Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

domingo, 1 de fevereiro de 2009

MEDIEVALISMO E RENASCIMENTO

A pintura renascentista e medieval

No estudo da cultura renascentista, muitos professores destacam que esse movimento artístico e intelectual promoveu novas concepções de mundo. No campo da pintura, essa distinção pode ser percebida com a entrada de temáticas relacionadas à cultura clássica e a reprodução de cenas cotidianas que valorizam os gestos e as expressões humanas. Contudo, existe um ponto interessante em que tais generalizações sobre a pintura renascentista podem causar certa confusão entre os alunos.

De fato, o humanismo foi uma das concepções que mais frequentemente adentrou o pensamento renascentista. Entretanto, muitos dos pintores considerados representantes desse mesmo movimento se aproximaram das temáticas religiosas em suas obras. Com isso, o professor pode, através de uma interessante comparação, mostrar como os quadros religiosos da renascença promovem um diálogo vivo entre as continuidades e transformações que marcam a passagem da Idade Média para a Idade Moderna.

Para isso, sugerimos uma análise comparativa onde o professor demonstre como em quadros dotados de uma “mesma situação” sejam percebidas as semelhanças e diferenças entre a estética medieval e renascentista. Como sugestão, podemos utilizar a pintura “O sepultamento de Cristo” – iluminura medieval do século XIII – e uma outra obra com mesmo nome em que o pintor italiano Michelangelo Merisi da Caravaggio tenta representar a mesma situação.

Figura 01

Figura 02

Nessa análise, o professor pode questionar com os alunos em qual das pinturas os personagens são mais bem representados, onde existe maior facilidade em se perceber a representação das emoções dos personagens e onde os movimentos são mais bem detalhados. Com isso, o professor pode demonstrar que o renascimento, ao mesmo tempo em que não abandonou o tema religioso, promoveu uma nova preocupação voltada para a “reprodução do real”.

Dessa forma, os alunos podem vislumbrar as diferenças em situações aparentemente semelhantes, demonstrando na arte as novas concepções que a rodeiam.

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