Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

quarta-feira, 24 de março de 2010

CNEC: Aula - 24/03/2010 (8ª Série)

A nossa aula de hoje teve início com uma rápida esquematização dos conceitos analisados e estudados na aula anterior, que foram:
Positivismo;
►Darwinismo Social;
►Republica da Espada;
►Encilhamento;
►Revolta da Armada;
►Revolução Federalista.
Ao elaborarmos essa breve esquematização organizamos os assuntos que tendo como base o nosso livro didático, trabalharíamos em sala. Os assuntos principais seriam as características políticas e econômicas da chamada República Oligárquica (1894-1930).Para isso discutimos o conceito de oligarquia: Governo de poucas pessoas. Ocorre quando um pequeno grupo de pessoas de uma família, de um grupo econômico ou de um partido governa um país, estado ou município. Uma das características desta forma de governo é que os interesses políticos e econômicos do grupo que está no poder prevalecem sobre os da maioria.A partir dessa análise, buscamos perceber como essas oligarquias influenciaram a vida política, econômica e social do Brasil nas primeiras décadas do século XIX e também como essas oligarquias se relacionaram entre si e entre o Estado para se manterem no poder. Para isso foi elaborado um resumo esquemático:
►Âmbito Federal:
Política do café-com-leite.
►Âmbito Estadual:
Política dos Governadores.
Como foi dito em sala de aula, a política dos governadores consistia basicamente num acordo entre o presidente da República e os governadores dos Estados, visando fortalecer ambas as partes. Seriam admitidos no poder Legislativo federal apenas os deputados que representassem a situação em seus respectivos Estados. Após as eleições, a Comissão Verificadora de Poderes, controlada pelo Executivo federal, "diplomava" ou "degolava" os candidatos eleitos, conforme fossem ou não partidários do governo de seu Estado. Em troca, a Câmara dos Deputados eleita e "diplomada" daria todo o apoio às iniciativas do governo federal. Através desse sistema, as oligarquias estaduais mantiveram-se no poder durante décadas e, ao mesmo tempo, ficou assegurado o predomínio político de São Paulo e Minas Gerais, os dois Estados economicamente mais fortes e com maior representação no Congresso.
►Âmbito Municipal:
Coronelismo:
Curral eleitoral. Lugar para onde se transportam e onde permanecem, são alimentados e festejados os eleitores, em dia da eleição, a fim de exercer sobre eles estrito controle os chefes políticos e cabos eleitorais, evitando sua contaminação pelos adversários. Os eleitores assim confinados só deixam o "curral" na hora de depositar o voto nas urnas, sob estritas instruções e vigilância de chefes e cabos eleitorais e seus prepostos.
Voto de Cabresto. Diz-se do voto dado pelo eleitor aos candidatos que lhe são inculcados por um chefe político ou cabo eleitoral, sem que o votante – denominado “eleitor de cabresto” – saiba exatamente em quem vota, ou por que vota. Tais eleitores são transportados para “currais eleitorais”, onde são alimentados e festejados, e de onde somente saem na hora de depositar o voto na seção eleitoral.
Para se divertir










Para pensar!



Voto de cabresto em nova roupagem
Em um passado nem tão remoto em épocas eleitorais de nosso Brasil via-se a figura lamentável dos coronéis, fazendeiros de grande poder econômico que utilizavam sua força e poder para coagir o eleitorado a votar em determinado candidato. Capangas usavam e abusavam da violência e tratavam de garantir que ninguém fraudaria a vontade dos poderosos. Esta prática recebia a alcunha de voto de cabresto. No entanto, é inegável que a evolução das idéias humanas quebrou inúmeros absurdos do passado, mas como todo processo evolutivo é lento e responde à moralização dos cidadãos, o voto de cabresto ainda existe, embora em outra roupagem, mais light, sem violência física e sem capangas por perto. O voto de cabresto hoje se faz de maneira psicológica, atuando junto às necessidades do eleitor. Uma bolsa isso, um auxílio aquilo, uma cesta básica, uma promessa... Olha, não vote em tal candidato, o benefício poderá ser cortado. Pense bem antes de votar, o candidato do partido A é da oposição, deixe-o de lado, senão... Sim, não há mais o coronel, mas há o engravatado que semeia o medo, a desesperança e limita o raciocínio do cidadão. Desapareceu o capanga, mas surgiu o cabo eleitoral participando ativamente da campanha, abraçando os necessitados, visitando lares menos abastados, acariciando crianças, mostrando-se a imagem e figura da simpatia; uma simpatia de fachada que conquista as carentes mães da periferia. O cabresto hoje é feito de promessas vazias e evasivas, sem compromisso com a sinceridade e sem qualquer envolvimento com o bem coletivo. Um cabresto que não desfere pontapés, mas alimenta a ignorância. Um cabresto que uiva silencioso e pisoteia nas agruras humanas. Quando será que desaparecerá o cabresto? Difícil saber, porquanto o cidadão comum também atua no seio da sociedade alimentando essa nefasta tendência de manipulação do poder. É o empresário que pensa somente em seus lucros esquecendo-se dos funcionários. São os funcionários que lesam a empresa "enrolando" no serviço passando minutos ou horas a fio envolvidos com as maravilhas da internet. São as pessoas que agem como se o mundo fosse dos espertos desrespeitando os mais elementares direitos do semelhante. Em realidade o cabresto começa aqui embaixo, em nós mesmos. Os governantes apenas manifestam as tendências de nossa sociedade. Se formos desonestos, eles também serão. Por isso o cabresto começa no fura fila, no troco a mais não devolvido, no produto comercializado acima do preço justo. "Veja que pechincha!!! Está barato!!!! Aproveite! E há vendedores orgulhosos com seu desempenho, gabando-se: "Fiz ótimo negócio, empurrei por alto preço esta mercadoria encalhada há anos". Sim, é o cabresto manifestando-se por intermédio do verbo, enganando, ferindo direitos, prejudicando o outro... Um cabresto bem vestido, um cabresto de terno e gravata, sorridente e simpático. Ah, os coronéis não se foram, o cabresto não se foi, é uma ilusão considerar grandes guinadas na sociedade sem a evolução moral do cidadão. Ou melhoramos como pessoas coibindo más inclinações ou o voto de cabresto permanecerá por muitas e muitas eleições. Pensemos nisso.
Wellington Balbo
Publicação: http://www.paralerepensar.com.br/ 24/09/2008
Economia cafeeira.
Ao analisarmos a economia brasileira nos primeiros anos da República nos deparamos com a importância o café que já assumia lugar de destaque desde: “os meados do século XVIII esse produto era considerado uma especiaria entre os consumidores europeus. Ao longo desse período, o seu consumo ganhou proporções cada vez mais consideráveis. De acordo com alguns estudiosos, essa planta chegou ao Brasil pela Guiana Francesa nas mãos do tenente-coronel Francisco de Melo Palheta. Na segunda metade do século XVIII, por volta de 1760, foram registrados os primeiros relatos noticiando a formação de plantações na cidade do Rio de Janeiro. Na região da Baixada Fluminense as melhores condições de plantio foram encontradas ao longo de uma série de pântanos e brejos ali encontrados. No final desse mesmo século, as regiões cariocas da Tijuca, do Corcovado e do morro da Gávea estavam completamente tomadas pelas plantações de café.”
Mas o período que interessa ao nosso estudo é a economia do café na República Oligárquica e para isso analisamos um gráfico que cobria os anos de 1895 e 1925 no que se refere à participação do café no total das exportações do Brasil:

O Convênio de Taubaté (1906)
Estipulou:
►Um preço mínimo para o café;
►O pedido de empréstimos externos;
►A compra de excedentes;
►Lei contra novas plantações;
►Criação de um fundo para a estabilização do câmbio (caixa de conversão) com o objetivo de impedir que a moeda nacional fosse valorizada.
Analisamos ainda a chamada Belle Époque.
No Brasil, por exemplo, este período tem início em 1889, com a Proclamação da República, e vai até 1922, quando explode o Movimento Modernista, com a realização da Semana da Arte Moderna na cidade de São Paulo. A Belle Époque brasileira é, no entanto, instaurada lentamente no país, por meio de uma breve introdução que começa em meados de 1880, e depois ainda sobrevive até 1925, sendo aos poucos minada por novos movimentos culturais. Esta era é até hoje relembrada como uma época de florescimento total do belo, de transformações, avanços e paz entre o território francês, onde este movimento se centralizou, e os países europeus mais próximos. Surgem novas descobertas e tecnologias, e o cenário cultural fervilha com o aparecimento dos cabarés, do cancan, do cinema. A face artística é subvertida com o nascimento do Impressionismo e da Art Nouveau. Em outras terras a arte e a arquitetura nascentes neste momento são conhecidas como obras de estilo ‘Belle Époque’. No Brasil a ligação com a França é profunda nesta fase da História. Entre os membros da elite brasileira, era inconcebível não ir a Paris ao menos uma vez por ano, para estar sempre a par das mais recentes inovações. Em meados do século XIX, cinco importantes mostras internacionais organizadas na cidade-luz indicaram as novas inclinações estéticas aos artistas de todo o mundo.
Fonte: http://www.infoescola.com/artes/belle-epoque/
E terminamos o assunto do dia com a análise das doutrinas sociais que surgiram na Europa do século XIX, e suas influências no Brasil, para "combater" o capitalismo. São elas:
►Anarquismo, que exerceu, na Primeira República, uma influência determinante sobre o movimento operário, negava toda forma de autoridade e de organização político-partidária. A luta dos anarquistas tinha caráter econômico e era baseada no enfrentamento direto com os patrões.
► Anarco-sindicalismo; adaptação no Brasil do anarquismo, já que os sindicatos passaram a ter grande importância. O anarco-sindicalismo e seus seguidores usavam a chamada ação direta. Boicotavam a produção, sabotavam as máquinas e faziam greves. Aliás, a greve foi a arma decisiva do anarquismo no Brasil. A imprensa também foi muito utilizada pelos anarco-sindicalistas. A partir de 1922, a força dos anarco-sindicalistas começou a diminuir. Entrava em cena o Partido Comunista.
► Comunistas, seu partido foi criado no ano de 1922 no rastro da vitória da Revolução Russa de 1917 (Bolchevique). Ao contrário dos anarquistas, os comunistas transferiram a luta dos trabalhadores da esfera econômica para a política, com a defesa da hegemonia do partido. Os comunistas, diferentemente dos anarquistas, defendiam a ocupação dos órgãos estatais pelos membros do partido.
Terminamos o nosso encontro de hoje comentando sobre a importância da qualificação para a inserção dos jovens no mercado de trabalho e as diferenças entre o mercado de trabalho e do trabalhador nas décadas passadas e nos dias de hoje.

Correção atividade casa.
Exercícios 2 e 3 da página 28.
2) Um exemplo é o trecho a seguir, com a respectiva explicação.
“Eis aqui os novos Bancos
Que vão dar um dinheirão!
Libras, dollars, marcos, francos
Vamos ter em profusão!” Nesse caso, os bancos
liberaram dinheiro, na expectativa de reavê-lo posteriormente, tendo grande lucro sob as transações financeiras.
3) Atualmente, a economia brasileira vive uma situação quase única no mundo: existe uma grande demanda por nossas exportações em função do crescimento mundial e, por outro lado, enfrentamos um nível de juros elevadíssimo, o que impede um crescimento econômico mais elevado e, portanto, a demanda por importações. Com o resultado, acumulamos saldos comerciais recordes e uma forte entrada de capital de fora, levando à valorização da taxa de câmbio. Além disso, há a competição com a China, que vem elevando continuamente sua produtividade industrial, sem que os salários cresçam na mesma proporção. Internamente, os empresários ainda enfrentam uma contínua elevação da carga tributária, com o medíocre crescimento da economia no ano passado e com a piora nas condições de infra-estrutura. Considerando os altos impostos um grande problema na economia do Brasil, uma das alternativas seria uma reforma tributária, a fim de diminuir as taxas de juros.

Exercícios 16 e 19 da página 45 e 46
16) O darwinismo social apregoava que havia uma seleção natural dos seres. Os fortes comandariam os fracos. Assim, pode-se concluir que a miséria e a pobreza existentes no Brasil, no início do século XX, eram fatores naturais, pois os fracos não conseguiriam superar as dificuldades mantendo-se na sua insignificância moral, social e econômica.
19) D

× Para casa ficou a leitura dos movimentos sociais na Primeira República e os exercícios 4 e 6 (pag. 32) e 7 e 8 (pag. 34)
DESAFIO
Tendo como base o que foi estudado sobre a República Oligárquica no Brasil, identifique na imagem abaixo um erro - dentro do contexto estudado.

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