alemã.
A unidade de Seckeet foi uma das primeiras a enfrentar os cossacos, ainda na cidade de Brest-Litovski, perto da fronteira com a Polônia. À essa altura a inteligência alemã já achava que sabia tudo à respeito das tropas russas, visto as vitórias iniciais arrasadoras, mas logo viram as baixas subiram de 20% por ataque, para 78%, apenas com a chegada deles, que gostavam de atrair alemães incautos para lugares afastados e os dilaceravam com baionetas, logo depois amarrando os corpos a cavalos e os incendiando. Tal poder de "propaganda", que obrigava os alemães verem desfiles de soldados esquartejados em chamas, causou forte impacto no moral e na coragem das tropas da Wehrmacht, o que somado ao frio intenso, logo começaram a se lembrar de Napoleão e sua mal-sucedida invasão a Rússia, há pouco mais de um século antes.
O sangrento serviço de contra-espionagem soviético, a SMERSH (um acrônimo para "Morte aos Espiões", em russo) também era recheado de cossacos. Tal manobra era acertada, visto que eles não tinham qualquer ligação com nenhum povo da União Soviética, e não hesitariam em mandar uma bala na cabeça de qualquer um com idéias anti-soviéticas. Segundo relatos de Alexander Soljenítsin, em seu livro Arquipélago Gulag, os métodos empregados por cossacos para torturarem, eram os com melhor eficácia. Diversos sargentos que não tinham mais que 20 anos foram responsáveis pela destruição da carreira de diversos generais graduados, embora o destino deles no pós-guerra tenha sido igualmente sangrento, afinal os matadores não sobrevivem muito tempo na Rússia, a não ser que estejam no topo da pirâmide.
Destacamentos cossacos também lutaram ao lado dos alemães, e essa tropa era formada basicamente por antigos aliados do Exército Branco, que lutou contra o Exército Vermelho na Guerra Civil russa. A principal unidade a ir contra os seus próprios era o XV Corpo de Cavalaria Cossaco, que estava sob comando alemão. Essa unidade conseguiu fugir do território soviético e se entregou aos britânicos na Áustria, no fim da Guerra, em 1945. Os soviéticos, por sua vez, não gostaram da manobra, e destacaram o General Fillip Golikov - saído das fileiras do SMERSH, e posteriormente chefe da GRU, o serviço secreto militar soviético - para repatriar todos os fujões.
Após uma série de acordo com os britânicos (lembre-se, não confie neles), cerca de 40 mil cossacos traidores foram trazidos de volta a URSS, indo direto para campos prisionais siberianos (em breve um Glaspost somente com eles) ou direto para o fuzilamento.
Com o fim da II Grande Guerra - a qual a Parada da Vitória, realizada no dia 24 de junho, contou com o desfile do destacamento cossaco mais importante: uma unidade secreta dos sabotadores e cortadores de gargantas da Spetsnaz - o governo comunista mais uma vez se esforçou para dissolver aldeias cossacas e os diminuir como povo independente. O resultado disso foram inúmeras correntes migratórias, e o deslocamento deles para regiões mais tranquilas, como as terras próximas as três repúblicas bálticas: Estônia, Letônia e Lituânia.
Com a subida ao poder de Gorbachev, os cossacos ganharam, em 88, o direito de formarem comunidades novamente. Com a dissolução da URSS, eles voltaram a velha tradição da guerra, participando de conflitos regionais, como o da Bósnia, o da Geórgia, o de Kosovo e o da Chechênia, sempre do lado dos russos.
Em 2005, Vladmir Putin publicamente divulga uma nota que reconhece formalmente a contribuição cossaca a formação da Rússia, bem como suas habilidades militares e sua rica cultura. Além disso, é reconhecidamente público que comunidades cossacas - como Rostov, Starvoprol e Krasnodar - têm baixíssimas taxas de criminalidade, além de altas taxas de leitura (isso na Rússia, que tem uma das taxas de leitura livros/habitante mais altas do mundo). Na Ucrânia, país basicamente fundado por cossacos, a cultura está ainda mais ligada ao estilo cossaco de ser. Tanto que até mesmo o governo apóia que se ligue a cultura do país com a dos Senhores da Guerra (apelido meu).
Tais fatos só demonstram a força de um dos povos menos mutáveis do mundo, que resistiu a mais de quatro séculos de guerra, tentativas de escravização e de dizimação. Fora que ainda por cima mantém sua cultura praticamente intacta, fato raríssimo no mundo culturalmente pastoso da atualidade... além de sua temida pré-disposição para embates sangrentos, como bem prova seu ainda envolvimento em conflitos no seu teatro de guerra: a Europa!