Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

sábado, 7 de fevereiro de 2009

IDADE MODERNA. GRANDES NAVEGAÇÕES

AS GRANDES NAVEGAÇÕES E O DESCOBRIMENTO DO BRASIL

Esse plano de aula está baseado na revista Veja: A aventura do descobrimento.
Caso necessitem da revista é só entrar em contato.

Objetivos
Compreender a complexidade do momento histórico que originou o movimento das grandes navegações.
Atividades
1. Um elemento importante para compreender a expansão marítima européia dos séculos XV e XVI foi o apoio e a ação política dos Estados nacionais centralizados, em formação nessa época. Nicolau Maquiavel (1469-1527), autor de O Príncipe, foi um dos primeiros a defender a necessidade do fortalecimento de um Estado centralizado e duradouro para o desenvolvimento e a expansão de uma nação. Como explica o pensador italiano Antonio Gramsci, Maquiavel "mostra como deve ser o Príncipe para levar um povo à fundação do novo Estado, e o desenvolvimento é conduzido com rigor lógico, com relevo científico". Analise com seus alunos, apoiado no texto "A Realidade Crua do Poder", entrevista baseada em fragmentos de O Príncipe, os seguintes aspectos: - Que pontos são propostos com destaque por Maquiavel para a fundação do Estado e da ação política modernos? - Qual era a realidade política dos Estados ibéricos naquele momento histórico? - Que relação há entre as idéias de Maquiavel e as condições políticas de Portugal e Espanha?
2. Após a discussão de caráter mais abrangente realizada na questão anterior, recupere com a turma, a partir das reportagens "A conquista do Mar Oceano' (págs. 42 e 43), "O Salto de Qualidade" (págs. 48 e 49) e "Santa Cruz é Nossa" (págs. 54 a 56), a ação efetiva (recursos financeiros, tecnologia, apoio político e militar, entre outros fatores) dos Estados espanhol e português para o desenvolvimento da expansão marítima.
3. Desde o século XI, a Europa feudal passou por mudanças que atingiram todas as esferas da vida - relações políticas, econômicas, culturais, religiosas e a própria visão de mundo. Como resultado, nos séculos XV e XVI o universo medieval estava em colapso, enquanto o capitalismo dava seus passos iniciais. Com base nas reportagens "Admirável Mundo Novo" (págs. 24 e 25), "O Império Ataca" (págs. 60 a 63) e "Guinada no Mercado" (págs. 76 a 78), procure reconstruir os aspectos mais importantes da economia da Europa e o impacto deles para o restante do planeta.
4. Muitos cronistas registraram as tremendas dificuldades que os navegadores europeus enfrentavam em suas longas viagens ao Oriente, à África e à América nos séculos XV e XVI. Um deles, o artesão calvinista francês Jean de Léry, nos deixou um magnífico relato no livro Viagem à Terra do Brasil: "O sol é fortíssimo e, além do calor que padecíamos, não tínhamos, fora das parcas refeições, água doce nem outra bebida em quantidade suficiente. Sofríamos assim tão cruelmente a sede que cheguei quase a perder a respiração (...)". Apoiado nesse relato, no quadro "Uma Equipe Multinacional" (págs. 28 e 29) e nas reportagens "A Conquista do Mar Oceano", "A Vastidão das Águas do Sul" (págs. 44 a 46) e "Profissão de Alto Risco" (págs. 58 e 59), procure recriar com seus alunos o cotidiano de quem enfrentou essas viagens rumo ao desconhecido.
5. Para os viajantes europeus dos séculos XV e XVI, os oceanos e as terras recém-descobertos estavam repletos de mistérios e mitos, originários da Idade Média e influenciados pelo catolicismo. Como observou o historiador brasileiro Sérgio Buarque de Holanda em seu livro Visão do Paraíso, "mesmo quando não se mostrou ao alcance dos olhos mortais (...) [a Visão do Paraíso] esteve continuamente na imaginação de navegadores, exploradores e povoadores do hemisfério ocidental". Baseado na afirmação de Sérgio Buarque e na reportagem "Admirável Mundo Novo", coloque em discussão as características desses mitos e lendas, a exemplo da existência de um paraíso criado por Deus e perdido em terras desconhecidas, provavelmente na América.
6. Quando os europeus chegaram ao novo continente encontraram diversas sociedades organizadas de maneiras distintas. A estranheza das primeiras impressões manifestou-se de vários modos, das relações cordiais à violência e à intolerância. A partir das reportagens "Uma Terra Graciosa, um Povo Gentil" (págs. 26 a 31), "A Crônica do Achamento" (págs. 36 a 39) e "Paraíso ou Inferno?" (pág. 86), proponha que seus alunos: - Utilizem a seguinte frase de Sérgio Buarque de Holanda para debater as relações entre europeus e ameríndios: "É o confronto de duas humanidades diversas, tão heterogêneas, tão verdadeiramente ignorantes, agora sim, uma da outra, que não deixa de impor-se entre elas uma intolerância mortal" (trecho de O Extremo Oeste); - Analisem o seguinte texto do português Gabriel Soares de Souza (1540-1592), na obra Tratado Descritivo do Brasil em 1578, no qual um comentário sobre a fala dos tupinambás traduz a visão eurocêntrica dos colonizadores: "(...) Faltam-lhes três letras das do ABC (...) Se não têm F é porque não têm fé (...). E se não têm L na sua pronunciação é porque não têm lei alguma que guardar, nem preceito para se governarem (...) E se não têm R na sua pronunciação é porque não têm Rei que os reja, e a quem obedeçam (...)".
7. O termo globalização vem sendo usado para explicar, positiva e negativamente, a realidade que vivemos. Discuta essa questão com seus alunos. Use o especial de VEJA para traçar um paralelo entre o atual processo de expansão e o dos séculos XV e XVI.

Nenhum comentário: