Vida de professor da rede pública

Súplica Cearense

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A República Populista e o Golpe de 1964

DESAFIOS
Atividades para o 3º Ano do Ensino Médio - Colégio Fluminense de Éden
1.
Ilustração de Egberto. Publicada no Jornal Última Hora, fevereiro de 1962.
Instruções:
1º. Atividade em dupla;
2º. Respostas nos comentários;
3º. Data de envio 22 de outubro;
4º. Valor a combinar.
Atividades:
1ª Fase: Pesquise e identifique os personagens da História do Brasil que aparecem na ilustração;
2ª Fase: Escreva um pequeno texto (mínimo de 10 linhas) sobre a relação desses personagens com o Golpe civil-militar de 1964.
Fontes:
Para se divertir e aprender
2.
O link abaixo dá acesso ao Google Books (versão digitalizada do livro Jango e o golpe de 1964 na caricatura)
Instruções:
1º. Atividade em dupla;
2º. No trabalho deverá constar a página que foi retirada a caricatura;
3º É necessário a descrição detalhada da caricatura antes da análise;
4º É importante descrever o contexto histórico.
Atividade:
Escolha uma das caricaturas e faça uma análise da mesma.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Atividade 9° Ano (8ª Série)

Tema: Globalização.
Essa é uma atividade para os alunos da professora Lucineide de Sergipe. Um abraço para você e seus alunos.

Para melhor visualização da imagem é só clicar na mesma.

Quais são os elementos contraditórios apresentados pelo quadrinho, acima, no processo de globalização capitalista?

sábado, 19 de setembro de 2009

E AGORA, PROFESSOR?

E agora, Mestre Giz?
By profjc
Há duas décadas, lá pelo final da década de 80, Mestre Giz reinava na escola e era a última palavra depois do livro didático. Tinha um enorme orgulho, aliás, de conhecer o livro didático, seu mestre, de cabo a rabo. Suas aulas eram impecáveis e se você perdesse uma delas na sexta série A, poderia assistir a mesma aula na sexta série B, pois Mestre Giz tinha uma aula tão “redondinha” que até as piadinhas eram perfeitamente encaixadas no contexto da aula. Absolutamente tudo sem imprevistos e nem improvisos.
Como que por mágica, Mestre Giz deu uma cochilada numa bela e preguiçosa tarde, logo depois do almoço, e viu-se transportado no tempo para uma década adiante, lá pelo final dos anos 90, na virada para 2000. Acordou babado e meio assustado com o que viu: uma sala cheia de computadores, com uma Internet meio capenga e dezenas de cadeados por todos os lugares possíveis. Era a escola tecnológica chegando.
Mestre Giz logo desconfiou daquela parafernália toda e concordou de imediato com a gestão da escola de que era preciso colocar muitos cadeados nas portas e impedir os mortais comuns de mexerem naquelas coisas, evitando assim quebrá-las. Também concordou que seria preciso muito treinamento, formação e projetos inovadores nos próximos anos para que se pudessem usar aquelas coisas e, acima de tudo, era preciso saber para que se usariam aquelas coisas. Se era para ensinar, ele não precisava, pois já sabia fazer isso.
Dias, semanas, meses e anos se passaram e os alunos revoltosos continuavam querendo usar aquelas maquininhas. Mas para quê? Mestre Giz até foi obrigado a fazer um curso sobre como usar um tal de Word e outro Excel, mas já havia esquecido tudo e, além disso, ele não precisava realmente daquilo. Alguns colegas, até mais velhos do que ele, já tinham computadores em sua casa e os usavam, até para “surfar” na Internet, e ele mesmo já havia comprado um para sua filha, mas na escola as coisas eram diferentes porque faltava alguma coisa a mais para poder usar os computadores: faltava um motivo!
Certa vez um professor metido a diferente levou a classe até a Sala de Informática, mas quebrou a cara porque os computadores estavam muito velhos e desatualizados e a Internet nem funcionava em alguns computadores. Além disso, os alunos usavam as Lan Houses do bairro e dispunham de máquinas muito melhores em suas próprias casas. Mestre Giz não pôde esconder um certo sorriso de satisfação ao ver comprovada a sua tese de que aquelas maquininhas eram mesmo inúteis na escola.
Como o tempo é o grande carrasco das verdades absolutas, um dia aquele professor teimoso, de tanto teimar, conseguiu fazer algo dar certo na Sala de Informática. Não foi nada de muito sofisticado, apenas uma pesquisa rápida na Internet e um texto, digitado naquele tal de Word. Pura perda de tempo, concluiu logo Mestre Giz. A cena se repetiu outras vezes e até mesmo com outros professores, mas a grande pergunta de Mestre Giz continuava sem resposta: e para que EU preciso disso?
Hoje cedo Mestre Giz levantou da cama pelo mesmo lado que sempre levanta, pisou com o pé direito primeiro, como sempre, e tomou seu café com leite e pão com manteiga antes de ir para a escola. Escola que, aliás, parece cada dia pior. Os alunos já não têm mais tanto respeito como antes e nem demonstram muito interesse pelas suas aulas que, à propósito, continuam “redondinhas” como há duas décadas! “Azar o deles”, sentencia Mestre Giz.
Alguns colegas professores andam com notebooks ao invés de cadernos, e usam um tal de data-show de vez em quando, ao invés do projetor de slides. Parece que é melhor, mas dá muito trabalho fazer alguma coisa no computador para depois ter que usar o notebook da escola e o data-show e, além disso, não há ninguém na escola para fazer toda essa montagem para os professores. Os professores têm que, eles mesmos, colocarem as imagens no computador e ligar tudo no data-show. Assim fica muito difícil, conclui para si mesmo Mestre Giz, com um certo ar de espanto com aqueles professores que conseguem fazer essas coisas sozinhos e sem cursos ou formações especiais.
Na hora do intervalo, Mestre Giz fez as contas para sua aposentadoria e descobriu que agora falta pouco. Ainda bem, pensou ele, afinal a escola mudou muito e está cada dia mais difícil ensinar. Ele tem pena desses professores mais novos que são obrigados a usarem computadores, Internet, data-show, DVD e outras porcarias para poderem ensinar suas disciplinas. Ele nunca precisou de nada disso. É pena também que os alunos não saibam dar o merecido valor às suas aulas e não entendam que ele já sabe tudo o que os alunos precisam saber. É pena que a juventude ache que pode escolher o que aprender só porque tem uma tal de Internet e que passem tanto tempo nos computadores ao invés de estarem mergulhados nos livros.
Quando estava saindo para o almoço uma aluna lhe perguntou se não podia entregar em um CDROM a pesquisa que ele passou como tarefa, ou mandar por e-mail. É claro que ele respondeu que não. E como esses alunos estão a cada dia mais atrevidos, a garota lhe perguntou com a maior inocência “porque não?”.
Sacando como sempre de sua arma mais poderosa, a razão, Mestre Giz disparou na aluna o mesmo petardo que vem disparando há duas décadas em todos aqueles que lhes questionam o porquê dele simplesmente se negar a usar as novas tecnologias na educação: “Ora, minha cara, eu não preciso de nada disso para lhe ensinar minha matéria”. Mas, desta vez, ao invés do silêncio que costuma receber em resposta, a garota, atrevida que é, parece que resolveu retrucar com algo que até então Mestre Giz ainda não havia compreendido muito bem: “Eu sei que VOCÊ não precisa, professor, mas EU preciso e PRECISAREI A VIDA TODA. Porque não posso usar então?”.
E agora, Mestre Giz?
(*) Este texto é uma fábula. Ele é totalmente fictício. Mestre Giz, ou professores que acreditam que não precisam usar as novas tecnologias na escola porque são capazes de ensinar sem elas e que desconhecem a necessidade que os alunos têm de aprender com elas, são personagens inexistentes na vida real. Qualquer semelhança entre os personagens dessa fábula e a realidade cotidiana de uma escola é mero fruto da sua própria imaginação.

Fonte: http://professordigital.wordpress.com/2009/09/18/e-agora-mestre-giz/

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

INCORPORAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO

Negociação do Nova Escola
POR ALESSANDRA HORTO, RIO DE JANEIRO
Rio - O magistério estadual conta as horas para a votação do Projeto de Lei 2.474/09, que incorpora o Nova Escola aos salários dos professores e profissionais de apoio. A contagem regressiva é ainda mais tensa por nada estar definido, já que em reunião na sexta-feira — que terminou no início da noite, às vésperas do feriadão da Independência — o governo se comprometeu a estudar as propostas dos sindicatos, como, por exemplo, a manutenção da hierarquia salarial de 12%, paga a cada cinco anos. A Secretaria de Planejamento explicou que pode analisar os 12%, mas que não há condições de manter a hierarquia e reduzir o prazo de pagamento, proposto em seis anos. A diretoria do Sepe informou que o estado se comprometeu em apresentar alguma resposta amanhã e antes da votação na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Para a diretora do Sepe, Maria Beatriz Lugão, os 12% são o foco principal da discussão, pois é uma das principais vitórias nos últimos anos: “Sempre tivemos abertos à negociação. Se apresentarem proposta, vamos analisar também. Mas não adianta promessa”. O Planejamento informou, durante a reunião, que vai remeter à Secretaria de Educação um projeto sobre o impacto da inclusão dos professores 40 horas no plano de Cargos e Salários do Magistério. Também será estudado um reajuste nos vencimentos dos animadores culturais, em valores equivalentes aos R$ 100 pagos ainda este ano, que representam a primeira parcela da incorporação do Nova Escola.
EMENDA REJEITADA
Durante a reunião, o governo bateu o pé e disse que não aceita a emenda que estabelece data-base para a categoria. Nesse caso, em maio. O advogado Diogo Pereira, especialista em funcionalismo público, explicou também que essa emenda fere o Artigo 37, inciso 10, da Constituição Federal.
PROTESTO AO MEIO-DIA
A rede estadual de ensino estará em greve amanhã. Professores farão passeata, a partir do meio-dia, da Candelária até a Assembleia Legislativa do Rio, para pressionar os deputados a votar as emendas que favorecem a categoria. Prometem lotar as galerias da Casa.
Fonte: http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2009/9/negociacao_do_nova_escola_33595.html

OS COSSACOS

Um interessante artigo sobre os Cossacos.


“Os Cossacos são as melhores tropas apeadas que existem. Se eu os tivesse no meu exército, eu conseguiria conquistar todo o mundo com elas!”
Napoleão Bonaparte
Os Cossacos de Don não são da minha conta, e eles são livres de entrar em guerra ou viver em paz sem o meu conhecimento!
Ivan, o Terrível
Em 1812, a França, comandada pelo Imperador Napoleão, era a senhora da Europa. Já dominava completamente a parte Central e Ocidental do continente, sendo a única pedra no seu sapato a presença da Inglaterra, que teimosamente ainda não tinha caído. Vendo a impossibilidade de vence-los através de combates armados - ele tentou em 1805, mas foi derrotado pela Marinha Inglesa, no que ficou conhecida como Batalha de Trafalgar - Napoleão optou por sufoca-los, instituindo o Bloqueio Continental. A idéia era impedir que todos os países do continente vendessem ou comprassem da Inglaterra, o que enfraqueceria os ingleses a médio prazo e os faria cair como ameixas maduras.
Os russos desobedeceram - em parte porque precisavam de dinheiro, e praticamente só tinham a Inglaterra como aliado, já que o resto da Europa estava nas mãos de Napoleão - e entraram na lista negra dos franceses. Pouco tempo depois, mais precisamente no dia 24 de junho de 1812, os franceses atacaram. E sem qualquer aviso formal, ou declaração de guerra (os alemães repetiriam a dose em 1941, mas não se engane, Stalin sabia de tudo, como veremos num futuro Glaspost). A idéia era dupla: punir exemplarmente os russos e conquistar definitivamente a Europa Oriental, que ainda não tinha recebido a devida atenção do Império Napoleônico. Para isso Napoleão reuniu cerca de 610 mil combatentes, e 1.420 peças de artilharia, além de 70 mil reservas. Parecia perfeito...
O gigantesco território russo se mostraria maléfico para os planos defensivos de Alexandre I. Suas tropas, de aproximadamente 900 mil homens, estavam espalhados por todo o país, e ainda careciam de treinamento adequado. O máximo com que os russos poderiam contar no momento eram os três exércitos próximos a fronteira, que possuíam cerca de 250 mil homens ao todo. O problema era que suas forças armadas eram mal treinadas, mal alimentadas e mal equipadas. Por causa dessas deficiências os russos usaram a estratégia da Terra Arrasada - que consistia em recuar e destruir tudo que ficasse pra trás -, aliada a uma convocação geral para as suas forças militares e as milícias policiais.
A fraqueza russa entretanto se mostrou forte. O gigantesco exército de Napoleão não havia lutado uma grande batalha sequer quando havia adentrado centenas de quilômetros no território do império, e estava na altura da Bielorrússia... mas já tinha perdido um terço do seu efetivo, graças a fome, deserções em massa e cansaço. O momento era decisivo para os invasores, pois continuar significava ficar cada vez mais longe da segurança da fronteira - que, no momento era o único lugar que tinha comida - e de qualquer linha de suprimento do exército russo, que recuava cada vez.
Em setembro, na aldeia de Borodino, a cerca de 150 Km de Moscou, tem início uma das maiores batalhas de todas as guerras napoleônicas. Foram cerca de 19 horas de conflito com 66 mil mortos pro lado russo e 58 para o lado dos franceses - sendo que ambos possuíam, no momento do ataque, cerca de 140 mil homens. Após essa derrota, os russos fazem o impensável: decidem tirar o povo de Moscou e entrega-la sem resistência. Napoleão esperou uma declaração derrota, ou uma rendição formal por parte dos russos. Para desespero dele, isso não ocorreu. Ele não tinha mais para onde ir, ou o que fazer. A Rússia era gigantesca demais para ele tentar domina-la completamente, e as tropas russas estavam extremamente espalhadas pelo país, o que sempre evitava combates definitivos. Somava-se a isso as condições de seus próprios exércitos, em estado lastimável, com moral em baixa e suprimentos escassos.
A decisão de Napoleão foi de voltar para França no dia 19 de outubro, vitorioso, mas completamente derrotado, após cinco semanas acampado em Moscou. Daí o inverno começou, e a temperatura iniciou uma queda abrupta. E abruptamente na Rússia significa 26ºC negativos (e continuava baixando), o que ajudou a ceifar milhares de vidas sem qualquer necessidade de combate. Vários soldados nem se davam mais ao trabalho de andar, se estirando no chão e esperando o congelamento. Outros acabavam se queimando ao se jogar em cima de fogueiras na tentativa de se aquecerem.
Foi nessa hora que os russos empregaram sua arma mais mortal: os cossacos, sob o comando de Matvey Ivanovich Platov. A essa altura, os franceses, na tentativa de sobreviverem, já estavam deixando para trás o equipamento militar, assim como todos os saques que tinham feito. Isso ajudou muito os cossacos, que não atacavam em grandes bandos ou formações, mas partiam para combates individuais, de corpo a corpo, utilizando baionetas e floretes ao invés de armas de fogo. O efeito foi ainda pior do que o de um ataque russo de grandes proporções. Ao atacar com suas pequenas tropas - que não passavam de guerrilhas, mas eram muito bem treinadas, além de aguerridas e violentas - o terror se espalhou ainda mais no já despedaçado exército francês. O medo de serem atacados a noite e esquartejados pelas baionetas cossacas, levou as tropas napoleônicas a consumir desordenadamente as suas já parcas provisões, além de aumentar o número de deserções (mesmo que a última opção fosse praticamente sinônimo de morte).
No dia 14 de dezembro acabou o inferno - ironicamente um inferno de -38ºC - para Napoleão e seus comandados. Foram 600 mil franceses mortos contra 250 mil russos. Somente 10 mil franceses sobreviveram.

Sem os cossacos a volta para casa dos franceses seria um pouco mais tranquila. Eles conheciam o terreno, se moviam velozmente a cavalo e sabiam utilizar muito bem a neblina e a noite. Já as tropas de Napoleão eram alvos fáceis a essa altura: utilizavam sempre fogueiras para iluminarem acampamentos e se aquecerem, o que chamava bastante atenção, e não estavam com praticamente nenhuma capacidade de lutar.
Os cossacos são meio como os espartanos, e vêem na guerra uma forma de se libertar. Seu estilo rápido, baseado na mobilidade e na cavalaria tem muita similaridade com a força devastadora dos mongóis, que conquistaram o maior império que o mundo já conheceu. Mas eles tinham uma grande vantagem sobre o estilo mongol de fazer guerra, e uma diferença para os espartanos, que baseavam sua força na unidade de suas tropas: eles são excelentes no combate corpo-a-corpo e muitas vezes nem armas usam.
Cossaco vem de kazak, que significa "aventureiro", ou "homem livre". Seu local de surgimento são as estepes (planícies) do sudoeste europeu, principalmente no oeste ucraniano e o sul da Rússia. Lá eles se estabeleceram por ser uma região vasta e bastante aberta, o que facilitava muito a fuga, já que todos os cossacos são descendentes de foragidos de feudos da Polônia e de Moscou, que comandavam regiões próximas, ainda na Idade Média.
Os primeiros relatos que contém efetivamente referências ao povo cossaco datam de 1444, e basicamente se referia as comunidades que se uniram para se defenderem dos tártaros, que estavam à serviço do Império Russo e buscavam anexar aquelas terras. À época, os cossacos eram uma federação de povos sem governo, cultura, ou identidades em comum. As sucessivas guerras e tentativas de vence-los acabou unindo-os, e criando uma identidade que jamais se extinguiria.
Na altura do século XVI, eles mais ou menos se dividiram em dois grupos: os cossacos de Zaporizhia e os cossacos do Don, que até hoje são o grupo mais importante de cossacos. Seus territórios eram praticamente unidos, mas eles acabaram se dividindo por causa da separação imperial da época. Um grupo ficou no Império Russo, e o outro na República das Duas Nações, que mais tarde viria a ser a Polônia, a Lituânia, e parte da Ucrânia. E embora, teoricamente estivessem em estados distintos, os Cossacos do Don e os Zaporizhia, ainda faziam ações em conjunto, como a pilhagem de países vassalos do Império Otomano, que não era aliado de nenhum dos dois estados a qual os cossacos pertenciam. Vários lugares sofreram com a pirataria deles, chegando ao cúmulo de pilhar e destruir diversas cidades ao redor de Istambul, a capital dos turcos..
Nessa época os cossacos também começaram outra de suas vocações: prestaram serviços de mercenários, o que muitos os beneficiou, já que três estados vizinhos - Rússia, Império Otomano e República das Duas Nações - tentavam a todo custo se aproveitar da vocação naturalmente belicista deles. O primeiro cliente foi o Império de Habsburgo, que era inimigo dos Otomanos, o que leva a certas teorias sobre o fato dos Cossacos serem inimigos dos Otomanos em qualquer escala, o que independe de benefícios financeiros, estando provavelmente mais ligado à questões religiosas, já que eles eram ortodoxos e os otomanos islâmicos.
Em meados do século XVI, as relações entre a República das Duas Nações, que tinha feito um acordo e integrado parte dos cossacos do seu território ao seu exército, e os Otomanos se deterioraram, e as pilhagens cossacas não ajudavam em nada. Eles não tinham limites, e entravam no território turco ao seu bel-prazer. O governo das Duas Nações estava com um problemão nas mãos: tinha os cossacos integrados ao seu exército, o que tornava as pilhagens como "atos oficiais" deles.
Os otomanos responderam, usando outro dos povos belicosos da região: os tártaros. Eles adentraram pelo sul, que não tinha presença cossaca, o que o tornava mais fraco. Mas os tártaros não conseguiram empreender uma campanha tão vitoriosa quanto os cossacos, que chegaram tão perto da capital dos Otomanos, tanto que em 1615 o sultão teve que fugir do seu palácio para tirar o dele da reta.

Anos depois as duas nações esboçaram acordos de paz, que não passaram de medidas cosméticas, já que os dois povos que eles empregavam estavam fora de controle, e transformaram o lado sudeste da República das Duas Nações em um palco de guerra... incontrolável. Entretanto, a classe nobre das Duas Nações, aproveitando desse momento de esforços militares intensos, tentou tornar os cossacos escravos feudais.
Juntando isso ao fato desse povo ter existido justamente por estar fugindo de senhores feudais, não é difícil imaginar porque os cossacos logo se tornaram revoltosos para com os Polacos-Lituanos. Eles não queria independência, mas unicamente serem reconhecidos como iguais, o que sempre era rejeitado pela nobreza. Ajudava o fato deles serem Ortodoxos, e a República das Duas Nações ser oficialmente católica, o que trouxe a guerra a um campo onde não havia retorno.
A revolta cossaca, que teve seu ápice em 1648, trouxe consequências graves para as bases da República das Duas Nações. Basicamente essa revolta, conhecida como Revolta de Chmelnicki, foi a semente para a dissolução da histórica aliança entre poloneses e lituanos, que ocorreria definitivamente cerca de cem anos mais tarde.
O governo russo, se aproveitou do momento, e em 1654 fez um acordo formal com eles, conseguindo lealdade em troca do reconhecimento de total autonomia. De início foram organizadas duas repúblicas independentes de cossacos, mas ao longo do tempo elas foram perdendo autonomia e foram formalmente anexadas a Ucrânia e a Moldávia. Muitos deles saíram dos territórios conflitosos da Europa Oriental e foram para Kuban, no Caúcaso. Após uma série de problemas de ordem política, o que incluiu até mesmo uma pequena cisão na comunidade cossaca, eles foram anexados oficialmente ao exército russo, onde se juntariam aos seus eternos e sangrentos inimigos: os tártaros.
Por esse motivo eles se espalharam pelos vastos territórios imperiais, se juntando a tribos tártaras ou indo pra Sibéria, principalmente em regiões próximas do Lago Baikal, nos montes Urais, e no Extremo Oriente, próximos da Mongólia e China.
Os russos exploraram ao máximo as capacidades militares dos cossacos, que à época eram 4,5 milhões, e isso não poderia ser diferente. Eles sabiamente os empregaram no que eles sabiam fazer melhor, que eram missões de reconhecimento, ou assassinato. Cossacos eram indisciplinados para os padrões russos, e não tinham utilidade integrados ao exército regular, de modo que eram como guerrilheiros à espera do inimigo; um jacaré do pântano esperando uma presa, e totalmente alheio às vontades de seu amestrador. Eles raramente usavam armas de fogo, e gostavam de aproveitar o terreno ao seu favor. Quando não possuíam essas vantagens, montavam em cavalos e aterrorizavam, geralmente a noite e sob a neve.
A opiniões dos chefes militares russos sobre os cossacos eram ambíguas. Eles eram indispensáveis, pois defendiam as fronteiras do Império ao menor sinal de ataque (tanto que tinham, em troca de isenção de impostos, que servir militarmente por 20 anos), mas, ao mesmo tempo, eram taxados de indisciplinados, pois não aceitavam integrar as tropas russas.

Cossaco do Extremo Oriente russo
Em 1917 houve o baque da Revolução Socialista. Cada comunidade cossaca decidiu por si só aderir ou não aos Bolcheviques. E a maioria fez isso, de início por simples insatisfação com o governo de Nicolau II. Na Guerra Civil que se seguiu a Revolução, houveram cossacos dos dois lados.
Como todos sabem, os Vermelhos ganharam e o Comunismo começou a ser instaurado na Rússia. Os integrantes do Partido fizeram com os cossacos o mesmo que fizeram com inúmeros outros povos tradicionais do seu território: os massificaram, espalhando-os pelo país e enchendo o território deles de russos e ucranianos vindos de todos os lados (coloque no processo, uns 500 mil mortos que não queriam colaborar). Embora aproveitados nas unidades militares, o Exército Vermelho não possuía unidades cossacas, para evitar problemas, ou que idéias anti-revolucionárias passassem pela cabeça deles.
A II Guerra Mundial levou os russos a bambearem e estenderem a mão aos cossacos de novo. Foram criados destacamentos deles, que eram utilizados nas missões mais suicidas possíveis, como incendiar tanques de combustíveis alemães durante a Batalha de Stalingrado. Os cossacos não levavam praticamente nenhum suprimento, viajando leves, comendo grama e bebendo água de neve derretida. A baioneta deles era temida até mais que prisões siberianas, e os melhores relatos sobre a atuação deles na II Guerra foi do Capitão Seckeet, que era comandantes da I Companhia de Infantaria Alemã.
A unidade de Seckeet foi uma das primeiras a enfrentar os cossacos, ainda na cidade de Brest-Litovski, perto da fronteira com a Polônia. À essa altura a inteligência alemã já achava que sabia tudo à respeito das tropas russas, visto as vitórias iniciais arrasadoras, mas logo viram as baixas subiram de 20% por ataque, para 78%, apenas com a chegada deles, que gostavam de atrair alemães incautos para lugares afastados e os dilaceravam com baionetas, logo depois amarrando os corpos a cavalos e os incendiando. Tal poder de "propaganda", que obrigava os alemães verem desfiles de soldados esquartejados em chamas, causou forte impacto no moral e na coragem das tropas da Wehrmacht, o que somado ao frio intenso, logo começaram a se lembrar de Napoleão e sua mal-sucedida invasão a Rússia, há pouco mais de um século antes.
O sangrento serviço de contra-espionagem soviético, a SMERSH (um acrônimo para "Morte aos Espiões", em russo) também era recheado de cossacos. Tal manobra era acertada, visto que eles não tinham qualquer ligação com nenhum povo da União Soviética, e não hesitariam em mandar uma bala na cabeça de qualquer um com idéias anti-soviéticas. Segundo relatos de Alexander Soljenítsin, em seu livro Arquipélago Gulag, os métodos empregados por cossacos para torturarem, eram os com melhor eficácia. Diversos sargentos que não tinham mais que 20 anos foram responsáveis pela destruição da carreira de diversos generais graduados, embora o destino deles no pós-guerra tenha sido igualmente sangrento, afinal os matadores não sobrevivem muito tempo na Rússia, a não ser que estejam no topo da pirâmide.
Destacamentos cossacos também lutaram ao lado dos alemães, e essa tropa era formada basicamente por antigos aliados do Exército Branco, que lutou contra o Exército Vermelho na Guerra Civil russa. A principal unidade a ir contra os seus próprios era o XV Corpo de Cavalaria Cossaco, que estava sob comando alemão. Essa unidade conseguiu fugir do território soviético e se entregou aos britânicos na Áustria, no fim da Guerra, em 1945. Os soviéticos, por sua vez, não gostaram da manobra, e destacaram o General Fillip Golikov - saído das fileiras do SMERSH, e posteriormente chefe da GRU, o serviço secreto militar soviético - para repatriar todos os fujões.

Após uma série de acordo com os britânicos (lembre-se, não confie neles), cerca de 40 mil cossacos traidores foram trazidos de volta a URSS, indo direto para campos prisionais siberianos (em breve um Glaspost somente com eles) ou direto para o fuzilamento.
Com o fim da II Grande Guerra - a qual a Parada da Vitória, realizada no dia 24 de junho, contou com o desfile do destacamento cossaco mais importante: uma unidade secreta dos sabotadores e cortadores de gargantas da Spetsnaz - o governo comunista mais uma vez se esforçou para dissolver aldeias cossacas e os diminuir como povo independente. O resultado disso foram inúmeras correntes migratórias, e o deslocamento deles para regiões mais tranquilas, como as terras próximas as três repúblicas bálticas: Estônia, Letônia e Lituânia.
Com a subida ao poder de Gorbachev, os cossacos ganharam, em 88, o direito de formarem comunidades novamente. Com a dissolução da URSS, eles voltaram a velha tradição da guerra, participando de conflitos regionais, como o da Bósnia, o da Geórgia, o de Kosovo e o da Chechênia, sempre do lado dos russos.
Em 2005, Vladmir Putin publicamente divulga uma nota que reconhece formalmente a contribuição cossaca a formação da Rússia, bem como suas habilidades militares e sua rica cultura. Além disso, é reconhecidamente público que comunidades cossacas - como Rostov, Starvoprol e Krasnodar - têm baixíssimas taxas de criminalidade, além de altas taxas de leitura (isso na Rússia, que tem uma das taxas de leitura livros/habitante mais altas do mundo). Na Ucrânia, país basicamente fundado por cossacos, a cultura está ainda mais ligada ao estilo cossaco de ser. Tanto que até mesmo o governo apóia que se ligue a cultura do país com a dos Senhores da Guerra (apelido meu).
Tais fatos só demonstram a força de um dos povos menos mutáveis do mundo, que resistiu a mais de quatro séculos de guerra, tentativas de escravização e de dizimação. Fora que ainda por cima mantém sua cultura praticamente intacta, fato raríssimo no mundo culturalmente pastoso da atualidade... além de sua temida pré-disposição para embates sangrentos, como bem prova seu ainda envolvimento em conflitos no seu teatro de guerra: a Europa!

domingo, 6 de setembro de 2009

DESAFIOS - 2º ANO

3ª Etapa.
Esta é a terceira etapa, do desafio, abaixo temos uma edição de um trechos do filme Olga. Atividades.

Qual a relação entre a vida de Olga Benário e a História do Brasil?

Faça uma pesquisa biográfica sobre a filha de Olga Benário Prestes e Luís Carlos Prestes.

A data para envio da resposta é de uma semana após a postagem.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

PRÓXIMA AULA 10/09/2009


3° Ano
Na aula do dia 03/09/2009, assistimos o filme Nascido para Matar, que despertou algumas reações negativas, principalmente no público feminino. A exibição do filme teve como objetivo fazer uma análise das críticas ao governo norte-americano, não só na época da guerra, como também no período em que o filme foi feito, 1987.

Sinopse: Nascido Para Matar é um olhar em dois tempos sobre a guerra do Vietnã, baseado no romance de Gustav Hasford e levado às telas pelo consagrado Stanley Kubrick (Glória Feita de Sangue, Spartacus).A primeira parte trata de um grupo de recrutas dos Marines em treinamento básico na Ilha Parris, sob o comando do autoritário sar Bento Hartman (Lee Ermey, de Mississipi em Chamas e Despedida em Las Vegas), que busca desumanizar os jovens para transformá-los em verdadeiras máquinas de guerra usando o sexo como metáfora.O alvo favorito dos constantes abusos verbais e físicos do instrutor é o gordo e lento recruta Gomer Pyle (Vincent D'Onofrio, de Tudo por Amor e MIB -Homens de Preto). Pyle atrai a simpatia de Joker (Matthew Modine, de Em Busca da Vitória e De Caso com a Máfia), que o aceita mesmo quando seu comportamento se aproxima da insanidade.A segunda parte mostra o sargento Joker (a escolha deste nome, que significa coringa, não foi aleatória) cobrindo a guerra como correspondente em Da Nang do jornal militar Stars & Stripes, cujo objetivo é levantar o moral e reportar notícias da guerra. No campo de batalha, ele se junta a soldados de apelidos sugestivos como Bola Oito, Cowboy, Tenente Touchdown e Animal Mother.Com um cinismo peculiar sobre tudo o que se refere ao Vietnã, Joker tenta manter sua objetividade, e o filme mostra a visão do homem comum na guerra, sua visão dos locais, das lutas e do inferno das batalhas. Flagra também a incompreensão dos soldados com a resistência dos sul-vienamitas que eles vieram salvar.A vida estruturada, disciplinada e organizada que os soldados aprenderam no treinamento sai de controle à medida em que são sugados pela máquina de guerra, até que tudo desemboca numa situação de extremo impacto e dramaticidade.

Na aula da próxima semana (10/09/2009) iremos trabalhar a Questão Palestina (Não esqueçam de trazer o material postado no blog - Israel não aprende!)
Roteiro de aula:
Leitura e análise dos textos:
A disputa entre Israel e os Palestinos;
Duas doutrinas conflitantes;
Israel não aprende!
Após a leitura, a análise e a realização dos exercícios, referentes aos três textos, os alunos se dividirão em trio e elaborarão uma apresentação sobre os textos.







2° Ano
Esta semana fizemos um trabalho em grupo sobre alguns movimentos que ocorreram durante a Guerra Fria, como o processo de descolonização e a Revolução Cubana. O trabalho teve como objetivo apresentar, aos alunos, os assuntos que iremos trabalhar nos próximos encontro.
Na próxima aula trabalharemos: A Crise da Hegemonia Européia: A Guerra Fria;a Bipolaridade e a Reconstrução da Europa Ocidental. Esse assunto faz parte da UNIDADE II. O Mundo Contemporâneo; as sociedades atuais (Pós-1945).
Roteiro de aula:

Correção dos exercícios sobre o Estado Novo.
1ª Parte.
Leitura em grupo do capítulo;
Elaboração das dúvidas.
2ª Parte.
Troca das dúvidas, com os outros grupos;
Resolução das dúvidas por parte dos grupos.
3ª Parte.
Fechamento da atividade - a turma formará apenas um grupo para debater o assunto estudado.
4ª Parte.
Exercícios.

Principáis conceitos a serem trabalhados:
Bipolaridade; Cortina de Ferro; Alianças político-militar; Coexistência Pacífica, Corrida Espacial; Blocos Econômicos.
Outras fontes:
Resenhas
Aula em ppt;
Resumo:

Baía dos Porcos, Cuba.

Atividade.
O cenário internacional contemporâneo é bem diferente daquele surgido com o fim da Segunda Guerra. O fim da URSS foi fator determinante para que ocorresse essa transformação. Assim, nos dias de hoje, é correto afirmar que:
a) o sistema bipolar de poder mundial, que a "guerra fria" ajudou a compor, deixa de existir a partir do momento em que a URSS desaparece de cena.
b) com o colapso da URSS, a Rússia viu-se na contingência de desmobilizar suas forças armadas e colocar seu arsenal nuclear sob os cuidados do Conselho de Segurança da ONU.
c) ao contrário do que se imaginava, a presença militar norte-americana no mundo retraiu-se com o desaparecimento da URSS, agindo quase que exclusivamente a pedido da ONU.
d) o fim da URSS também alterou radicalmente a situação da República Popular da China, que, liberalizando sua economia e seu regime político, isolou-se em relação ao exterior e assumiu o posto de maior potência asiática.
e) o esgotamento da "guerra fria" também significou, a partir do final do século XX, o fim de conflitos regionais ou locais motivados por questões étnicas, religiosas e nacionais