Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

domingo, 15 de agosto de 2010

Textos para o teste.

Material de apoio e complementar para o teste do 3° bimestre.

O POPULISMO EM QUESTÃO E A QUESTÃO DO POPULISMO
A CRÍTICA AO CONCEITO DE "POPULISMO". O termo "populismo" tem sido utilizado para caracterizar a política getulista e, por extensão, a prática de importantes políticos no período de 1945 a 1964. De modo simplificado, o conceito de populismo conteria dois ingredientes: de um lado, os líderes populares que manipulam os trabalhadores e, de outro, a massa trabalhadora que se deixa levar "passivamente" por esses líderes. Na época, o terreno comum entre o líder populista e a massa era a legislação trabalhista, considerada a grande obra de Vargas. Assim, populismo e trabalhismo tornavam-se faces da mesma moeda.
Trabalhos historiográficos mais recentes criticam essa concepção "populista" do período, afirmando que a capacidade de manipulação dos líderes era muito limitada e que os trabalhadores não eram criaturas passivas que aceitavam tudo o que vinha "de cima". Ao contrário, tiveram uma participação ativa na criação do trabalhismo, uma das características marcantes do período. Portanto, o conceito de "populismo" não dá conta da realidade e distorce os fatos - é o que concluem alguns estudos atuais.
Em História, como em qualquer outra disciplina, os conceitos estão perpetuamente
sujeitos a revisões e críticas. Como os conceitos são criados ou aprimorados em trabalhos de pesquisa e reflexão, o alvo das críticas são geralmente as obras mais representativas. No caso do populismo, os autores visados pelos críticos são os sociólogos Octávio lanni e Francisco Weffort, autores de “O colapso do populismo e O populismo na política brasileira", respectivamente. É preciso frisar que essas obras são apenas exemplos de uma vasta produção que envolve também outros autores.
A "REINVENÇÃO" DO TRABALHISMO. De acordo com a nova interpretação historiográfica, os trabalhadores tinham perfeita noção de seus interesses e o trabalhismo não foi um produto integralmente getulista. Ao contrário, os trabalhadores interferiram ativamente em sua construção. Em 1960, a participação dos trabalhadores na renda interna urbana foi de 64,9%, índice inferior apenas aos dos Estados Unidos, Inglaterra, Suécia e Noruega. Entre 1954 e 1964, o Brasil testemunhou o maior movimento social de sua história e vivencio ou um processo real de distribuição de renda. No plano político, o levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) em 1964 em oito capitais revelou que 64% da população "tinha preferência partidária, índice alto mesmo para padrões internacionais. Isso significa que a maioria acreditava no sistema partidário, aceitava-o como instrumento de representação política". Em outras palavras, os trabalhadores estavam lutando ativamente por conquistas políticas, sociais e econômicas, e obtendo resultados positivos. A visão populista do processo é criticada por minimizar essas conquistas.
AÇÃO, MANIPULAÇÃO E CONCESSÃO. Contudo, seria absurdo negar que líderes políticos em geral e os populistas em particular não exercessem influência sobre uma parcela da sociedade. Se não tivessem essa capacidade, não seriam líderes. Líderes, por definição, têm seguidores.
E, se influenciam, os líderes também podem manipular, isto é, iludir e enganar seus liderados. Como ressalta o cientista político Francisco Weffort, "porém, a manipulação nunca foi absoluta". Ele lembra ainda que a idéia de "manipulação absoluta" é característica da "visão liberal elitista '".
Também é verdade que as classes populares não podem ser concebidas como sujeitos absolutamente conscientes de si e de seus interesses, livres de influências e manipulações, dotados da capacidade de agir com a maior coerência e segundo os melhores meios e oportunidades.
Essa visão heróica das classes populares e trabalhadoras é tão irreal como a visão de uma elite política todo-poderosa. Por isso, Weffort afirma que "o populismo foi um modo determinado e concreto de manipulação das classes populares, mas foi também um modo de expressão de suas insatisfações"? Quer dizer, as classes populares agem, mas estão sujeitas a manipulações.
As lideranças populistas certamente manipulavam, mas não estava ao seu alcance cancelar as pressões e reivindicações populares. Quando estas atingiam certo nível, era necessário fazer concessões.
Aquilo que na ótica populista aparecia como concessão, sob a perspectiva dos trabalhadores era conquista. Esse fato não escapou a Weffort, para quem
Vargas, apoiado no controle das funções políticas, "doa" às massas urbanas uma legislação trabalhista que começa a formular-se desde os primeiros anos do Governo Provisório e que se consolida no ano de 1943. São os setores que possuem maior capacidade de pressão sobre o Estado e aqueles que, desde antes de 1930, possuíam alguma tradição de luta; são também os setores disponíveis, para a manipulação política, pois apesar de que as regras do jogo eleitoral estivessem suspensas desde 1937 elas foram as conquistas da revolução de 1930
e continuam a ter uma existência virtual."

As conquistas trabalhistas foram, portanto, conquistas reais, e não simples paliativos. Porém, uma visão equilibrada não pode descartar a ideia de que o populismo não foi mera ficção; o termo designa certo estilo de atuação política característica do período compreendido entre 1930 e 1964.

Fonte: História do Brasil no contexto da história ocidental: ensino médio / Luiz Koshiba, Denise Manzi Frayze Pereira - 8° ed. rev., atual. e ampl. - São Paulo: Atual, 2003.
Nova Ordem Mundial
Depois da queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, um dos assuntos mais discutir é o surgimento de uma nova ordem mundial. Quando ela se definiu e o que traz de novo?A nova ordem mundial apresenta uma faceta geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, houve uma mudança para um mundo multipolar, onde as potencias impõe mais por seu poder econômico de que bélico. Na economia o que aconteceu de novo foi o processo de globalização e a formação de blocos econômicos supranacionais.
Velha ordem bipolar
Desde 1989, a humanidade começou assistir uma série de eventos que até então eram imagináveis. A queda do Muro de Berlim era impensável, bem como a reunificação da Alemanha Ocidental e da Oriental, em 1990.
O muro que dividia Berlim e a separação da Alemanha, constituíam os principais símbolos da Guerra fria. Apesar da proximidade geográfica, a mesma origem histórica e cultural havia muitas diferenças na Alemanha. De um lado estava a democracia pluripartidária, a hegemonia da propriedade privada e da livre iniciativa, uma sociedade rica, que apresentava altos índices de produtividade. Do outro lado, a ditadura do partido único, a exclusividade da propriedade estatal. O consumo limitado e baixos índices de produtividade. E as diferenças políticas, econômicas e sociais aumentaram cada vez mais. A Alemanha apesar de ser uma só nação, apresentava dói Estados. Era o modelo soviético frente a frente com o modelo norte-americano.Em 1991 houve o fim de outro símbolo da Guerra Fria, o Pacto de Varsóvia. Representantes que faziam parte deste pacto formalizaram a sua dissolução, em Praga, na então Tcheco-Eslováquia. Era o fim do conflito leste x oeste.
Por fim, em dezembro de 1991, foi selada desagregação geopolítica e territorial da União Soviética. O presidente Boris Yeltsin declarou a independência da Rússia, e após isso, se reuniu com os chefes de Estado da Ucrânia e de Belarus, em Minsk. Nesse encontro foi criada a CEI (Comunidade dos Estados Independentes), substituindo a ex-União Soviética. Composta por doze países que faziam parte da ex-soviética, a CEI é uma aliança de Estados independentes.
Nova ordem multipolar
Hoje no mundo multipolar pós-guerra fria, o poder é medido pela capacidade econômica do país, que envolve disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, mão-de-obra qualificada e nível de produtividade. Isso explica a emergência de Japão e Alemanha como potencias, e ao mesmo tempo, a decadência da Rússia. Embora a Rússia seja dona de em poderoso arsenal nuclear, o setor industrial é obsoleto e pouco produtivo, e o país se encontra em crise social, política e econômica.
A China possui uma economia que mais cresce no planeta, isso porque: possui a maior população do mundo, e portanto, um grande mercado consumidor; além de muita mão-de-obra barata, oferecendo facilidades para atração de capitais estrangeiros. Apesar disso também enfrenta sérios problemas internos, principalmente políticos.Assim, podemos afirmar que os países mais poderosos do mundo hoje são os Estados Unidos, Japão e Alemanha.
Outro aspecto de importância é a tendência da globalização em suas várias facetas, tanto em sentido mundial como regional.
Conflito norte x sul
Muitos tem dito com atenção que a nossa ordem mundial é a vitória do capitalismo e da democracia. Alguns argumentavam que o modelo político e econômico estabelecido pelos Estados Unidos se tornaria dominante a tal ponto que não haveria mais conflitos. Que houve uma vitória norte-americana sobre a União Soviética não podemos negar. Mas até mesmo os vencedores apresentam vários problemas econômicos, como por exemplo: elevado déficit público e elevado endividamento interno e externo; isso em parte se deve a corrida armamentista.Assim não devemos nos apressar ao afirmar que o capitalismo o melhor que o socialismo. É preciso primeiro avaliar: melhor para quem?
É bem claro que o capitalismo é mais dinâmico e competitivo. Não podemos nos esquecer, porem, de que os países subdesenvolvidos, com exeção da Coréia do Norte, Cuba e Vietnã são todos capitalistas. Muitos problemas no mundo, foram criados pelo sistema capitalista, como o aumento da pobreza, desemprego e concentração e estes aumentam em todo mundo.Um dos problemas mais sérios é a desigualdade social. Este problema vem se agravando até mesmo em países desenvolvidos. Com o aumento da incorporação de novas tecnologias no processo produtivo, a oferta tem diminuído e isso contribui e muito para se empobrecer a população. Também é cada vez maior o buraco que separa os países ricos dos pobres. Esse é o chamado conflito norte x sul, que é de natureza econômica, é não geopolítica, como era o caso do conflito leste x oeste
http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/arlindojunior/geografia007.asp

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