Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Cultura no Estado Novo


CINEMA E HISTÓRIA





Cenas do filme: Romance Proibido
Ao estudarmos a cultura no Estado Novo e a importância desses filmes no processo educativo e propagandístico desse novo regime (O filme começa a ser filmado em 1939) o nosso material didático nos deu como exemplo os filmes Inconfidência Mineira e Romance Proibido. A seguir encontram-se algumas curiosidades do filme, Romance Proibido.
Em sala, analisaremos essas informações, para relacioná-las com o período estudado.

Romance Proibido

- O roteiro é inspirado na idéia de Paulo Wanderley para o filme "Saudade", que Adhemar Gonzaga pretendia dirigir em 1930. As personagens são, em sua estrutura, as mesmas. Porém, as situações e o cunho didático nacionalista foram introduzidos posteriormente.- Típico exemplar do cinema brasileiro dos anos de guerra e do Estado Novo, "Romance Proibido", a exemplo de "Aves sem ninho" e "Caminhos do céu", é filme nacionalista e austero, que exalta o valor dos seres humanos que abdicam de suas aspirações pessoais em benefício do progresso da coletividade, através do nobre exercício de uma profissão.
- Estreou no Rio de Janeiro nos Cinemas Plaza, Astória, Olinda, Ritz e República, a 18 de dezembro de 1944. O maior lançamento já obtido para filmes do cinema brasileiro. Em São Paulo, no Cinema Metro, a 14 de dezembro de 1944.
- Estréia de Dercy Gonçalves no cinema, sem ser figurante.
- Romance Proibido foi dirigido por Adhemar Gonzaga em meio ao contexto da Segunda Guerra Mundial, o que significou uma produção arrastada - começou em 1939 -, complicada do ponto de vista técnico - faltava filme virgem, reagentes, etc. - e com reflexos na parte artística.
- Era uma refilmagem disfarçada de Barro Humano e do inacabada Saudade, com a história deslocada para o contexto do Estado Novo. Em vez do final feliz original, a protagonista agora ficava sozinha e decidia levar a educação para as comunidades do interior, em missão patriótica tão ao gosto do momento.
- O nacionalismo gonzagueano flertava com o autoritarismo varguista em sua face de renovação espiritual e social do homem brasileiro, com direito à presença do projetor cinematográfico em plena sala de aula, como um instrumento fundamental de difusão da educação e da cultura.
- As grandes qualidades de Romance Proibido estão em sua força como documento de época, revelando um desencanto com a elite perdulária, vazia e descompromissada politicamente, e uma adesão ao ideal do "novo homem brasileiro" estadonovista. Bem entendido, o nacionalismo gonzagueano se serve do contexto do momento, mas não sem fazer certos reparos e indicar os limites do projeto governista. É particularmente interessante o contraste que se estabelece entre os freqüentadores chiques do cassino e a apresentação de um número de bailado na escola nacionalista de dança folclórica, e a introdução do projetor cinematográfico na escola pública, sem prejuízo do consumo de cinema, qualquer que seja a cinematografia (no filme, corta-se da sala de aula para a porta de um cinema que está exibindo um western norte-americano), sabendo-se o quanto parte do governo getulista era xenófobo à América.
- O filme não sobreviveu completo, perdendo-se certos trechos, substituídos para efeito de compreensão da estória por fotografias e legendas. Mesmo assim evidencia as potencialidades e os problemas de um cinema de estúdio no Brasil àquela altura. Há prodígios cenográficos, como o prédio da escola, assim como limitações gravíssimas, como a ausências de móveis em certos ambientes, substituídos por réplicas singelas.

- Sinopse extendida: Passando por dificuldades financeiras em sua fazenda, Cavalcanti vem ao Rio de Janeiro buscar a filha Tamar, que estuda em um colégio interno. No retorno ela reencontra Carlos, sua grande paixão e de quem está noiva há tempos. Resolvem marcar o casamento para a volta de Carlos da capital federal, embora haja quem duvide que o enlace se consume. O boêmio Carlos viaja com o grande amigo e companheiro de farras Jararaca. Após acertarem as dívidas com o banco, resolvem fazer uma incursão pela noite do Rio. Carlos conhece e se apaixona por Gracia, uma coquete dama da sociedade, sem saber que ela e Tamar são grandes amigas. Quando a verdade é revelada, Gracia rompe o namoro e decide lecionar no interior do país, juntando-se ao esforço educacional e civilizatório do governo, sem imaginar que o destino ainda testaria seus sentimentos e sua determinação. (fonte: Arquivos da Cinédia)

Fonte: http://www.meucinemabrasileiro.com/filmes/romance-proibido/romance-proibido.asp

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